segunda-feira, setembro 28, 2020

História do Túnel Rebouças



Por mais que algumas pessoas queiram negar isso, a integração e a mistura fazem parte da cultura do Rio de Janeiro. Algumas construções colaboram muito para isso. O Túnel Rebouças,  que liga a Zona Norte a Zona Sul da Cidade Maravilhosa, é um desses símbolos. 

Antes da construção do Rebouças, era uma viagem atravessar da Zona Sul para a Zona Norte. O Túnel Rio Comprido-Laranjeiras, inaugurado no século XIX, e o Túnel Santa Bárbara, em 1965, eram as duas opções que existiam.


“Eram duas cidades distintas. Os cariocas que queriam sair da Tijuca em direção à Zona Sul, por exemplo, tinham duas alternativas: pegar o Santa Bárbara; ou o Alto da Boa Vista, cair no Itanhangá, e dali partir em direção à Avenida Niemeyer. Era tudo muito demorado” explicou Paulo Cezar Ribeiro, professor do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, em entrevista ao Jornal Extra em 2007.


O Rebouças começou a ser construído em 1962. A idealização se deu durante o governo Carlos Lacerda em uma época de grandes mudanças urbanísticas na cidade e de incentivo ao uso de automóveis, em detrimento do sistema de transporte coletivo.


Entretanto, o Túnel só foi inaugurado, oficialmente, em 1967, na gestão de Negrão de Lima, com apenas uma galeria. Nessa época, a ligação Rio Comprido-Lagoa, como era conhecido o Túnel, era utilizada por apenas seis mil veículos por dia. Em 1969, a segunda parte da obra foi concluída.

Da inauguração até 1994, o Rebouças foi administrado pela Fundação DER/RJ. A partir de 1995, a administração do Túnel passou a ser feita pela prefeitura do Rio de Janeiro.

Em 2007, devido às fortes chuvas na cidade do Rio de Janeiro, um deslizamento de terra fechou a entrada da galeria no sentido Laranjeiras-Lagoa, causando sérios transtornos ao trânsito na cidade. No momento do acidente não havia veículos no local.

Vinte anos antes, em 1987, um deslizamento de 14 toneladas de terra e pedras também bloqueou o acesso ao túnel na entrada da Lagoa. O motivo foi o uma infiltração provocada por chuvas.



O nome do Túnel é uma homenagem aos engenheiros: André e Antônio Rebouças. Eles eram filhos de uma escrava alforriada e um alfaiate. Negos, em um período que ainda havia escravidão no Brasil estão entre os maiores engenheiros do Brasil durante o 2º Império , entre várias obras importantes para o país, está a solução do problema de abastecimento de água no Rio de Janeiro.

“Hoje é impossível imaginar o Rio de Janeiro sem o Túnel. Projetado para um volume de 76 mil veículos/dia, com duas faixas de rolamento e acostamento, possui 2.040 metros de galeria contínua da Lagoa até o Cosme Velho e mais 772 metros na galeria do Cosme Velho até o Rio Comprido, totalizando 2.840 metros. Atualmente o volume diário é de 190 mil veículos/dia, em três faixas de rolamento sem acostamento” informa o site de curiosidades Migalhas Quentes.

Texto de Felipe Lucena

* Felipe Lucena é jornalista, roteirista, redator, escritor, cronista. Filho de nordestinos, nasceu e foi criado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em Curicica. Sempre foi (e pretende continuar sendo) um assíduo frequentador das mais diversas regiões da Cidade do Rio de Janeiro.

Fonte: diariodoRio

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

2 comentários:

Thales Dias disse...

Nomeado em homenagem a um dos maiores homens da história desse país!

Adinalzir disse...

É verdade Thales Dias
Por isso mesmo que não podemos deixar essa história se perder.
Forte abraço e volte sempre!