quarta-feira, fevereiro 02, 2022

Bertha Benz: Uma mulher a frente do seu tempo

 
Um capítulo muito importante da história do automóvel foi escrito por uma mulher. No mês que a Mercedes-Benz completa 65 anos de Brasil, impossível não lembrar de Bertha Benz. 

Bertha Ringer, seu nome de nascimento, nasceu em 1849, filha de Auguste Friederike e Karl Friedrich Ringer. Era a terceira de nove filhos do casal Ringer. Em uma época em que a educação era negada às mulheres, Bertha se interessava por mecânica, e aprendeu com seu pai como os mecanismos da época funcionavam, como a locomotiva. 

Diz a história que ela ficou muito decepcionada com o pai ao ler uma frase escrita por ele na Bíblia. A frase dizia que, infelizmente, havia nascido outra menina. E tal fato teria alimentado seu desejo de mostrar que as mulheres poderiam sim, fazer grandes feitos. 

Em 27 de junho de 1869, ela conheceu um engenheiro chamado Carl Benz. Foi então que ele a contou sobre seu projeto, uma carruagem sem cavalos, o que atraiu sua atenção imediatamente.

Os dois casaram-se três anos depois, em 20 de julho de 1872. Carl usou então o dote de Bertha para investir em seu negócio, a Benz & Cie. Porém, a vida do casal não foi fácil. Muitos achavam a invenção de Carl um artefato inútil e perigoso. Eles passaram por dificuldades, humilhações, mas persistiram na invenção e no registro. 

Em 1886, Carl apresentou ao mundo o automóvel Patent-Motorwagen. O Modelo I foi a patente original do carro motorizado e também o primeiro automóvel do mundo. 

A história continuava sendo escrita. Em  5 de agosto de 1888, aos 39 anos, Bertha dirigiu de Mannheim até Pforzheim, percorrendo um trecho de 106 quilômetros, sendo considerada a primeira viagem particular com um automóvel.

Ela utilizou um dos protótipos de três rodas que seu marido desenvolvera. Em seu plano, Bertha incluiu pontos de parada em vilarejos para comprar ligroína, um destilado de petróleo usado como solvente, o qual abastecia os protótipos do casal. 

Falta de combustível, válvulas entupidas e outras falhas foram solucionadas por Bertha durante a viagem. Mesmo quando o combustível acabou por completo e o veículo teve que ser empurrado, ela não hesitou em descer e empurrar o veículo. A viagem de Bertha ganhou notoriedade, exatamente como ela esperava. 


A viagem foi essencial para o desenvolvimento técnico do automóvel. A viagem mostrou que os testes de rodagem na indústria automobilística eram essenciais para o produto e para a segurança dos passageiros.

Décadas de pobreza e desprezo deram lugar ao reconhecimento e riqueza. Muitos anos se passaram antes da inovação ser aceita pela população. Mas posteriormente, o automóvel se tornaria um dos avanços culturais mais importantes da nova era.

Ninguém ousaria agora negar a grande contribuição da família Benz para a vida moderna. E foi Bertha quem tornou isso possível: com a sua crença inabalável, o seu capital e a sua bravura. 

Em seu aniversário de 95 anos, ela foi proclamada senadora honorária pela Universidade Técnica de Karlsruhe. Morreu, dois dias depois, partindo em paz. Com a missão cumprida de ter sido uma mulher que não permitiu que nada nem ninguém a dissuadisse de suas visões.

Algum tempo depois, Carl escreveu “Só uma pessoa ficou comigo neste pequeno barco da vida que parecia destinado a afundar. Esta pessoa foi minha esposa. Corajosa e resoluta, ela içou as velas da esperança”.

Fontes de Consulta:

https://avozdelas.com.br/historias-das-estradas/bertha-benz-saiba-mais-sobre-a-mulher-que-fez-a-primeira-viagem-de-carro-da-historia-101340

https://bonopneus.com.br/bertha-benz-a-mulher-que-mudou-a-historia-do-automovel/

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Bertha_Benz

2 comentários:

Clarissa Godoy disse...

Um viva para nós mulheres!

Adinalzir disse...

Valeu Clarissa Godoy
Com toda certeza! Gratidão pela visita!