sexta-feira, janeiro 13, 2023

O Palacete do Caminho Novo, ou Solar da Marquesa de Santos

 
O Palacete do Caminho Novo, também conhecido como o Solar da Marquesa de Santos em São Cristóvão, Rio de Janeiro, constitui um raro exemplar arquitetônico do início do século XIX, além de ser uma das primeiras edificações tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, em 1938. Projetado por Jean Pierre Pézerat entre 1824 e 1827, arquiteto do Imperador, tendo as obras supervisionadas por Pedro Alexandre Cavroé, é adornado com pinturas decorativas de Francisco Pedro do Amaral e trabalhos em estuque dos irmãos Ferrez. O edifício já abrigou o Museu do Primeiro Reinado e atualmente irá abrigar o Museu da Moda Brasileira. 

O Palácio foi um presente do Imperador D. Pedro I para Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, em 1827, que lá viveu até 1829.

Anos mais tarde em 1857, o Banqueiro e Industrialista Irineu Evangelista de Sousa, Barão de Maua, na época o homem mais rico do Brasil, ganhou de presente como pagamento de uma dívida o antigo palacete da Marquesa de Santos no Bairro Imperial de São Cristovão, na época conhecido como Palacete do Caminho Novo.

O Palacete era uma das casas mais invejadas da cidade do Rio de Janeiro. Além da Esposa (que era também sua sobrinha) e seus seis filhos, morava no Palácio a mãe de Mauá, dona Mariana Batista de Carvalho, e sua irmã, Guilhermina de Souza Machado. Enquanto dona Maria adorava morar perto do Imperador e se interessava por etiqueta, sua irmã, era uma triste viúva que não gostava do agito do palacete, nem dos olhares que este atraía. 

Guilhermina preferia uma vida mais calma e discreta, julgava fútil a atitude da mãe que reparava nas roupas e carruagens dos que visitavam a corte, fato que causava inúmeras discórdias entre elas, brigas as quais eram mediadas pela sobrinha e esposa do barão, Maria Joaquina. Moravam todos juntos, a mãe, a irmã, a esposa e os seis filhos do barão. Apaixonado por seu trabalho e por sua família, o Barão dedicava muitas de suas noites ao trabalho em seu escritório. Muito organizado e até mesmo sistemático, mantinha uma rotina em seus dias, sempre se interava das notícias mundiais.

Mauá tinha recursos para deixar sua casa em São Cristóvão ainda maior e mais luxuosa que a do Palácio Imperial de Dom Pedro II, seu vizinho, mas preferiu fazer pequenas reformas, na fachada, no piso da sala de música, acrescentou um andar a mais ao Palacete e repintou boa parte da decoração interna

Ali residiu Mauá até 1882 , ano em que , no dia 22 de abril , vendeu a casa ao Barão de Guararema , Luís José de Sousa Breves, após sua derrocada financeira. Atualmente o Palácio , em breve será a sede do Museu da Moda Brasileira e está passando por obras de restauro. 

Fonte: Mauá: O Empresário do Império. Por Jorge Caldeira.

Texto compartilhado do Brazil Imperial.

4 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo trabalho!!!!🇵🇹🇧🇷

Anônimo disse...

Linda história . parabéns!

Adinalzir disse...

Muito obrigado!

Anônimo disse...

Adorei saber