A República do Brasil nunca mais teve uma primeira-dama como Nair de Teffé! Caricaturista, pintora, atriz, cantora, pianista, escritora e poliglota (falava seis línguas), Nair exerceu atividades tidas como pouco convencionais para uma representante feminina da elite brasileira no início do século XX. Como se costuma dizer: uma mulher à frente de seu tempo. E que tempo! Estamos nos referindo à Primeira República, também conhecida como República Velha (1889-1930). Época conturbada em todos os sentidos, apesar de ser designada como a belle époque brasileira. Rebeliões nos estados, Revolta da Vacina, a Revolta da Chibata, Guerra do Contestado, embates nas escolhas dos candidatos a presidente... Na verdade, era uma belle époque restrita a alguns centros urbanos desenvolvidos, entre os quais a capital, Rio de Janeiro e a cidade de Belém, no Estado do Pará, esta última em função da economia da borracha. No momento em que a Europa estava às vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o Brasil ainda era um país que buscava uma identidade como nação e dava os primeiros passos em direção a um processo de industrialização.
Em 1912, a maior parte da população brasileira, aproximadamente 24 milhões de habitantes, ainda vivia na zona rural dependente da economia primária de exportação ou de atividades de subsistência. Era a época do domínio dos coronéis (grandes fazendeiros), tanto a nível social como na política. Contudo, nas cidades mais importantes, como o Rio de Janeiro, as classes populares começavam a ter uma maior notoriedade, sobretudo por meio de suas manifestações culturais. Inicialmente ignoradas pelas elites sociais, os novos ritmos musicais, como o samba, o maxixe, modas de viola, entre outros, rompiam os limites das periferias, dos morros e ganhavam maior aceitação, até mesmo dentro da residência presidencial. Para que isso ocorresse, algumas iniciativas foram importantes e sem dúvida uma das mais lembradas foi a da primeira-dama Nair de Teffé, esposa do presidente e militar, Marechal Hermes da Fonseca, que governou o Brasil entre 1910 e 1914.
De origem aristocrática, Nair de Teffé nasceu no Rio de Janeiro (algumas fontes citam Petrópolis) em 1886, filha do almirante Antonio Luís Hoonholtz, Barão de Teffé e neta do Conde Von Hoonholtz. Uma curiosidade, foi a primeira mulher com o nome Nair registrada no Brasil! Nair foi enviada ainda criança para estudar na Europa, acompanhando o pai que era diplomata.
Estudou em escolas católicas da França, como nos conventos de Assunption, Fideles Compagnie de Jésus, Saint Ursuline e na conhecida escola Vivaudy, localizada na Riviera Francesa e onde haviam apenas 30 alunas, entre as quais filhas de reis e príncipes (na foto acima, Nair de Teffé em sua primeira comunhão, no ano de 1895). Segundo depoimento da própria Nair de Teffé ao jornal O Estado de S. Paulo em 1979, a aptidão para a caricatura foi descoberta aos nove anos, quando estudava no convento Saint Ursuline, ainda na França. Nair fez uma charge da freira professora, que tinha um nariz comprido e que a jovem considerava bom para desenhar. Após ser descoberta pela madre superiora, e como acontecia em uma boa escola católica, Nair foi colocada de castigo em um quarto escuro durante oito horas! Mas isso não intimidou a jovem estudante, que aperfeiçoou a sua arte e se tornou a primeira caricaturista mulher do Brasil (e possivelmente, do mundo).
Os pais de Nair de Teffé só vieram a descobrir a respeito do talento da filha como caricaturista, quando da visita de uma amiga da família, conhecida como Madame Carrier. Obrigada a permanecer na sala com a convidada por quase duas horas, Nair se viu obrigada a conversar sobre cozinha, algo que a mesma detestava. Segundo o próprio depoimento de Nair:
- Foi terrível porque a unica coisa que eu gosto da cozinha é a comida.
Após a visita ter ido embora, Nair correu ao quarto para fazer uma caricatura da nobre senhora e mostrou a mesma aos pais, que não apreciaram muito a indisciplina. Como castigo ficou sem a sobremesa no jantar!
Após o retorno ao Brasil, em 1905, Nair de Teffé desenvolveu o seu lado artístico. Além do talento para o desenho, Nair de Teffé era apaixonada pelo teatro e chegou a ser reconhecida como uma atriz de talento. Também apreciava a musica popular, gostava de tocar violão, um instrumento visto pela elite carioca como "coisa do populacho" e para contrariar ainda mais a sociedade da época, frequentava o Bar do Jeremias, reduto dos boêmios e intelectuais. Para se ter uma ideia do preconceito que existia contra o violão, carregar o instrumento na rua poderia render até uma prisão por "vadiagem".
Em 1910, aos 24 anos de idade, Nair ficou conhecida na imprensa como caricaturista e colaborava em publicações famosas como Gazeta de Notícias, Careta, Fon-Fon!, O Malho, Gazeta de Petrópolis, Vida Doméstica, Le Rire, Fantasio e Excelsior, sendo estas três últimas francesas. Suas caricaturas eram apreciadas pelos traços modernos e por retratar de forma irônica as figuras de seu tempo.
Para não chamar tanto a atenção, ela assinava os desenhos com o nome de Rian, Nair ao contrário. Mas isso logo foi percebido. Em função de possuir habilidades que eram pouco recomendadas para uma mulher do seu meio social, Nair de Teffé enfrentava algumas dificuldades. De acordo com o seu próprio depoimento prestado na citada entrevista de 1979:
- Nas recepções eu era recebida com muita desconfiança pelos homens e com medo pelas mulheres, que por muitas vezes se escondiam atrás dos finos leques. Nair dizia se divertir com a situação e continuava agindo com irreverência: - Às vezes meus pais me aconselhavam a deixar a caricatura com medo de que fosse odiada. Isso nunca me intimidou.
E Nair tinha razão! Nada disso foi empecilho para que ela atraísse a atenção da figura mais importante do país, o Presidente da República, que também era militar: Marechal Hermes da Fonseca. Em 1910, Hermes derrotou o candidato civil à presidência, o baiano Rui Barbosa, discretamente apoiado pelos republicanos paulistas naquela que ficou conhecida como a Campanha Civilista (o civil Rui contra o militar Hermes). A eleição do militar contou com o apoio de Pinheiro Machado, importante líder dos republicanos gaúchos, cuja capacidade de articulação no Congresso Nacional era enorme. A ideia daqueles que apoiaram Hermes era o de apresenta-lo, não como um militar, mas como uma alternativa às demais oligarquias dominantes. Sobrinho do primeiro presidente e líder do golpe republicano de 1889, Marechal Deodoro da Fonseca, pesou sobre o governo de Hermes a dura repressão aos marinheiros da Armada, que se amotinaram contra a imposição dos castigos físicos, resquícios dos tempos da escravidão, na conhecida Revolta da Chibata.
Mas, voltemos ao casal em questão! Nair de Teffé tinha 27 anos e Hermes mais do dobro de sua idade, 57anos no início de 1913. Os dois já tinham se encontrado anteriormente, ainda quando o Marechal Hermes era casado, pois era comum as duas famílias passarem as férias de verão em Petrópolis, sendo que Hermes e o Barão de Teffé costumavam cavalgar juntos. Mas foi poucos meses depois de ficar viúvo de Orsina da Fonseca é que ocorreu a aproximação definitiva.
Em janeiro de 1913, como narrou depois a própria Nair, o pai avisou a ela da chegada do "trem dos maridos" a Petrópolis. O nome curioso desse trem se devia ao fato de que muitos homens chegavam para encontrar as esposas e outros em busca de uma namorada. Pois o presidente desembarcaria exatamente desse trem! O mesmo pretendia passar um tempo na cidade como forma de esquecer o desgosto pela perda recente da esposa. Nair e seu pai participaram da recepção a Hermes da Fonseca. Nair descreveu o encontro:
- Quando o Marechal desembarcou, achei-o abatido, triste. Quando me viu, notei que seus olhos ficaram diferentes. Apertou a minha mão e olhou-me com viva ternura.
No dia 18 de janeiro, o próprio presidente telefonou para o pai de Nair marcando uma cavalgada para o dia 20, dia de São Sebastião. Hermes da Fonseca apareceu acompanhado de seu filho Euclides, de um ajudante de ordens e de seu cocheiro. O Barão de Teffé veio junto com a filha. Em um determinado momento, Nair se distanciou do grupo e sofreu uma queda. Foi nesse instante que o Presidente acelerou a cavalgada e veio em direção a Nair para socorre-la. Aproveitando a ocasião em que estavam distantes dos demais, Hermes perguntou:
- Machucou-se Mademoiselle?
Ao que Nair respondeu:
- Não!
Foi aí que o Marechal partiu para a investida:
- Antes que cheguem os outros, eu quero lhe falar uma coisa depressa. Tive um sonho, mas acho quase impossível a sua realização. Não devo dizer-lhe...
Nair insistiu para que prosseguisse. Hermes olhando para o chão e encabulado disparou:
- Estou encantado com a beleza de Mademoiselle. Queria fazê-la minha esposa!
Há apenas seis meses o Marechal ficara viúvo e a tradição da época recomendava que o luto fosse guardado por, pelo menos, um ano. Nair pediu seis meses para pensar, mas a resposta veio oito dias depois, com um telefonema dela:
- Eu aceito...
O anuncio oficial foi dado vários meses depois, no dia 17 de setembro de 1913, ainda no período de luto do Presidente. O casamento ocorreu em Petrópolis, no Palácio Rio Negro, em 8 de dezembro do mesmo ano. Na foto acima vemos a noiva Nair e o noivo Hermes após a cerimônia religiosa. O matrimônio teve uma boa cobertura da imprensa e das revistas da época.
A cerimônia foi concorrida e se tornou, até hoje, ímpar na história da república brasileira. Hermes da Fonseca tornou-se o único presidente a casar-se (embora em segundas núpcias) durante o exercício de seu mandato. Nas revistas onde Nair de Teffé publicara as suas caricaturas, o casamento recebeu destaque, como na conhecida Fon Fon! Na mesma foto acima, da esquerda para a direita e em primeiro plano, o Cardeal Arcoverde, Nair e Hermes. No alto da escada, ao centro, em uniforme militar, o Barão de Teffé, o pai da noiva.
O acontecimento atraiu a atenção da população local, que se aglomerou na porta do Palácio Rio Negro, para tentar acompanhar de longe o casório.
A revista A Ilustração Brasileira fez uma foto de capa dos noivos. Nenhum dos filhos do Marechal Hermes compareceu ao casamento.
Apesar de ter o compromisso do marido de poder continuar a desenhar caricaturas, ao que parece, Nair não exerceu a atividade durante o restante do mandato do Presidente Hermes (na foto acima, podemos ver a noiva Nair).
A primeira-dama Nair de Teffé transformou o estilo do Palácio do Catete (residência presidencial no Rio de Janeiro), que até então era frequentado por homens sérios e sisudos. Nair promovia saraus e encontros regados a música popular. A introdução do violão nesses eventos foi por sua iniciativa. O Marechal Hermes era amigo e admirador do poeta e compositor Catulo da Paixão Cearense (1863-1946), autor de clássicos como Luar do Sertão e Flor Amorosa. Segundo Nair, Hermes solicitou a ela que o convidasse para um desses saraus. Foi em uma noite do dia 26 de outubro de 1914, quando o Presidente Hermes ofereceu uma recepção aos chefes das missões diplomáticas estrangeiras e integrantes da alta sociedade da época. As modinhas interpretadas por Catulo fizeram o violão tomar parte definitiva dos concertos juntamente com o violino, o violoncelo e o piano. Catulo pediu para que Nair interpretasse uma música composta por Chiquinha Gonzaga (1847-1935) intitulada Corta Jaca, com partitura para piano e violão. Nair convidou também vários amigos para o recital de apresentação do Corta Jaca. Pronto! O evento foi considerado um escândalo e rendeu críticas até mesmo no Senado da República, por parte de uma das maiores figuras da política naquele momento: Rui Barbosa.
Rui teria dito em seu discurso de 7 de novembro de 1914:
- Mas o Corta Jaca de que eu ouvira falar há muito tempo, o que vem a ser ele, sr. Presidente? A mais baixa, a mais chula, a mais grosseira de todas as danças selvagens, a irmã gêmea do batuque, do cateretê e do samba. Mas nas recepções presidenciais o Corta Jaca é executado com todas as honras da música de Wagner, e não se quer que a consciência deste país se revolte, que as nossas faces se enrubesçam e que a mocidade se ria.
Como vimos, Rui Barbosa foi adversário político de Hermes da Fonseca e também já havia sido alvo das caricaturas de Nair. Mas agora, a própria primeira-dama tornava-se alvo dos outros caricaturistas.
Além de enfrentar as críticas de Rui e da oposição, o Marechal Hermes da Fonseca carregava a fama de pé frio e azarado. Momentos depois de uma audiência com o Presidente Afonso Pena, em 1909, na qual entregou o cargo de Ministro da Guerra em protesto contra a indicação de um candidato governista a presidente, Pena sentiu-se mal e veio a falecer. Em visita a Portugal, em pleno banquete oferecido ao rei Dom Manuel II, veio a notícia dada às pressas de que a monarquia portuguesa estava sendo deposta. Em 1912, o Presidente Hermes da Fonseca mandou depositar um empréstimo para o governo brasileiro em um banco russo, que depois foi tomado pela Revolução Bolchevique de 1917! Tudo isso valeu ao Presidente uma série de anedotas e gozações, inclusive na forma de marchinhas, como esta:
Ai Filomena, se eu fosse como tu, tirava a urucubaca da cabeça do Dudu.
Não pensem que o Presidente Hermes esqueceu-se de sua primeira esposa, Dona Orsina. Conta uma anedota, que toda semana, Hermes da Fonseca ia ao cemitério depositar flores nos vasos do túmulo da falecida. Eram seis vasos, um para cada letra do nome da primeira esposa. Um belo dia, Hermes teria ido ao cemitério e encontrou apenas quatro vasos, dispostos na seguinte ordem: NAIR. Um irado Marechal Hermes mandou chamar o jardineiro e deu-lhe uma enorme bronca. Na semana seguinte, o presidente voltou ao cemitério e encontrou os vasos de volta, mas com as letras na seguinte ordem: RI ASNO!
Nair de Teffé suportou com grande dignidade o último ano do mandato do Presidente Hermes (na imagem acima, uma caricatura feita por Nair do marido Hermes da Fonseca).
Com o término do mesmo, Nair viajou novamente para a Europa, inclusive para tratar de um problema no quadril, depois de sofrer uma queda quando corria para subir na carruagem onde estava o marido (mais uma "urucabaca" creditada ao Marechal Hermes da Fonseca). Tal acidente a teria deixado com uma perna mais curta que a outra.
De volta ao Brasil em 1921, Nair de Teffé ainda teve que enfrentar os problemas políticos que envolveram o agora ex-presidente Hermes no conflito entre os militares e o presidente eleito Arthur Bernardes, os quais desembocaram na Revolta Tenentista de 1922. O velho Marechal, que era presidente do Clube Militar, chegou a ser preso durante seis meses e depois de libertado, retirou-se definitivamente para Petrópolis, onde faleceu em 1923. Nair sentiu muito a morte do marido e jamais voltou a se casar. Pelo que se sabe, Nair amava de fato o esposo e esteve ao seu lado até a morte. Em defesa do marido, Nair de Teffé escreveu, muitos anos mais tarde, um livro intitulado A Verdade sobre a Revolução de 22.
Com 37 anos, Nair de Teffé, muito lentamente, foi retomando a vida social, sem abandonar as suas opiniões avançadas. Em uma entrevista dada em 1924, declarou:
- Por que permitir ainda que os homens continuem a atrapalhar a vida econômica do sexo frágil... disputando-lhes os empregos e os cargos ao alcance de suas forças e capacidades?
Nair criou em Petrópolis a Academia Petropolitana de Letras e também entrou para a Academia Fluminense de Letras em 1929. Após a morte dos pais em 1930, a ex-primeira-dama do Brasil deixou Petrópolis e foi residir no Rio de Janeiro. Contudo, a herança familiar foi sendo corroída, inclusive no "jogo-do-bixo", que Nair apreciava. Mesmo assim, conseguiu, através de um empréstimo da Caixa Econômica Federal, erguer um prédio em Copacabana, que abrigou o Cine Rian. No entanto, encontrou dificuldades para administrar a sala e enfrentando problemas financeiros, vendeu a mesma em 1946. Conta-se que o vício no jogo levou-a a perder uma ilha localizada em Angra dos Reis, que lhe havia sido deixada pelo marido. Com o pouco que lhe restou, comprou uma casa em Niterói, onde passou a viver reclusa com três filhos adotados: Carmem Lúcia, Tânia e Paulo Roberto.
Em 1959, Nair de Teffé voltou a desenhar caricaturas, inclusive de personagens contemporâneos, como Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros. Nem mesmo Fidel Castro escapou das linhas soltas e ágeis de uma já septuagenária Nair de Teffé.
A essa altura, a ex-primeira dama pagava aluguel para morar e quase foi despejada em 1970. A pensão deixada por Hermes da Fonseca não era mais suficiente para as suas despesas. Nesse mesmo ano, por decisão do presidente Emílio Médici, ela conseguiu receber a pensão integral do ex-marido. Muitos explicam nesse fato os elogios feitos por ela ao general ditador.
Em 1979, Nair de Teffé veio a São Paulo para uma derradeira homenagem no II Salão do Humor e Quadrinhos do Mackenzie, promovido pelo Diretório da Faculdade de Engenharia, no Paço das Artes. No ano de 1981, no exato dia em que completava 95 anos, Nair de Teffé faleceu.
Enfim, como dissemos na introdução desta postagem, até hoje, a República Brasileira ficou devendo uma outra primeira-dama tão inovadora como Nair de Teffé. Será que sua história não merece um filme ou uma minissérie em referência aos problemas que as mulheres de hoje ainda enfrentam? Fica aqui a sugestão...
Fontes:
Créditos do texto:
consultas aos jornais O Estado de S. Paulo, edições de 3 de junho de 1971 e 26.10.1967; Folha de S. Paulo (várias edições) e Coleção Nosso Século, pags. 28 e 29.
Blog: http://histormundi.blogspot.com/2016/07/nair-de-teffe-bela-culta-e-avancada.html
Crédito das imagens:
Fotos de Nair de Teffé de perfil e do casamento:
http://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,o-casamento-do-presidente-com-a-cartunista,9444,0.htm
Caricaturas de Nair feitas na década de 1950 e do marido Hermes:
http://www.museuhistoriconacional.com.br/
Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego
2 comentários:
Uma belíssima história de amor.
Valeu, Carolina Dias!
Gratíssimo pela visita.
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