domingo, julho 25, 2021

Real Gabinete Português de Leitura


 Foto de Marc Ferrez, de 1895. Colorizada pelo mestre Reinaldo Elias.

Em 14 de Maio de 1837, um grupo de 43 emigrantes portugueses do Rio de Janeiro reuniu-se na casa do Dr. António José Coelho Lousada, na antiga Rua Direita (hoje Rua Primeiro de Março), nº 20, e resolveu criar uma biblioteca para ampliar os conhecimentos de seus sócios e dar oportunidade aos portugueses residentes na então capital do Império de ilustrar o seu espírito.

O Gabinete Português de Leitura teve a sua primeira sede no sobrado do nº 83 da Rua de São Pedro e, em 1842, se transferiu para a Rua da Quitanda, onde ocupou um prédio de três pavimentos, de fachada azulejada e beiral de telhas de canal esmaltadas em Alcobaça.

No entanto, o espaço necessário para guardar os numerosos livros que possuía tornou-se exíguo e, em 1850, a diretoria viu-se obrigada a procurar novo abrigo, na Rua dos Beneditinos.

Como a biblioteca não parasse de aumentar, este edifício acabou por deixar de atender às exigências da associação, sendo então adquirido em 1876 um terreno na Rua da Lampadosa, atual Rua Luís de Camões para a construção de nova sede, onde funciona até hoje.

Reparem que não havia o "Real" no título do frontão. O título "Real" só foi outorgado pelo Rei de Portugal em 1906. O interessante é que Portugal tornou-se república em 1910, mas o título ficou. O Real Gabinete é a maior biblioteca de autores portugueses fora de Portugal.

Em 10 de Junho de 1880, tricentenário da morte de Luis de Camões, com a presença do imperador D. Pedro II, do ministro do Império Barão Homem de Mello e do Presidente da Câmara Municipal Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, é lançada a primeira pedra para a construção da nova sede do Gabinete Português de Leitura. O projeto escolhido foi o do arquiteto português Rafael da Silva Castro, com seu traço neomanuelino a evocar a epopeia camoniana.


O edifício, primeira construção no Brasil com estrutura em ferro , importado da Europa, tem toda a sua fachada erigida em pedra de lioz vinda de Portugal, com estátuas de Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, do Infante D. Henrique e de Luís de Camões sobre as mísulas da fachada. Foi inaugurado em 10 de Setembro de 1887, com a presença da Princesa Isabel e do Conde D’Eu. Os trabalhos de construção tinham sido dirigidos pelo arquiteto Frederico José Branco e as pinturas e decorações em relevo estiveram a cargo do artista Frederico Steckel. O RGPL funciona como Museu, Biblioteca totalmente informatizada, com um acervo de 350.000 publicações, Centro de Estudos Multimídia, Centro Cultural e Polo de Pesquisas.

O belíssimo Real Gabinete Português de Leitura é um prédio estilo neo-manoelino, que se caracteriza pela exuberância plástica, o naturalismo, a robustez, a dinâmica de curvas e o recurso a motivos inspirados na flora marítima e na náutica da época dos Descobrimentos. Visitar suas suntuosas instalações é um ótimo programa no Rio de Janeiro.

Um aspecto do interior do Real Gabinete Português de Leitura, local que a maioria dos cariocas não conhece. 

Fonte: http://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/

Pesquisa feita pelo administrador deste blog!

2 comentários:

Aurélio de Souza Santana disse...

Essa é uma das bibliotecas mais lindas do mundo! Sempre que posso vou visitar.

Adinalzir disse...

Concordo com você, Aurélio de Souza. Quem sabe um dia irei conhecer. Gratidão pelo comentário!