O bairro de Santa Cruz, Rio de Janeiro , foi criado ao redor da Igreja de Santa Bárbara, residência dos Jesuítas que vieram administrar a Fazenda de Santa Cruz, o maior complexo agropastoril do Brasil durante o século XVIII.
A Fazenda dos Jesuítas foi fundada por Cristóvão Monteiro em 1556 nos arredores da cidade do Rio de Janeiro. Cristóvão ganhou a sesmaria como recompensa aos serviços prestados durante o combate aos invasores franceses da Guanabara. A sesmaria foi destinada à produção de açúcar e compreendia uma larga área desde a orla marítima da atual Sepetiba até as proximidades de Itacuruçá. Ao morrer Cristóvão Monteiro, sua esposa, dona Marquesa Ferreira, doou aos padres da Companhia de Jesus a sua parte das terras.
Os religiosos agregaram estas terras a outras sesmarias, constituindo um imenso latifúndio assinalado por uma grande cruz de madeira: a Santa Cruz. Em poucas décadas, a região compreendida entre a barra de Guaratiba, o atual município de Mangaratiba, até Vassouras, no sul do atual Estado do Rio de Janeiro, integrava a poderosa Fazenda de Santa Cruz, o maior complexo agropastoril do Brasil durante o século XVIII, contando com milhares de escravos, cabeças de gado, e diversos tipos de cultivos, como arroz, milho, feijão, batata e mais tarde o café.
Entre as edificações, hoje com valor histórico, contam-se igreja e um convento, ambos ricamente decorados. A primeira igreja que se tem registro nas terras de Santa Cruz data de 1751, quando ficou pronta a residência dos Jesuítas que vieram administrar a fazenda. A igreja tinha convento, com dois pavimentos e 36 celas, sendo o maior do Brasil. Inicialmente a padroeira de Santa Cruz era Santa Bárbara.
Em 1759 o Marquês de Pombal expulsa os Jesuítas do Brasil e a Fazenda de Santa Cruz passa a pertencer ao domínio da Coroa portugesa, ficando como responsável por ela, o Vice-Rei Antônio Álvares da Cunha.
Em 24 de julho de 1760, a igreja recebeu, do Vice-Rei Marquês de Lavradio, o título de Paróquia de Santa Cruz, tendo como padroeira Nossa Senhora da Conceição, utilizando ainda a matriz Jesuítica.
Em 1808, a Família Real Portuguesa chega ao Brasil, onde encontram na Fazenda de Santa Cruz um refugio no verão. Em 1889 a Família Imperial é deportada e a Sede da Fazenda passa a ser ocupada pelos militares do Exército.
Repostado do perfil @brazilis_regnum
2 comentários:
Um ponto a ser considerado é que não tem como deixar de falar da história antiga da região do Município de Itaguaí sem considerarmos essa fazenda que foi possuída pelos padres jesuítas. Eram terras bem extensas como hoje são em regiões remotas do país
Prezado Rodrigo
Grato pelo seu comentário sempre enriquecedor!
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