Em 1922, a normalista fundou o Curso Particular Antonieta de Barros, voltado para alfabetização da população carente. O curso foi dirigido por ela até sua morte e fechado em 1964. Professora de Português e Literatura, Antonieta exerceu o magistério durante toda a sua vida, inclusive em cargos de direção. Foi professora do atual Instituto de Educação entre os anos de 1933 e 1951, assumindo sua direção de 1944 a 1951, quando se aposentou.Antonieta de Barros notabilizou-se por ter sido a primeira deputada estadual negra do país e primeira deputada mulher do estado de Santa Catarina. Eleita em 1934 pelo Partido Liberal Catarinense, foi constituinte em 1935, cabendo-lhe relatar os capítulos Educação e Cultura e Funcionalismo. Atuou na assembléia legislativa catarinense até 1937, quando teve início a ditadura do Estado Novo.
Com o fim do regime ditatorial, ela se candidatou pelo Partido Social Democrático e foi eleita novamente em 1947, desta vez como suplente. Na ocasião, continuou lutando pela valorização do magistério: exigiu concurso para o provimento dos cargos do magistério, sugeriu formas de escolhas de diretoras e defendeu a concessão de bolsas para cursos superiores a alunos carentes.
Além da militância política, Antonieta participou ativamente da vida cultural de seu estado. Fundou e dirigiu o jornal A Semana entre os anos de 1922 e 1927. Neste período, por meio de suas crônicas, ela veiculava suas idéias, principalmente aquelas ligadas às questões da educação, dos desmandos políticos, da condição feminina e do preconceito racial. Dirigiu também a revista quinzenal Vida Ilhoa, em 1930, e escreveu vários artigos para jornais locais. Com o pseudônimo de Maria da Ilha, ela escreveria o livro Farrapos de Idéias, em 1937.
Ao longo de sua vida, Antonieta atuou como professora, jornalista e escritora. Como tal, destacou-se, entre outros aspectos, pela coragem de expressar suas idéias dentro de um contexto histórico que não permitia às mulheres a livre expressão; por ter conquistado um espaço na imprensa e por meio dele opinar sobre as mais diversas questões; e principalmente por ter lutado pelos menos favorecidos, visando sempre a educação da população mais carente.
Antonieta faleceu no dia 18 de março de 1952.
Originalmente postado em antigoacordacultura
Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego
9 comentários:
Salve as grandes professoras de nosso país no seu dia!
Um texto excelente!
Se hoje ainda há dificuldades imaginem naquela época!
A ela,todo respeito e carinho hoje e sempre!
Que mulher admiravel. Muito a frente de seu tempo!🇧🇷🌹
Show saber a história dessa magnífica profissional.
Carlos Brasiliano
Muito grato pela visita e comentário.
Volte sempre!
Prezada Jane Darckê
Fico muito feliz em saber que você gostou dessa postagem.
Volte sempre a este blog!
Valeu Unknown!
Grato pela visita e comentário.
Forte abraço.
Prezado João Batista rj
Fico muito honrado pela sua visita e comentário.
Volte sempre a este blog!
Olá! Outra história que desconhecia mesmo tendo residido em Santa Catarina. Incrível perceber que, naquela época, uma negra,pobre,humilde e sem qualquer poder conseguisse realizar tanto. Parabéns pelas preciosas informações. 12Dez2021.
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