Por Mayra Poubel*
A chegada de migrantes portugueses no Brasil foi praticamente inexpressiva no período entre o final do século XV e o século XVI. Em nível de comparação, enquanto 700 mil emigrantes se dirigiram para as possessões de Portugal na África e na Ásia, apenas 100 mil tinham como rumo às terras portuguesas na América. Inicialmente os portugueses que vinham para o Brasil eram membros de uma elite próspera interessada principalmente em investimentos que gerassem lucros a partir da produção açucareira. Houve também a migração forçada incentivada por Portugal, o degredo, que tinha como objetivo povoar o território, além da chegada de cristãos-novos e ciganos que viam no Brasil a oportunidade de fugir das perseguições religiosas.
1760-1791 e 1837-1841 - Imigração de transição
Enquanto no primeiro período ocorreu a chegada de membros da elite, nessa segunda fase há a vinda de indivíduos pobres que não tinham trabalho em sua região de origem, a atual região do Minho. Porém, permanece a entrada de portugueses pertencentes as camadas médias e altas da sociedade portuguesa. Destaca-se o período ocorrido entre os anos de 1808 e 1817 quando mais de 10000 portugueses que chegaram ao Brasil se distinguiam do restante da população pelo dinheiro e nível educacional, muitos deles pertencentes à corte de D. João que desembarcou fugindo da ameaça de invasão francesa a Portugal.
1851-1930 - Imigração de massa
Em meados do século XIX uma série de mudanças ocorridas em Portugal provou uma alteração no perfil do imigrante português. Dentre elas podemos destacar um aumento da taxa de crescimento da população portuguesa; excedente de mão-de-obra no campo devido a mecanização agrícola e o empobrecimento dos pequenos proprietários rurais. Os portugueses que aqui chegavam eram, portanto, de origem pobre. Destaca-se a grande quantidade de mulheres e crianças órfãs, abandonadas e pobres.
1960-1991 - Imigração de declínio
Durante a década de 1930 fatores como desenvolvimento industrial português, envelhecimento da população, política no Brasil de proteção ao mercado de trabalho nacional e suspensão de viagens atlânticas durante a Segunda Guerra Mundial, explicam a redução do fluxo migratório português. Porém no final da década de 1960 e início da de 1970, os movimentos migratórios lusitanos dão uma retomada principalmente pelos conflitos na política interna portuguesa e o momento de “milagre econômico” vivenciado no Brasil.
Bibliografia:
https://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento/portugueses.html
Por Mayra Poubel* Graduada em História (UFF, 2017). Mestre em Sociologia e Antropologia (UFRJ, 2012). Graduada em Ciências Sociais (UERJ, 2009).
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