Nascida no Palácio de São Cristóvão, Rio de Janeiro, em 2 de Agosto de 1824, A Princesa Dona Francisca de Bragança cresceu ao lado dos irmãos D. Pedro II do Brasil, Paula Mariana e D. Januária.
Seu nome foi escolhido por seu pai como forma de homenagear a Comarca do Rio São Francisco, região que Dom Pedro I havia desligado do território pernambucano em Junho de 1824 como punição pelo movimento separatista da Confederação do Equador.
Francisca perdeu sua mãe, D. Maria Leopoldina, com menos de três anos de idade. Aos sete anos, ela viu o pai, D. Pedro I (IV de Portugal), sua madrasta (Amélia de Leuchtenberg) e sua irmã mais velha (a futura Maria II de Portugal) partirem para Lisboa. A princesa cresceu sob uma educação extremamente rigorosa.
Em 1837, Francisco Fernando de Orléans, príncipe de Joinville, aportou no Brasil a caminho da Ilha de Santa Helena, onde deveria buscar os restos mortais de Napoleão Bonaparte e levá-los de volta à França. Durante sua escala, ele foi recebido pelo imperador D. Pedro II e conheceu sua irmã, a jovem princesa D. Francisca.
Francisco Fernando, um almirante, era o terceiro filho do rei Luís Filipe I de França e da rainha Maria Amélia de Bourbon-Nápoles. Retornou ao Brasil em 1843, casando-se com a princesa no dia 1° de maio daquele mesmo ano no Rio de Janeiro. O casal seguiu então na fragata "La Belle Poule" para a França. Por seu casamento, ela se torna “Sua Alteza Real, a Princesa de Joinville.”
Na corte francesa, a educada e bela D. Francisca logo se tornou uma das princesas mais populares da corte. Era chamada de "La Belle Françoise". Tornou-se amiga de uma fidalga brasileira casada com um nobre francês, a condessa de Barral, que mais tarde, por recomendação de Dona Francisca tornou-se preceptora das filhas do imperador Pedro II, das princesas Isabel e Leopoldina do Brasil.
Em 1848 a monarquia foi extinta na França, e os Orléans seguiram para o exílio. Dotada de espírito combativo, D. Francisca negociou com vigor com os republicanos a fuga de sua família. Exilou-se e manteve uma intensa troca de correspondência com seu irmão no Brasil.
Sua única filha, a princesa Françoise de Orléans, casou-se com seu primo, o príncipe Robert, duque de Chartres, e se tornou a mãe do pretendente do trono Francês, o príncipe Jean, duque de Guise. Seu filho Pierre, Duque de Penthièvre nunca se casou, mas teve dois filhos ilegítimos com uma mulher casada.
Tratada carinhosamente como "Mana Chica" por D. Pedro II, D. Francisca defendia medidas enérgicas contra o crescimento do republicanismo no Brasil. Quando irrompeu a Guerra Civil Americana em 1861, seu marido o príncipe de Joinville, juntamente com seu filho e dois sobrinhos, foram a Nova Iorque oferecer seus serviços ao presidente Abraham Lincoln.
Em 1864, ela ajudou o irmão Dom Pedro II nas negociações do matrimônio de suas filhas, e enviou os príncipes Gastão d'Orléans, o conde d'Eu, e Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota para o Brasil, onde se casariam com suas sobrinhas, D. Leopoldina e D. Isabel, respectivamente. Entretanto, os casais preferiram trocar. Após a queda da Casa de Bonaparte do Segundo Império, a família Orléans retornou à França; A própria Francisca morreu em Paris aos 73 anos. Seu marido sobreviveu a ela por dois anos, morrendo em Paris em 1900. Ambos estão enterrados na capela real de Dreux. Francisca faleceu sete anos depois de seu irmão mais novo, Dom Pedro II.
A Cidade de Joinville (antiga Colônia Dona Francisca), em Santa Catarina, tem esse nome em homenagem ao marido da Princesa Dona Francisca, que recebeu aquelas terras como dote. Em 1848, o casal negociou as terras pelo menos em parte, com a Sociedade Colonizadora Hamburguesa, pois o pai de Francisco, o rei da França Luís Felipe havia sido destronado e a família encontrava-se em dificuldades financeiras.
Através de sua filha, a Duquesa de Chartres, Francisca foi avó materna da princesa Maria da Dinamarca, mãe de Ana de Bourbon-Parma, esposa do rei Miguel I da Romênia. Francisca também é ancestral comum do atual pretendente ao trono francês.
Fonte: Barman, Roderick J. (1999). Citizen Emperor: Pedro II and the Making of Brazil, 1825–1891. Stanford: Stanford University Press.
Pesquisa: @brasil_imperial
2 comentários:
Parabéns pelo excelente conteúdo!
Muito bom!
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