quinta-feira, novembro 14, 2019

Pardal, o mais brasileiro dos portugueses



Consta que foi o prefeito Pereira Passos que mandou vir, de Portugal, 200 pardais (Passer domesticus) que foram soltos no Campo de Santana, em 1903. Ele imaginava, assim, acabar com os mosquitos da malária que infestavam a cidade. Ocorre que esses pássaros só se alimentam de insetos na época da reprodução, quando necessitam maior quantidade de proteína.

Há gente que reclama, classificando-os de praga e culpando-os pela fuga dos pássaros nativos, como o tico-tico. Na verdade, foi o próprio homem que, através da crescente urbanização e consequente eliminação das árvores frutíferas, expulsou os pássaros nativos. Os pardais são gregários e, diferentemente das espécies nativas, completamente adaptados à vida citadina; constroem ninhos em buracos de construções, sinais de trânsito, sob telhas, quase nunca em árvores.

Os ninhos têm uma forma esférica, com entrada lateral, bastante macio por dentro mas mal acabado por fora. São construídos pelos machos que, assim, conquistam a companheira. Os ovos, em geral 3 ou 4, são pintados e a incubação, feita pelo casal, demora de 11 a 14 dias. O macho distingue-se por uma mancha negra no peito e uma faixa acastanhada que vai dos olhos à nuca; alcançam 15cm de comprimento. Alimentam-se de sementes, brotos de plantas, restos de alimentos dos humanos e insetos; misturam-se às outras aves na disputa da comida. Não sabem cantar, apenas piam; e não caminham com elegância, mas aos saltos.

Texto de Flávio Brandão

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

3 comentários:

Jane Darckê disse...

Poizé. E quem os teria levado pra São Paulo? Lá também há pardais de sobra! Eles disputam junto com os pombos e bentevis qualquer coisa comestível que encontrem pelo caminho
É... Não são graciosos, nem têm lindo canto, mas são o xodó de muita gente. Como um filho feinho e sem talento, que nos sentimos apiedados e com vontade de abraçar a todo momento. A gente pode não abraçar um pardal, mas pode amá-lo e protegê-lo ainda assim né!

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Bom dia. Também acho que as ações antrópicas, como a urbanização, são aa maiores causadoras da extinção das espécies nativas embora uma espécie exótica possa impactar

Anônimo disse...

Pardal e legal ninguem pensa em bota em gaiola e nada do tipo