O fato de viver na cidade não alterara profundamente a segregação em que a mulher de classe alta vivera nas zonas rurais.
Não foram raros os viajantes que, passados os meados do século,ainda estranhavam o costume que os brasileiros tinham de segregarem esposas e filhas. Imperava na cidade como no campo uma severa disciplina patriarcal. Nos grandes centros do litoral, principalmente na Corte ou em São Paulo, onde se fundara a Faculdade de Direito, a mulher gozaria pouco a pouco de maior autonomia, freqüentando teatros e bailes.
Mesmo o hábito de sair às compras, de percorrer as lojas, só se desenvolveria mais tarde, sendo costume das mulheres de classe alta mandarem vir das lojas amostras das mercadorias que desejavam comprar.
Exercendo funções exclusivamente domésticas, limitadas no convívio social, reduzidas à convivência com as escravas, era precária, em geral, sua educação, como bem observou Gilberto Freyre. As mais bens educadas, quando ficavam viúvas, ou na ausência dos maridos, se tornavam as administradoras das Fazendas. Nos grandes centros havia exceções, principalmente na Corte, onde se reunia o melhor da sociedade da época.
A inglesa Maria Graham conheceu senhoras brasileiras que poderiam freqüentar qualquer salão dos mais civilizados da Europa, sem se sentirem pouco à vontade. Por toda parte as mulheres das camadas inferiores gozavam de uma liberdade de circulação e independência desconhecida das que integravam a elite."
Fonte: Da Monarquia à República - Momentos Decisivos. Emília Viotti da Costa.
Créditos: https://www.instagram.com/brazil_imperial/
2 comentários:
Um tema bem interessante. Realmente a liberdade das mulheres no Brasil oitocentista era muito restrita embora algumas poucas herdeiras de boas condições econômicas superaram
Em tempo! Vale o registro de que a investidora financeira Eufrásia Teixeira Leite foi uma exceção em sua época
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