Empresário de sucesso no ramo recente da fotografia, com estúdios também em Salvador e São Paulo, Alberto Henschel não se limitou apenas fazer retratos da nobreza, dos comerciantes e de quem possuía dinheiro para ser imortalizado em uma chapa.
Ele também registrou os negros, livres ou escravos, em um período ainda anterior à Lei Áurea. Na coleção das imagens feitas em estúdio, no Recife, em Salvador e no Rio de Janeiro, vê-se pessoas com sua dignidade preservada, no mesmo padrão dos cartes-de-visite da elite
Pouco sabemos sobre a história de Henschel antes de sua chegada no Brasil em 1866. A antropóloga cultural alemã Margrit Prussat, escreveu brevemente sobre Henschel em sua obra Fotografien der afrikanischen Diaspora in Brasilien 1860 –1920 onde revela que o fotógrafo, era de origem judaica e que possuía 4 irmãos, todos eram filhos de empresários do ramo da litografia.
Produzidas nas décadas de 1860 e 1870, suas fotografias mostram pessoas que ainda esperariam quase 20 anos até que a escravidão fosse oficialmente extinta no Brasil. Não há indicações de nomes e funções (a não ser o “matuto”, que deveria ser um vaqueiro).
Já em 1877, o estúdio do fotógrafo transferiu-se para o número 52 da Rua Nova (então Rua do Barão da Vitória). Alberto Henschel mudou-se depois para Corte, no Rio de Janeiro, fazendo fotos da família real e paisagens da capital e arredores.
O alemão deixou para a história um registro diferente da escravidão. O olhar de um estrangeiro que se tornou um brasileiro. Faleceu em 30 de junho de 1882 e foi enterrado no setor judaico do Cemitério de São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro.
Fonte: brazil_imperial
2 comentários:
Além do seu valor de ter Alberto Henschel colocado o negro na fotografia brasileira do século XIX, ele registrou belas imagens do Rio de Janeiro da época imperial, durante o Segundo Reinado. Seu legado é de grande importância para a cidade e para o país!
Belo trabalho.
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