quarta-feira, janeiro 05, 2022

Parque Natural Municipal da Serra da Capoeira Grande

 

O Decreto Municipal nº 21208 de 01/04/2002 deu valor e reconheceu o parque que possui 21 hectares e está inserido na APA da Serra da Capoeira Grande, em Pedra de Guaratiba. Sua principal característica é a presença de remanescentes de Pau-brasil,  além de outras árvores nativas de Mata Atlântica e tem como objetivo preservar o patrimônio paisagístico da área. 

Sua elevação não passa de 200 metros em alguns pontos e a mata é densa e cheia de vida. 

Localização da Unidade de Conservação:

Situada em Guaratiba, ao norte de Pedra de Guaratiba, se estende entre as Estradas do Magarça, da Pedra, do Catruz, da Capoeira Grande e a Avenida Dom João VI. É uma APA e inclui o Parque Natural Municipal da Serra da Capoeira Grande.

A Unidade de Conservação apresenta uma notável biodiversidade, em virtude da variedade de ecossistemas ali existentes, predominam os ecossistemas costeiros de mangue e restinga onde ocorrem exemplares raros ou endêmicos de fauna e flora nativa. A avifauna é variada e atrai a atenção dos visitantes pela ocorrência de cerca de 140 espécies entre residentes, visitantes e migratórias. Algumas delas acham-se ameaçadas de extinção, como o colhereiro (Ajaia ajaja), o pato-do-mato (Cairina moschata).









Também habitam a área a choca listrada, o garrinchão, o endêmico tiê-sangue, o bem-ti-vi, a saracura-do-mangue, a garça- branca-grande dentre outros. Esses animais escolhem seus locais de alimentação e de nidificação (fazer ninhos), preferencialmente na vegetação de manguezal e na formação arbórea existente no morro do Piaí.

Vegetação:

Com sua cobertura vegetal enquadra-se como Floresta Pluvial Tropical de Baixa Altitude. O Parque conserva um dos últimos fragmentos de Mata Atlântica do entorno de Guaratiba, constituído por um denso aglomerado populacional. Apresenta uma mata importante para amenização climática da região e para preservação de remanescentes da flora e fauna ali encontrados.

Entre as espécies arbóreas existentes na mata, destacam-se a carrapeteira (Guarea guidonea), a imbira (Pseudobombax grandiflorum), a embaúba (Cecropia lyratiloba), a paineira (Chorisia speciosa), dentre outras espécies como os poucos exemplares do caiapiá (Dorstenia arifolia), ameaçados de extinção.

Fauna:

A fauna é remanescente e consequentemente previsível característico desta UC. as listas de fauna permitem a pressuposição de ocorrência faunística de um pequeno levantamento. Entre os mamíferos encontrados destaca-se, o mico-estrela (Callithrix jacchus), o gambá (Didelphis marsupialis), o tatu (Dasypus novencintus),etc. A avifauna está representada pelo gavião-carijó (Rupornis magnirostriz), a coruja (Otus choliba),o tucano de bico preto (Ranphastos vitellinus ariel), dentre outras.

Objetivos da Unidade de Conservação:

Oferecer espaços verdes e livres para o lazer.

Preservar, proteger e recuperar o ecossistema de mata atlântica existente.

Preservar, proteger e recuperar o patrimônio paisagístico da área.

Promover atividades de educação ambiental visando integrar os moradores do entorno e atividades que promovam a auto sustentabilidade.



Fotos: Ives Lamego

Os principais atrativos:

O turistas poderão se beneficiar com trilhas na mata a pé ou também a cavalo como alguns grupos de aventuram pelas serras;

Os visitantes também poderão desfrutar de lindas cachoeiras e nascentes além de paisagens naturais de singular beleza.





























Um histórico da Mata Atlântica no local:

Originalmente, a Mata Atlântica se estendia por toda a costa brasileira, acompanhando planaltos e serras desde o Rio Grande do Norte (6º S) até o Rio Grande do Sul (30º S), adentrando o interior do território brasileiro na região dos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Ao todo, a Mata Atlântica já cobriu 1.300.000 km2, ou cerca de 15% do território brasileiro, englobando 17 estados, atingindo até o Paraguai e a Argentina.  Devido à forte devastação, essa formação vegetal foi fragmentada, estando hoje reduzida a pequenos vestígios de sua área original de ocorrência. São 456 manchas verdes distribuídas entre o município de Osório, no Rio Grande do Sul, e a Serra da Ibiapaba... 

A longa história da devastação da Mata Atlântica começou com a chegada dos colonizadores portugueses no século 16. Estima-se que o comércio de pau-brasil tenha provocado o abatimento de, aproximadamente, 2 milhões de árvores dessa espécie. Anos mais tarde, com o início efetivo da colonização, grandes extensões da Mata Atlântica foram substituídas pela agricultura da cana-de-açúcar, no Nordeste. No final do século 19 e início do século 20, foi a vez do avanço da cultura cafeeira no Sudeste-Sul expulsar a floresta dessas regiões. A floresta foi sendo devastada também pela expansão da indústria, da agricultura, do turismo e da urbanização, que exigiram a extração de madeiras de vastas áreas... 

Para a preservação das riquezas faunísticas e florísticas da Mata Atlântica é necessário a tomada de múltiplas medidas que dependem da vontade política dos governantes, da conscientização, mobilização e participação dos cidadãos e da incorporação do conceito de sustentabilidade nas atividades econômicas. Em conjunto, outras medidas importantes são a fiscalização da caça, da posse de animais em cativeiro e do comércio ilegal de espécies silvestres, além de uma efetiva fiscalização da atividade pesqueira e da realização de programas de educação ambiental junto à população....

Fontes de Pesquisa: 

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/mata-atlantica-floresta-e-a-mais-agredida-do-mundo.htm?cmpid=copiaecola

http://www.rio.rj.gov.br/web/smac/exibeconteudo?id=9828563

Texto de Ângelo Tiago de Miranda (UOL)

Fotos de Ives Lamego e Yury Borba.

9 comentários:

Unknown disse...

Deve ser lindo, este lugar !
Tenho muita vontade de conhecer.

Adinalzir disse...

É muito lindo mesmo!
Quando puder vai lá, você vai gostar.
Valeu Unknown pelo comentário!

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

É sem dúvida umas das áreas remanescentes dos ecossistemas nativos que estão sendo recuperados e merecem ser interconectados entre si, seja no Município do Rio de Janeiro e no Estado, por meio de corredores de biodiversidade. Atualmente, temos na Serra do Mar a maior expressão da Mata Atlântica, mas seria ótimo se a Tijuca e a Pedra Branca, bem como essas UCs vizinhas pudessem se conectar por meio de vias verdes ao PARNASO. Hoje a maior ameaça à natureza já nem seria a cana-de-açúcar, a mineração ou o café, mas, sim, a ocupação irregular do território.

Adinalzir disse...

Exatamente assim, meu amigo Rodrigo Phanardzis!
As nossas autoridades deveriam se preocupar mais com o meio ambiente e a preservação desses ecossistemas. Mas pouco se preocupam. Esse é grande problema. Um grande abraço!

Unknown disse...

Infelizmente vai acabar como o parque da pedra branca e outros...sendo loteado pela milícia. Afinal é para quem mesmo mais esse parque?

Ives disse...

Excelente pesquisa pai! Parabéns pelo trabalho

Adinalzir disse...

Valeu meu filho Ives!
Eu também te agradeço pela colaboração.

Ademir disse...

Sou nativo de Guaratiba e amo este lugar minha família existi há mais de 100anos nesta serra conheço boa. Parte das histórias desta serra bem como o descaso do poder público em favor do meio ambiente e dos poucos remanescentes filhos de antigos lavradores que ali moram bem como minha família meu pai se vivo fosse estaria com mais de sem anos nasceu e morreu nesta localidade Estou aguardando com ansiedade por está criação da Parque natural Espero que venha ser bom para a ecológica e para os moradores. Sou Ademir Correia dos Santos proprietário do Sítio Boa Esperança onde funciona um monte ou seja onde tem um cruzeiro aberto ao público para adoração.

Adinalzir disse...

Ao Ademir e aos outros amigos comentaristas!
Sei que as vezes fica complicado responder a todos vocês devido a demanda de perguntas.
Mas de qualquer forma fico muito honrado pela visita e pelo apoio.
Um abraço fraterno e um Feliz 2023!