As experiências mais prazerosas nas Artes, no convívio, na sociedade estavam sempre em comunhão com todos os moradores que permaneciam nas terras rurais.
O orgulho de termos nomes como Adelino Moreira, Adilson Ramos, entre outros grandes das Artes, também nos trazia a felicidade do reconhecimento da grandiosidade dos estabelecimentos de ensino, tanto na rede privada quanto na rede pública.
O comércio mais aclamado das sapatarias, até o final da década de 70; a fama do Café Sacipan e o brio da Manteiga Campo Grande; o lamento pelo fim do refrigerante Nossa Laranja, eram alguns dos assuntos buscados numa época sem redes sociais.
As sorveterias Campo Grande e Kibon; a Papelaria IV Centenário; a loja de departamentos Silbene, o supermercado Casas Sendas; o bar Café Brasil; as Lojas Dux, incluindo discos em vinil, eram o SOS do subúrbio, com excelência em atendimento e produção.
Os colégios Batista, Afonso Celso, Belisário dos Santos, Campo Grande eram patrimônios responsáveis pela formação de grandes nomes sociais hoje.
E hoje, quando passamos pelas ruas irreconhecíveis do nosso antigo 'arraial', só encontramos a sensação do nó na garganta, com a melancolia de uma época tão nossa, quando pensávamos que tudo perduraria até o fim de nossos parcos dias.
A errônea sensação de que pertencemos e a ilusão de que somos proprietários de universos dos outros nos consome e nos mata aos poucos.
Fico imaginando o trabalho árduo de tantos idealistas que levantaram, além de fortunas merecidas, verdadeiros templos icônicos para um bairro que teve glamour e orgulho de ser, e que hoje, com os novos moradores, oriundos de lugares distantes, e ignorantes sobre a história do lugar, pouco cuidam da preservação... E tudo isso serviu apenas para mostrar a efemeridade das pretensões, pois os que chegam depois nada entendem, nada sentem como o almejado na gestação de quem criou tanto.
Não há mais os chafarizes, as árvores nas calçadas, os casarões belíssimos, com arquitetura rebuscada, nem mais vemos a linha do bonde no asfalto gasto.
Well well well, Wells, quem dera o Universo lançasse você de volta, para que juntos adentrássemos ao que um dia foi o lugar da alma de quem tanto amou e viveu Campo Grande".
Texto de Will Tom
2 comentários:
Uma bela partilha com a historia deste bairro, que nas lembranças
nos faz crer num lugar bonito e calmo para viver.
Abraços
Apesar dos muitos percalços do Rio de Janeiro. Realmente Campo Grande ainda é um lugar muito bom para se viver. Muito obrigado Toninho pela nobre visita e comentário!
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