quarta-feira, dezembro 30, 2020

Castelo dos Guimarães: um castelo mal assombrado


 
No dia 05 de abril de 1973, o Professor Rivadávia Pinto trouxe o então Diretor de Patrimônio do Estado do Rio de Janeiro, Sr. Trajano Quinhões à Ilha de Guaratiba para que pudesse tomar conhecimento de uma antiga construção situada em uma colina de 75 metros de altura conhecida como Castelo dos Guimarães. 

Na época ali só restavam paredes de pedra de até 50 centímetros de largura, janelas semelhantes às de fortificações do século XVIII e ao lado existia uma construção que parecia ter sido ocupada por escravos. Na ocasião, moradores das proximidades contaram a Rivadávia lendas e contos que assombravam a região. Assim relata o historiador:

"Talvez uma das causas do desconhecimento das ruínas tenha sido o medo de assombração que toma conta dos moradores quando falam nos antigos donos do castelo. Uns afirmam ter visto um capitão ”muito grande” à porta da casa principal, como que “guardando-a e protegendo a entrada dos forasteiros”. O velho Plácido, de “mais de 70 anos” é quem conta: -”Num dia de carnaval eu vi um homem. Era enorme. Pensei que fosse até alguém brincando, fantasiado, e reclamei pois estava pisando no meus pés de milho. Quando eu acabei de falar a visão desapareceu numa folha”.

Depois ele afirma que chegou em casa e foi atacado por um homem que tinha braços de cachorro. - “Era mais ou menos um lobisomem”. Lembra ele, enquanto apressadamente esconjura o demônio. Outros moradores da região afirmam que um cavaleiro anda todas as noites no caminho da mangueira grande. Dizem que, quem vê a árvore pode perceber que ela esta caída no chão. Mas de manhã, a surpresa já não toma conta de ninguém: a mangueira volta a ocupar o seu lugar oferecendo sombra a quem passa por perto.

Na verdade, as ruínas eram o que restava da casa dos “Irmãos Guimarães”, daí o nome da rua em que se situa – Rua dos Guimarães, e ao que tudo indica a casa foi construída ainda na época dos escravos, portanto anterior a 1888.

Para chegar ao local onde ficavam as ruínas do Castelo dos Guimarães é necessário uma caminhada entre arbustos e mata fechada que cobre os acessos e a rua de pedras que levava ao citado artefato pretérito.

Hoje já não existem ruínas e todo o local foi tomado por uma vegetação vigorosa da Mata Atlântica. A construção que agora repousa nos alicerces do antigo castelo é uma velha casa de caseiro construída pelo atual proprietário das terras da fazenda –  o Sr. Valdir Azevedo.

Fonte : Jornal do Brasil, 1º caderno página 22 do dia 05/04/1973.

Compartilhado de Rede Guará - RJ. In Geografia Memoráveis.

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segunda-feira, dezembro 28, 2020

A Sege e a Cadeira como transporte no RJ



Ilustração de  Henry Chamberlain. Rio de Janeiro 1819.

"Antes da emigração de 1808, a cadeira era o meio de condução mais usado, tanto para cavalheiros como para damas, mas como foi suplantado pela sege portuguesa, ou "chaise", muito poucas são vistas hoje nas ruas. 

A cadeira consiste em uma poltrona de braços, com alto espaldar, firmemente colocada sobre um estrado, com uma coberta oblonga de madeira da qual descem cortinas, geralmente de pano azul, com orlas e guarnições de cor, cuidadosamente fechadas atrás e na frente, mas abertas dos lados, e fáceis de abrir e fechar, à vontade do passageiro. Antigamente, as cadeiras usadas pelas damas eram ricamente  ornamentadas, de acordo com o gosto, a riqueza e a posição do dono. As cobertas eram quase sempre pintadas de vermelho, ou preto, e adornadas com flores em relevo e outros ornamentos ricamente dourados. 

Os carregadores eram escolhidos, entre os mais fortes e os mais belos negros da família, paramentados com librés vistosas, usando, às vezes, chapéus com plumas de cor. A cadeira ainda está em grande moda na Baía, ao passo que as carruagens são pouco usadas na cidade, em virtude dos morros íngremes sobre os quais foi construída.  A "sege" ou "chaise" assemelha-se, em todos os sentidos, às de Lisboa. Sendo mais tosca, é, porém, mais rica em ornamentos. As cortinas da frente são de couro, firmemente esticadas para velar a entrada do sol ou da chuva. Têm encaixados dois pequenos vidros que permitem visibilidade ao passageiro, mesmo quando não deseje ser visto de fora.

A casa, com as armas reais sobre a porta, foi durante anos a residência da Missão Britânica. 

Imagem e Texto do Livro "Vistas e costumes da cidade e arredores do Rio de Janeiro em 1819-1820 de Henry Chamberlain.

Compartilhado de A Terra de Santa Cruz.

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domingo, dezembro 27, 2020

Rua das Verbenas, em Vila Valqueire, nos anos de 1927, 1934 e 2020



Vila Valqueire faz parte da XVI Região Administrativa de Jacarepaguá no município do Rio de Janeiro. E, de certa forma, a história da região se entrelaça com a da Baixada de Jacarepaguá. 

Segundo o livro "Sesmarias de Jacarepaguá" de Raul Telles Rudge, a origem no nome do bairro se deu por conta do proprietário original do engenho que havia na região, Antonio Fernandes Valqueire. O Engenho do Valqueire, teria sido desmembrado do antigo Engenho de Fora, no século XVIII.




O fato é que no século XX, o engenho do Valqueire foi loteado pelos herdeiros do então falecido proprietário, Francisco Teles. Em 1927, abriram ruas pelo intermédio da Companhia Predial, dando o nome de Vila Valqueire ao novo bairro.

Nas imagens acima, podemos ver a Rua das Verbenas em 1927 e 1934, já com calçamento, algumas casas e palmeiras.

Referências: Revista Municipal de Engenharia, 1935, ano IV, número 19.

Acervo Arquivo geral da Cidade do Rio de Janeiro.

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sábado, dezembro 26, 2020

Mulata indo passar as festas de Natal no campo



"Mulata indo passar as festas de Natal no campo”. Ilustração de Jean Baptiste Debret. 1820.

“As festas do Natal e da Páscoa, sempre favorecidas no Brasil por um tempo magnífico, constituem épocas de divertimentos tanto mais generalizados quanto provocam mais de uma semana de interrupção no trabalho das administrações e nos negócios do comércio; o descanso é igualmente aproveitado pela classe média e pela classe alta, isto é, a dos diretores de repartições e dos ricos negociantes, todos proprietários rurais e interessados, portanto, em fazer essa excursão em visita às suas usinas de açúcar ou plantações de café a sete ou oito léguas da capital. A senhora mulata representada aqui é da classe dos artífices abastados. Sua filhinha abre a marcha conduzindo pela mão um menino negro, a seu serviço particular; vem em seguida a pesada mulata, em lindo traje de viagem, que se dirige a pé para o sítio situado num dos arrabaldes da cidade.

A senhora mulata possui uma criada de quarto, uma mulher negra, que a acompanha carregando o pássaro predileto. Logo depois a primeira mulher negra de serviço, com o gongã, cesto em que se coloca a roupa branca. A terceira mulher negra carrega o leito da senhora, um elegante travesseiro enrolado numa esteira de Angola, (bastante bem imitada na Baía). A quarta, é uma encarregada de trabalhos considerados menos nobres, uma lavadeira quase sempre grávida, que carrega os pertences das outras companheiras; e a moça negra mais nova acompanha humildemente o cortejo, carregando a provisão de café torrado e a coberta de algodão com que se envolve à noite para dormir”. 

Texto de Jean Baptiste Debret em seu livro "Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil".

Compartilhado de A Terra de Santa Cruz.

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sexta-feira, dezembro 25, 2020

Ocorre a Trégua de Natal na Primeira Guerra Mundial


 
Durante o dia de Natal de 1914, os sons de fuzis e bombas diminuíram na frente ocidental da Primeira Guerra para dar vez a celebrações nas trincheiras e aos gestos de boa vontade entre os inimigos. Um dia antes, na véspera, muitos soldados alemães e britânicos cantaram canções de Natal uns aos outros através das linhas, e, em certos pontos, os soldados aliados ainda ouviram bandas de música que se juntaram ao canto dos alemães.

Assim que amanheceu no dia de Natal , alguns soldados alemães surgiram de suas trincheiras e se aproximaram das linhas aliadas, passando pela "terra de ninguém", gritando "Feliz Natal" em línguas nativas de seus inimigos. No início, os soldados aliados temiam que era um truque, mas vendo que os alemães estavam desarmados, eles também deixaram suas trincheiras e apertaram as mãos dos soldados inimigos. Os homens trocaram presentes como cigarros e pudins de ameixa, e cantaram músicas. Houve até um caso documentado de soldados de lados opostos jogando futebol.

Alguns soldados usaram este cessar-fogo de curta duração para uma tarefa mais árdua: a recuperação dos corpos dos companheiros combatentes que tinham caído entre as linhas de combate. A chamada Trégua de Natal de 1914 ocorreu somente cinco meses após a eclosão da guerra na Europa e foi um dos últimos exemplos de cavalheirismo entre inimigos na guerra.

Compartilhado de Um dia na História.

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quinta-feira, dezembro 24, 2020

Temiminós, Tamoios, Goitacazes, Moromomins e Jesuítas. Os primeiros habitantes de Itaboraí



Após a derrota dos franceses na Baía de Guanabara em 1567, os portugueses fundaram aldeias para seus aliados indígenas, que tinham a função primária de posições defensivas contra ataques de corsários franceses. Além da fundação da Aldeia de São Lourenço em Niterói do chefe índio temiminó Araribóia, em 1573, o Governador  do Rio de Janeiro Salvador Corrêa de Sá concedeu mais terras aos chefes índios temiminós, principal tribo aliada dos portugueses na região, estes índios somavam mais de 5 mil, dez vezes mais que a população portuguesa no Morro do Castelo de cerca de 400. Em 1578, os caciques Vasco Fernandes, Antônio da França e Fernão Álvares solicitaram ao Rei de Portugal mais terras a serem povoadas por seu povo com a ajuda espiritual dos padres Jesuítas.

Em 1583 foi concedida pelo governador da capitania uma larga sesmaria a 19 quilômetros do Rio Macacu, batizada de Aldeia de São Barnabé pelos jesuítas. Além dos temiminós, habitavam na aldeia, índios goitacazes, tamoios e moromomins que passaram a se misturar entre si, rompendo as antigas rivalidades tribais.

Foi a Aldeia de São Barnabé uma das primeiras que os Padres Jesuítas estabeleceram além da Cidade do Rio e Janeiro, chegando a receber a visita do Padre José de Anchieta em 1583. A atual Igreja de São Barnabé em Itambi foi construída aos índios da aldeia pelo Padre José Vasconcellos.

Após a fundação da primeira aldeia do atual município de Itaboraí, chegaram os primeiros colonos portugueses a região em 1612, que construíram os primeiro engenhos de açúcar e anos depois inauguraram a Capela de São João Batista. Finalmente em 1696, foi fundada a Freguesia de São João Batista de Itaboraí, data oficial da fundação do Município. Os índios da Aldeia de São Barnabé interagiam constantemente com os portugueses, que passavam a trabalhar nos engenhos e participar de incursões militares contra contrabandistas de pau brasil. 

Os índios aldeados se tornaram a principal força militar dos portugueses na região. Em 1615 foi solicitado 400 dos índios de São Barnabé liderados por Armador de Sousa, filho de Araribóia para combater os traficantes de pau brasil holandeses em Cabo Frio na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Após a vitória contra os holandeses o Governador Constantino Menelau ordenou a construção da Fortaleza de Santo Inácio e fundou a Cidade de Santa Helena do Cabo Frio, a sétima mais antiga do Brasil.

No Século XVII, a Aldeia de São Barnabé se tornou a mais populosa do Rio de Janeiro, habitada por milhares de índios aldeados, sempre recebia novos contingentes de goitacazes das regiões conquistadas pelos portugueses.

A população da Aldeia passa a diminuir a partir do Século XVIII com o fim dos conflitos com os goitacazes e com a crescente miscigenacão entre índios aldeados, brancos e negros da Freguesia São João Batista de Itaboraí. Após a expulsão dos jesuítas em 1759 a histórica Igreja da Aldeia entra em completo abandono e muitos aldeados passam a viver entre os brancos na freguesia vizinha, iniciando o processo do fim da Aldeia que foi incorporada a Vila de São João Batista de Itaboraí no século XIX. Em 1872 autoridades locais avaliaram que já não viviam mais índios aldeados na região, pois todos já haviam se misturado com a população de Itaboraí. 

Fonte: Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Por Maria Regina Celestino de Almeida.

Compartilhado de A Terra de Santa Cruz.

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quarta-feira, dezembro 23, 2020

Reduzeni, um homem cheio de poderes


 
Ele possuía poderes extraordinários. Podia se transformar no que quisesse, em ave, em toco, em  vento...

Era chamado por Reduzine, Reduzido ou Reduzeni. Pertencia a uma família de benzedeiros e rezadores. Sua mãe tinha o nome de Nat e seu pai, de Tongo. Redigum seu irmão mais novo, dizia para todos com muito orgulho.

Reduzeni era homem alto e magro, barba e cabelo sempre por fazer, bem -apessoado, elegante ao se movimentar e andar. Possuía um linguajar pitoresco. Costumava chamar as pessoas por seus nomes completos, era encantador, mas podia se transformar em uma serpente... Era ao mesmo tempo o " encantador" da serpente e a própria serpente. Ele podia, com um simples olhar, causar mais desconforto do que um batalhão de formigas em uma mesa de doces, em aniversário de criança. Amava tudo que germinava na terra, até mesmo as ervas daninhas. Afirmava falar 3 idiomas, Francês, Nina e Brasileiro.

Costumava falar: "o que é tocado pela mão do homem não pode ser eterno", "Não pese opiniões de ninguém, descubra você mesmo". "procure o lugar onde a felicidade gosta de morar e se mude pra lá". "Sem humildade não existe sabedoria"...

Curava doenças do corpo e do espírito. Rezava, benzia e doava suas folhas, raízes, cascas, flores e sementes armazenadas num enorme bornal que portava atravessado ao peito. Entre tantos cheiros agradáveis, a canela se destacava. Reduzeni tinha cheiro da canela.

Abaixo vou narrar casos que ouvia de antigos moradores sobre os poderes desse homem. Afirmo que não os presenciei. Mas lhes garanto que ele era um ser diferente. Poderia preencher dezenas de páginas narrando coisas que presenciei. Tendo ainda hoje testemunhas para confirmar sobre  outros casos que não me arriscaria, relatar. Pois eu mesmo não tenho certeza se realmente aconteceram. Então, vamos deixar isso pra lá.

Um policial queria desfazer um romance com uma jovem e bela amante e para isso propôs o  desaparecimento dela ao Reduzeni. E este se negou.

O policial, enfurecido pela negação, resolveu se vingar, perseguindo, abordando e humilhando o Reduzeni. Foi quando o benzedor resolveu reagir a sua maneira.

O Armazém das Sete Portas estava lotado de pessoas. Ficava na Estrada do Campinho com Estrada de Paciência. Nessa época esse armazém era o único da região, os mais próximos ficavam em Cosmos, Inhoaíba ou no Campinho. 

Reduzeni falava para dezenas de ouvintes. Quando um grupo de policiais adentraram no recinto e ficaram surpresos ao ver, somente os policiais, um grupo de pessoas ao redor de uma gaiola com um curió cantante. Todos ficaram boquiabertos ao testemunharem o rezador imóvel e murmurando preces. Enquanto os policiais indagavam as pessoas o paradeiro do mesmo.

Vários outros relatos de moradores afirmavam o poder do homem com cheiro de canela. Ele se transformou para os policiais, na Linha de Austim, esquina com Estrada do Campinho, em um toco de madeira queimada. Até que um dia se permitiu ser visto e detido por portar um canivete no Armazém do Sr. Sandoia, na Estrada da Tutóía com Estrada de Inhoaíba. Onde recebeu voz de prisão, foi algemado  e colocado no camburão, onde já havia dois outros detidos. 

Na Delegacia, o alvoroço foi grande quando anunciaram a captura do rezador e qual foi a enorme surpresa, quando abriram as portas do carro da polícia. Lá dentro estavam, somente os dois primeiros detidos. 

Reduzeni não estava lá, e os presos juraram que o rezador nunca esteve ali. No piso da viatura, as algemas e o cheiro das ervas medicinais impregnava o automóvel, a Delegacia, a rua... O policial assustado, acabou pedindo transferência e nunca mais voltou á Campo Grande.

Reduzeni possuía poderes extraordinários. Podia se transformar no que quisesse, em ave, em toco, em vento... Pelo menos era assim que todos diziam.

Texto de Leu Lima.

Compartilhado da página Conjunto Campinho da Antiga.

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terça-feira, dezembro 22, 2020

Restauração da Estação Campo Grande em Santo André é finalizada


 
Pesquisadores e especialistas produziram o Inventário Participativo do Patrimônio Cultural, com 130 anos de história da estação de Campo Grande e região. Sob coordenação da arquiteta Fabiola Domingues, o projeto cultural de restauro foi feito com patrocínio da MRS Logística por meio da Lei de Incentivo à Cultura. 

A iniciativa teve apoio da Prefeitura de Santo André e do Comdephaapasa - Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquiteténico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André. Referenciado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS da ONU, o projeto foi elaborado pelo arquiteto Laerte Gonzalez e a obra executada pela Anwal Engenharia e Construtora.

Inaugurada há mais de 130 anos, em 1º de agosto de 1889, este edifício histórico, construído pela empresa inglesa São Paulo Railway, integrava o contexto de crescimento do estado de São Paulo na segunda metade do século XIX. Com risco de desabamento depois de um incêndio e 20 anos de abandono, a Estação foi totalmente restaurada e refuncionalizada. A obra durou 10 meses e envolveu uma equipe interdisciplinar composta por mais de 40 pessoas.

O projeto contemplou o restauro e a reconstrução total da área interna - telhas, tijolos, madeiramento estrutural, argamassa de revestimento, piso, portas e janelas. Na área externa, foi recuperada com novo piso, cercamento com alambrado, preparação do solo para o estacionamento, nova área de dejetos, postes de luz e uma iluminação monumental, que valoriza o restauro do prédio e destaca a sua beleza estrutural.

A partir de 2021, a Estação será usada como centro de controle operacional das composições MRS que trafegam pela região em direção ao Porto de Santos ou retornando no sentido do interior de São Paulo, entre outros destinos.

Compartilhado de Sobre Trilhos no Instagram.

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domingo, dezembro 20, 2020

Parabéns Paquetá pelos seus 465 anos!



 Antes da chegada do homem branco, suas terras eram ocupadas pelos índios Tamoios, que chamavam a ilha de Paketá, que significa "muitas pacas". Em em 1555 a ilha foi descrita por André Trevet, topógrafo da expedição francesa fundadora da França Antártica.

Em 18 de dezembro de o rei francês reconheceu a descoberta, sendo essa data até hoje considerada como aniversário da ilha.







Parabéns Paquetá e a todos os Paquetaenses, que a ilha seja sempre respeitada, preservada e que tenhamos um transporte seguro e eficiente para todos os turistas e moradores.

Compartilhado de Turismo e Ciência.

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sexta-feira, dezembro 18, 2020

Ritual da Antropofagia- segundo a visão do alemão Hans Staden


Explicando o Ritual da Antropofagia- segundo a visão do alemão Hans Staden que visitou a região do Rio de Janeiro ainda quando nem a cidade existia direito.

Os índios tiraram o prisioneiro da toca e derrubavam ele no chão. Em seguida desatam- lhe a corda de seu pescoço, e a passam em volta ao corpo, retendo-a de ambos os lados.

Pedras eram colocadas perto do prisioneiro e as mulheres as tacavam enquanto pensavam de que forma o indivíduo seria devorado.

Mensageiros eram lançados no meio da floresta a fim de chamar as tribos amigas para o grande banquete. Mulheres preparavam o cauim. A fogueira era feita a mais ou menos dois passos do prato principal. Pintavam todo o corpo do homem, enquanto um índio ficava parado na frente dele com um tacape na mão. O homem do tacape acertava a cabeça do prisioneiro até os olhos saltarem para fora da órbita.

(Os tupis comiam carne humana e de bicho pois acreditavam que adquiriam força, destreza e sabedoria do alimento, por esse motivo comiam todos os tipos de animais, menos o bicho- preguiça). 

Enquanto o prisioneiro era assado, dançavam e tomavam vários litros de sua bebida, celebrando a vitória.

Cortavam- lhe as pernas acima do joelho e então os braços junto ao corpo. Separavam as costas da parte dianteira e era repartido entre os homens da tribo. Mulheres e crianças  ficavam com as vísceras, crânio, miolo e língua e com isso era feito uma espécie de mingau. 

Compartilhado de Paulo Jorge (Historiador Paulo).

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quarta-feira, dezembro 16, 2020

Mulher Mameluca. Pintura de Albert Eckhout, 1641



"Do conúbio ilícito de mulheres brasilienses tanto com portugueses como com holandeses, nascem muitos destes bastardos, entre os quais, não raro, se encontram formosos e delicados tipos, quer de homens quer de mulheres. Estas, de ordinário, durante a semana, trajam longas camisas brancas de algodão, mas aos domingos e dias de festa enfeitam-se mui garridamente à moda espanhola, adornando o pescoço, as orelhas e as mãos com corais e pedras falsas em profusão. Muitas, devido ao seu porte airoso, passam por donzelas espanholas.

Os homens são inclinados a toda a sorte de profissões lícitas, e se deixam aproveitar com vantagem no nobre mister das armas. As mulheres casam com frequência entre a gente da sua casta. Na maioria, porém, são muito honestas e legalmente cobiçadas para esposas legítimas por portugueses, às vezes bastante ricos, e também por alguns neerlandeses abrasados de paixão. Em suma, os espanhóis e portugueses, os brasilienses e tapuias, os mulatos e mamelucos, vivem quase todos entre si.." Descrição de Zacharias Wagener, escrivão de Maurício de Nassau e funcionário da Companhia das Índias Ocidentais sobre os Mamelucos, mestiços entre índios e brancos do Brasil Holandês. 

Na América do Sul, o mameluco (mais comumente conhecido como "caboclo") é, também, o termo usado para identificar pessoas mestiças entre brancos e índios. Nos século XVII e século XVIII, mameluco referia-se a bandos organizados por colonizadores (mesclados ou não) caçadores de escravos. Mamelucos eram, em sua maioria, exploradores que vagueavam pelo interior da América do Sul desde o Atlântico até às encostas dos Andes, e do rio Paraguai até ao rio Orinoco fazendo incursões nas áreas indígenas em busca de metais preciosos. 

Fonte: "O Brasil Holandês" – Evaldo Cabral de Mello.

Originalmente postado em A Terra de Santa Cruz

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domingo, dezembro 13, 2020

A Rainha do Café, os Finlandeses e Fazenda Penedo - RJ

 

O Casarão Penedo é a sede da antiga Fazenda Penedo, uma fazenda do ciclo do café erguida em 1836 por Maria Benedita Gonçalves conhecida no Vale do Paraíba como “A Rainha do Café”. Mulher que apesar de analfabeta era proprietária de várias fazendas de café nesta região, possuía grande influência, era amante da cultura e organizadora de grandes eventos.

O local do Casarão Penedo foi escolhido pela proximidade ao Pico do Penedo (que deu o nome à fazenda), ao bom curso d’ água que passa nos fundos do Casarão (o rio das Pedras), pelas terras férteis, e principalmente por uma vista deslumbrante.

O Casarão Penedo encontra-se no sopé da majestosa Serra da Mantiqueira, com vista para o vale do Paraíba. Neste cenário é possível fazer uma viajem no tempo e imaginar as belas comemorações que aconteceram aqui. Por incrível que pareça, Maria Benedita Gonçalves possuía uma orquestra formadas por negros escravos que aprenderam a ler partituras com professores vindos da Europa. Supõem-se que muitos destes negros desceram para o Rio de Janeiro após a abolição da escravatura e lá deram início as escolas de samba que conhecemos atualmente.

Por volta de 1900 a cafeicultura mudou-se para os Estados de São Paulo e Minas Gerais e o Casarão Penedo torna-se propriedade do Mosteiro de São Bento. Aqui, os Monges Beneditinos faziam os seus retiros espirituais. Este período não está bem documentado mas, podemos ter certeza de que os monges apreciavam a tranquilidade e a beleza natural do Casarão e seus arredores.

Em 1929, começou uma época completamente nova no Casarão. Um pequeno grupo de imigrantes finlandeses liderado por Toivo  Uuskallio, estava a procura de terras para fundar uma colônia utópica onde pudessem plantar, colher e viver uma vida saudável e próxima à natureza. Este grupo apaixonou-se por Penedo e, com um  grupo inicial de aproximadamente cem  finlandeses adquiriu toda a propriedade e se estabeleceu no Casarão.

Maria Benedita Gonçalves conhecida no Vale do Paraíba como “A Rainha do Café.

Os imigrantes finlandeses possuíam as mais diversas habilidades que iam desde o cultivo da terra às artes. O Casarão Penedo tornou-se mais uma vez um lugar repleto beleza natural, atividades culturais e muitas festas. Muitos casamentos foram realizados aqui, o primeiro já em 1929. A primeira sauna do Brasil foi construída no fundo do Casarão às margens do Rio das Pedras e as tradições finlandesas começaram a se enraizar em Penedo.

Os finlandeses amavam a beleza tropical e começaram a transformar as terras empobrecidas pelo longo período do cultivo do café em grandes áreas arborizadas e belos jardins. Todo este exotismo e beleza criados pelos finlandeses deram início ao turismo que podemos apreciar  ainda hoje.

Na década de 40 os finlandeses venderam parte da Fazenda Penedo que passou a ser propriedade da Geigy do Brasil (atual Novartis). Neste período, durante a Segunda Guerra Mundial, o Casarão Penedo abrigou famílias que fugiam do totalitarismo na Europa. Uma pequena fábrica de plantas medicinais foi criada em Penedo, que empregava os refugiados e muitos dos imigrantes finlandeses.

Nos anos 50, o Casarão continuou a funcionar com um elegante hotel. Hóspedes do Rio de Janeiro e de São Paulo passaram a descansar e desfrutar dos banhos no Rio das Pedras e da então exótica sauna. Os finlandeses de Penedo eram conhecidos como excelentes massagistas.  Seus costumes, culinária , danças e músicas foram as principais atrações.

Entre 1950 e 2000, o Casarão passou por vários proprietários brasileiros, sendo que cada um a sua maneira respeitava-o como um patrimônio de Penedo. Em 2010 o Casarão Penedo volta a ser propriedade finlandesa. A família Viitaniemi-Peltola, que também faz parte dos imigrantes de Penedo, está devolvendo ao Casarão a sua beleza e alegria original com muito esforço e dedicação. Hoje, o Casarão está aberto novamente para todos que quiserem comemorar um momento importante repleto de história e beleza.

Texto e fotos antigas retirados do site: casaraopenedo.com.br

Fotos recentes de autoria de Hugo Delfim.

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terça-feira, dezembro 08, 2020

Livro disseca conceito de escravidão e liberdade na Minas Gerais do século 18

 

Gravura de Johann Moritz Rugendas, retrata a vida de escravos no Brasil no período colonial

'Libertos, Patronos e Tabeliães', do historiador Douglas Lima, revela aspectos pouco conhecidos sobre o processo de alforria de escravos em solo mineiro durante o período colonial

Fora do meio acadêmico, a história de escravos que, durante o período colonial, faziam poupança - e até entravam na Justiça - com o intuito de comprar a própria carta de alforria, ainda é pouco conhecida. Mas é justamente esse capítulo importante da historiografia mineira que ganha relevo  em “Libertos, Patronos e Tabeliães: A Escrita da Escravidão e da Liberdade em Alforrias Notariais” (Caravana Grupo Editorial, 229 págs., R$ 40, disponível no site caravanagrupoeditorial.com.br) 

Recém-lançada pelo mineiro Douglas Lima, a obra retraça e analisa casos de alforria de ex-cativos registrados em cartórios mineiros no início do século 18. Também se detém sobre a história fascinante, ainda que trágica, de Luzia Pinta.

O título – que se torna ainda mais relevante no ano em que Minas Gerais completa três séculos de existência – é o resultado de uma dissertação de mestrado defendida por Lima na Universidade Federal de Minas Gerais, e tomou forma durante os sete anos nos quais ele passou lendo e transcrevendo cartas e escrituras de alforria registradas em cartório no Arquivo Histórico do Museu do Ouro (Casa Borba Gato), em Sabará.

Em suas pesquisas, o autor se deparou com aspectos surpreendentes e pouco conhecidos do dia a dia de negros alforriados na região da antiga Comarca do Rio das Velhas, cuja sede ficava na Vila Real de Nossa Senhora da Conceição de Sabará, atual Sabará.

A narrativa coloca em primeiro plano a trajetória de homens e mulheres escravizados e mostra como muitos deles, após terem sido brutalmente arrancados de suas regiões de origem na África e de terem suas vidas sujeitas à dura rotina do cativeiro, conseguiam conquistar a liberdade em solo mineiro. "No período colonial, a escravidão estava presente em diversas situações do cotidiano mineiro. Por outro lado, a possibilidade da alforria também estava no horizonte para alguns escravos. Ao longo do tempo, o contingente de pessoas libertas se tornou expressivo, a ponto de as próprias autoridades se incomodarem. Mas era algo paradoxal, pois, ao mesmo tempo em que os libertos eram vistos como indivíduos que espalhavam desordem e colocavam em risco a estrutura escravista, eles também pagavam impostos para a Coroa portuguesa, e eram importante mão-de-obra", explica Lima, que é mestre em História pela UFMG.

Comércio das almas. Porém, a dinâmica para que escravos conquistassem a própria liberdade era complexa, e, muitas vezes, dependia de acordos forjados entre os senhores e os cativos. Em alguns casos, o processo conseguia ser lucrativo para ambas as partes. "Uma prática comum era a chamada coartação, isto é, a alforria paga em parcelas, que geralmente variavam entre quatro e seis anos. Dessa forma, muitos escravos passavam a ter certa autonomia para desempenhar funções laborais na mineração e, sobretudo, no pequeno comércio urbano, para juntar os recursos necessários ao pagamento de sua própria liberdade. Era um negócio vantajoso para muitos senhores, que recebiam altas quantias que, posteriormente, poderiam ser aplicadas na compra de novos escravos", diz Lima.

O pesquisador, no entanto, relata que, na maioria das vezes, ainda que nos documentos registrados em cartório os escravos estivessem desembaraçados da escravidão, na prática, continuavam obrigados a prestar serviços e a viver junto aos patronos. "Discursos políticos daquele período foram fortes elementos na cristalização de uma imagem negativa acerca dos libertos e de seus descendentes em Minas Gerais. E isso favoreceu a perpetuação de preconceitos e a marginalização social que, em última instância, silenciou a contribuição histórica daquelas pessoas ao longo de séculos", completa.

Tragédia e inspiração. A obra revela também histórias de personagens marcantes e cativantes, como é o caso de Luzia Pinta – mulher que nasceu em Angola, veio para o Brasil como escrava, conseguiu sua alforria, foi presa em Sabará, em 1742, e acabou vítima da Inquisição de Lisboa, por suas crenças religiosas.

"Eu me esbarrei por acaso com a trajetória de Luzia Pinta. O processo inquisitorial dela já havia aparecido em pesquisas sobre religiosidades de matrizes africanas no período colonial, e eu sabia que Luzia tinha vivido em Sabará. Então, foi com surpresa que encontrei sua carta de alforria e outros documentos que me permitiram acompanhar sua trajetória por mais de duas décadas antes de ela ser presa”, releva. “Mesmo que o desfecho da vida de Luzia Pinta tenha sido trágico, ela protagonizou uma história complexa que desafiou a lógica da sociedade escravista mineira do século 18", conclui Lima.

Por Alex Ferreira.

Originalmente postado em OTempo

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

domingo, dezembro 06, 2020

A Origem Cristã Nova de Deodoro da Fonseca

 

Em 1672 um certo João da Fonseca, capitão de ordenanças de Alagoas do Sul, PE. Foi promovido ao Posto de Capitão Mor da região por conta da sua participação nas guerras contra os Holandeses no Brasil.

João da Fonseca, foi veterano das duas batalhas dos Guararapes e também combateu o Quilombo dos Palmares. Talvez foi um dos homens de maior influência na governança de Alagoas do Sul na segunda metade do século XVII. 

Foi Juiz dos Órfãos de Alagoas do Sul, dentre os postos e ofícios que ocupou estão: Escrivão da Câmara, Capitão Mor de Alagoas do Sul (1672-1681), Capitão de Infantaria em Alagoas do Sul (1651-1672), Capitão da Infantaria da Ordenança (provido em 1664), Indicado a Juiz Ordinário (1673), Alcaide da Câmara de Olinda (1690) Provido na serventia dos ofícios de Escrivão dos Órfãos, Inquiridor, Contador e Distribuidor do Juízo Ordinário da Vila de Porto Calvo (1692).

Por seu prestígio e influência política, João da Fonseca foi acusado por desafetos de ser um cripto judeu. Assim como muitos membros da família Fonseca, era sabido que João era um Cristão Novo, descendente dos judeus portugueses batizados pela igreja no século XVI. Foi investigado pela Inquisicão. Porém nada incriminador foi evidenciado contra o Capitão que dedicou boa parte de sua vida servindo a Coroa Portuguesa protegendo Pernambuco de seus inimigos. Porém por ser Cristão Novo, João da Fonseca não foi visto como digno de receber títulos nobiliárquicos, como o posto de Cavaleiro da Ordem de Cristo ou de Avis. Uma de suas netas, Maria da Fonseca, se casou com o português Bartolomeu de Oliveira Pinto, ancestral do Primeiro Presidente do Brasil, o Marechal Deodoro da Fonseca, nascido nas terras de Alagoas do Sul, atual município de Marechal Deodoro.

De acordo com Israel Blajberg, Integrante da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, D. Rosa Maria Paulina da Fonseca (1802-1873) Descendia de índios e escravos, sendo mais conhecida como D. Rosa da Fonseca. Nasceu na antiga capital de Alagoas, atual município de Marechal Deodoro, casando-se com Manuel Mendes da Fonseca em setembro de 1824, o qual, como descendente de cristãos-novos, transferiu por linhagem paterna essa condição aos filhos.

Segundo Walter Fonseca em seu livro "Uma família e uma história" (1982). O Tenente- Coronel Manuel Mendes Fonseca tem raízes genealógicas em comum com o primeiro rabino do Brasil, Isaac Aboab da Fonseca (1605- 1693), nascido em Castro Daire, Distrito de Viseu, vila hoje com cerca de 4.600 habitantes, a cerca de 300km ao NE de Lisboa, na tradicional Província de Beira Alta, em Portugal.

Aboab da Fonseca, além de rabino Chefe do Brasil Holandês de 1642 a 1654, era escritor e deixou uma bagagem literária em que se destacam obras em latim: Escreveu uma gramática hebraica e em 1655 publicou a tradução hebraica da obra cabalística Casa de Dios e Puerta del Cielo, de Abraham Cohen Herrera. Em 1681, publicou um comentário espanhol sobre os cinco rolos ou livros.  Escreveu em seu famoso poema histórico em hebraico. Zecher Asiti leNiflaot El. (Ergui um Memorial aos Milagres de Deus), composto no Recife em 1646: “Há muitos combatentes em meio a minha Nação”. As referências a judeus portugueses de nomes Mendes e Fonseca ocorrem às centenas nos livros especializados, como nos de Anita Novinski, eminente professora da USP, considerada a maior especialista em marranismo do Brasil.

Os Sete filhos de D. Rosa da Fonseca eram chamados por ela como os Macabeus, por terem combatido na Guerra do Paraguai. E ela própria, como “A Macabeia”; são eles: Afonso Aurélio da Fonseca, Eduardo Emiliano da Fonseca e Hipólito Mendes da Fonseca, os três heróis que tombaram em combate, e os quatro que atingiram o generalato, Manoel Deodoro da Fonseca, Marechal e Presidente da Republica, João Severiano da Fonseca, general médico, patrono do Serviço de Saúde do Exército, Hermes Ernesto da Fonseca, Marechal do Exército e Severiano Martins da Fonseca, Marechal de Campo. A palavra macabeu deriva do hebraico macabi  -martelo. Era a denominação dos cinco filhos do sacerdote Matatiau, dos quais o mais ilustre foi Yehuda haMacabi, Judas Martelo, pela sua força e determinação na luta contra os gregos.

Ao contemplar em antigas gravuras os rostos dos sete Macabeus. Revela-se o amálgama em que se constitui o povo brasileiro, resultado da junção, ao longo dos séculos, dos índios e tantos outros imigrantes, identificando em alguns os traços dos guerreiros caetés e tabajaras; em outros, dos negros que ajudaram a fazer deste país uma grande nação e sem dúvida os antigos traços judaicos sefaradim (Sefarad = Espanha em hebraico).

Fonte: "Fonseca uma Família e uma História", de Walter Fonseca. "O Senado da Câmara de  Alagoas do Sul, Governança e Poder Local no Sul de Pernambuco (1654-1751)". "Nas Malhas da Consciência: Igreja e Inquisição no Brasil : Nordeste 1640-1750."

Originalmente postado em A Terra de Santa Cruz

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

sexta-feira, dezembro 04, 2020

Um Cartografo Alemão no Pará do Século XVIII

 

O capitão-mor e engenheiro Johann Andreas Schwebel, estava entre os cartógrafos que vieram ao Brasil para demarcar as fronteiras entre Portugal e Espanha na América do Sul após o tratado de Madrid de 1750. Existem poucas informações sobre sua trajetória, sabe-se que era de origem germânica, mais precisamente de Nuremberg, possuía grau militar de capitão e graduação em matemática. Foi designado por Francisco Xavier de Mendonça Furtado (1700-1769), Governador Geral da capitania do Grão-Pará e irmão do Marques de Pombal.

  

Schwebel registrou algo em torno de 60 vilas na capitania do Grão-Pará. Na época, ainda estava vigente a divisão territorial por capitanias, e a do Grão-Pará englobava os atuais estados do Pará, Amazonas, Roraima, Acre, Amapá e Rondônia. Em sua jornada, Schwebel retratou as primeiras vilas e aldeias que existiam na região norte do país, limitando-se a explorar, de acordo com seus mapas, locais próximos às margens dos rios. 


Há versões da obra de Schwebel na Biblioteca Nacional, no Arquivo Militar do Ministério da Guerra do Rio de Janeiro e no Itamaraty.

Compartilhado de A Terra de Santa Cruz

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terça-feira, dezembro 01, 2020

José Antônio Gonsalves de Mello

 

José Antônio Gonsalves de Mello (Recife, 16 de dezembro de 1916 – 7 de janeiro de 2002),

É considerado o maior estudioso da presença flamenga no Brasil. Formado em Direito e ex-discípulo de Gilberto Freyre, chegou a estudar holandês para melhor manusear os documentos escritos nessa língua, tendo realizado pesquisas na Holanda, Portugal, França e outros países. Historiador, escreveu mais de 30 livros e presidiu o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.

Publicou, em 1947, quando tinha apenas 31 anos, um livro seminal sobre a invasão holandesa em Pernambuco, "Tempo dos Flamengos", referência obrigatória sobre o tema. Mais tarde, fez um alentado estudo sobre a principal colônia de judeus na América do Sul, que ficava no Recife nos tempos de Maurício de Nassau. Motivo: os holandeses, que não eram católicos, não tinham Inquisição. Seu nome integra o panteão dos grandes vultos de Pernambuco.

TÍTULOS

TESTAMENTO DO GENERAL FRANCISCO BARRETO DE MENEZES / A CARTOGRAFIA HOLANDESA NO RECIFE / A RENDIÇÃO DOS HOLANDESES NO RECIFE (1654)

http://editora.cepe.com.br/livro/testamento-do-general-francisco-barreto-de-menezes---a-cartografia-holandesa-no-recife---a-rendicao-dos-holandeses-no-recife--1654-

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego