Praça Raul Boaventura - Campo Grande - RJ - Anos 1960/1970. Arquivo do Professor Adinalzir Pereira. Colorização de Reinaldo Elias.
"A região Oeste era uma região nitidamente agrícola no final do século passado, voltada para o cultivo da cana-de açúcar e do café. Nessa época chegaram os imigrantes árabes a procura de melhores condições de vida. Eles mascateavam em fazendas vendendo miudezas, tecidos e outros objetos que os fazendeiros teriam dificuldades em adquirir em seus domínios e nas proximidades.
Com a chegada do trem em Campo Grande (1898). Os mais bem sucedidos no ofício de mascate começam a estabelecer-se na Rua Augusto Vasconcelos, por ser a mesma próxima à estação ferroviária, que era a mais importante artéria dessa época. O forte do comércio libanês eram os armarinhos e as lojas de tecidos. Essas lojas funcionavam como empórios do interior brasileiro, vendiam de tudo.
Comércio na Coronel Agostinho
A entrada do Beco do Seridó num dia de domingo.
No ano de 1925 a região sofre muitas modificações. O bonde elétrico e o início da produção de laranjas para exportação acarretam muitas dessas mudanças. O comércio árabe muda-se para a Coronel Agostinho, de onde partiam os bondes para o Rio da Prata e o Largo da Ilha.
Havia uma área bem grande que ia da calçada até a serralheria localizada no fundo da Casa Neves e Barros, possuindo um trilho com vagões para levar a madeira. Este comércio tomava a área que hoje é ocupada pelas lojas Silbene, Supermercados Leão e Mercado São Brás. A Casa Neves e Barros foi considerada na época uma das maiores lojas do Rio de Janeiro.
Havia também uma grande fábrica de tamancos que fornecia material para toda a região, incluindo Parati e o centro do Rio de Janeiro, além de grandes armazéns como o J. M. Costa (de propriedade de S. Etelvino), onde hoje funciona a Tele-Rio, armazém do Gonçalves e Fonseca, oito grandes casas de móveis (as mais importantes eram a Confiança Móveis e a Casa Stein). O primeiro comerciante de relógio foi a Casa de Alaor Correia de Sá.
Grandes organizações comerciais
De 1947 para cá, os negócios estão melhor estabelecidos, nas ruas comerciais vê-se luz e vitrinas. E data de 1962 o surgimento das grande organizações comerciais. Os grandes supermercados, as filiais das lojas de eletro-domésticos, representam uma diferença importante para o comércio de Campo Grande. As pequenas lojas são vendidas ou alugadas para as grandes organizações. Um comércio mais rentável e moderno substitui o comércio tradicional dos libaneses e dos portugueses."
Texto transcrito do Jornal Patropi, 14 de junho de 1983, página 16.
Pesquisa e postagem neste blog por Adinalzir Pereira Lamego
6 comentários:
Muito interessante saber como o comércio surgiu em Campo Grande.
Gostei bastante dessa postagem!
Prezado João Antônio Cardoso
Fico muito feliz que tenha gostado. Volte sempre a este blog!
Muito bom Professor e Historiador, Adinalzir que muito contribui para o conhecimento cultural do Brasil.
Envio essas pesquisas para amigos de fora do Rio. Parabéns.
Unknow Qual é o seu nome?
Isso sempre é muito importante!
Fico muito grato pelo comentário.
Volte sempre a este blog sempre que desejar!
Um grande abraço!
Buenas, mais uma postagem de nos mostrar que este blogue é uma porta para o passado, um passado que nos trás nossas raízes.
Somos o que somos, mas de onde viemos? Rever isso é parte da função do historiador.
Abraços!
Prezado Leandro Claudir Pedroso. Fico muito honrado pelo elogio ao meu blog. Esse enigma sempre será uma grande tarefa para nós historiadores. E viva a História! Muito obrigado pelo comentário e abraços!
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