Amigas? Desde pequenas, as desavenças entre as princesas eram feitas de silêncio e discrição. Leopoldina, “a bela”. Isabel, a feia, destituída de sobrancelhas, o que aumentava o seu já comprido nariz. Feia, mas “boa e angelical”, segundo a condessa de Barral, aia das princesas.
Isabel merecia toda a atenção da dita condessa e, também, da governanta francesa, Madame Templier. Afinal, era a sucessora do trono e descrita como muito inteligente. Leopoldina, a segunda na linha de sucessão tinha que viver com as desvantagens de ser a mais moça. Dava o troco: era rebelde, irascível, difícil.
Quando não se bicavam era de causar espanto, segundo conta a Barral à imperatriz Teresa Cristina por ocasião da viagem do casal imperial ao Nordeste.
“A mana foi à Glória”, queixava-se ao pai Leopoldina, “é divertimento, e bom divertimento; eu já ouvi missa, não acha que eu devo me divertir a tempo que ela se diverte?” E a resposta paterna: “Não tem obrigação de estudar se não durante o tempo que marquei; porém quem estuda mais sabe mais... Adeus, seja boa menina! ”Pois, sim, “boa menina”. Difícil dobrar esta personalidade forte. “Minha travessa Leopoldina”, a chamava Barral.
Fonte: PRIORE, Mary del. O príncipe maldito: traição e loucura na família imperial. 1º ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
Imagem: Princesas Leopoldina e Isabel, 1855.
Fotografia de Insley Pacheco. (Reprodução/Wikipedia Commons)
Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego
Um comentário:
Eita menina difícil de dobrar!
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