sábado, outubro 17, 2020

Soldados Judeus Sefarditas e Asquenazes na Invasão Holandesa de Pernambuco

 

Soldado da Companhia das Índias Ocidentais. Pintura de Adriaen Van Nieulandt (1625-1630)

"Os fatos sobre a conquista holandesa são conhecidos e os historiadores são unânimes em afirmar o quanto os cristãos novos portugueses estavam ansiosos para que o estabelecimento dos holandeses fosse bem sucedido, pois desse modo poderiam voltar a sua verdade de fé, o judaísmo. O principal espião dos holandeses no Brasil era o senhor de engenho João Brabantino, cristão novo que residia em Pernambuco desde 1618 ou 1620, e que forneceu informações valiosas aos invasores que ocuparam a vila de Olinda em fevereiro de 1630.


Mapa da Invasão Holandesa de Pernambuco em 1630.

Segundo o cronista Duarte de Albuquerque Coelho, o Judeu Antonio Dias Paparrobalos, serviu de guia central para as tropas que desembarcaram. A expedição militar organizada em 1629, composta de mercenários de várias nacionalidades, incluía uma unidade composta em sua maioria por judeus portugueses, chamada na época de "Companhia dos Judeus". Sua existência é confirmada pelo historiador Hermann Kellenbenz que descobriu nos documentos da Inquisição espanhola em Madri, uma lista de 41 nomes de judeus serfaditas e 20 asquenazes da Alemanha que se alistaram como soldados da frota do almirante Hendrick Lonck que tomou Pernambuco em 1630. A lista foi relatada pelo Capitão português Estevan de Ares de Fonseca, um cristão novo de Coimbra que se converteu ao judaísmo em Amsterdão. Capturado pelos espanhóis nas guerras contra os protestantes nos países baixos, Fonseca confessou aos inquisidores a participação ativa de judeus portugueses no exército da república holandesa e na invasão do Brasil.


Rabino de Recife Isaac Aboab da Fonseca.

Entre os soldados judeus que mais se destacaram no Brasil Holandês foi o Capitão Moisés Navarro, que veio a Pernambuco como soldado naval, e em 1635 se tornou um senhor de engenho, comerciante de açúcar e tabaco, se tornando um dos homens mais ricos do Brasil Holandês. Foi Moisés Navarro que serviu de intérprete para Sigismund von Schkopp com os portugueses, após a derrota na Batalha dos Guararapes em 1649, e convenceu o comandante Francisco Barreto de Menezes a permitir os holandeses enterrarem seus mortos em Guararapes. Após o fim do Brasil Holandês em 1654, Navarro e seus irmãos Aaron e Jacob se mudaram para a Ilha de Barbados.


João Maurício de Nassau, visto como o principal Protetor dos Judeus do Brasil Holandês.

Segundo relatos de Johan Nieuhof, muitos Judeus de Recife preferiram morrer em combate contra a insurreição pernambucana a serem forçados a se converter ao catolicismo novamente. Em 1655 Frei Manoel Calado relatou que dois soldados judeus capturados em Recife, Jacques Franco, e Isaac Navarro foram rebatizados a fé católica a acabaram ficando no Brasil mesmo após o fim da presença holandesa". 

Fonte: Judeus no Brasil: Estudos e Notas. Por Thana Mara de Souza.

Originalmente postado em A Terra de Santa Cruz

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

5 comentários:

Jonathan Pôrto disse...

Já vi muitas reportagens, pena que mesmo sendo descendentes de Judeus eles ñ são reconhecidos e tem que ingressar novamente na Sinahoga reconhecida pelo Governo Israelense para ter direito de morar em Israel, o ALIYAH!!

Unknown disse...

🤝🤝🤝👏👏👏

Adinalzir disse...

Prezado Jonathan Pôrto
Fico muito honrado pela sua visita e comentário.
Volte sempre a este blog!

Adinalzir disse...

Valeu Unknown!
Muito obrigado pela visita.
Volte sempre!

Unknown disse...

Eu sou bisneto de Etelvina Alves,diz na história que o sobrenome Alves é de descendência de judeus sefarditas eu me assemelho muito aos judeus fiquei com muito orgulho quando eu soube disso quando li a história do Google falando sobre o sobrenome Alves ser de descendência judia as vezes penso devo ser primo do rei Davi do meu rei Jesus Cristo nosso único salvador 🙏❤️