Em 16 de outubro de 1975, o nosso jornal Patropi publicava uma matéria sobre a tão discutida Fazenda Monteiro, localizada na Estrada do Cantagalo.
Por ocasião desta matéria, a referida Fazenda já estava relacionada nos estudos para tombamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Geográfico. O que aliás, já vinha ocorrendo desde 1970.
A intenção do Instituto nesta ocasião era de que a Fazenda fosse tombada imediatamente, já que merecia ser preservada, embora o prédio se encontrasse em precárias condições.
Entretanto é necessário que se diga, que em outubro de 1975, o professor Florentino, do IHGB, já afirmava que o processo de tombamento já estava se atrasando pelo problema da fusão do RJ-GB.
As tentativas de salvá-la:
Em dezembro de 1977, uma nova matéria sobre a Fazenda Monteiro foi feita, na ocasião foi dito que em agosto deste mesmo ano, o diretor do Patrimônio Histórico, professor Trajano Quinhões, já tinha em mãos o projeto completo para o tombamento da Fazenda. Pelo projeto, a Fazenda, faria parte de uma pequena república estudantil, nos moldes da Aldeia Arcozelo. Desta forma, ela serviria aos estudantes que não residissem em Campo Grande e participassem de atividades culturais na região.
A Fazenda abrangia em sua época de apogeu, uma área que ia da antiga Usina de Bondes até o Rio Cabuçu de Baixo, chegando até o alto da serra. Nela eram cultivados milho, cana-de-açúcar, mandioca e arroz. E nesta época, ou seja, no começo do século passado, ela pertencia ao bisavô materno do Sr. Mário Barbosa. Com a morte do bisavô ela passou para Manoel Pereira Torres, avô de Mário.
A Demolição:
A casa da Fazenda do Monteiro, símbolo histórico de Campo Grande, acabou sendo demolida definitivamente em agosto de 1980, conforme publicamos em 16 de agosto deste ano.
Assinalada como ponto de referência para quem quisesse se inteirar da história da região, já era uma propriedade particular dos herdeiros do Dr. Estanislau Luiz Bousquet, e não mais pertencia a Família Monteiro Torres.
No seu ambiente havia qualquer coisa de romântico, cheio de saudades. O velho casarão, testemunha de uma época, era solitário e sombrio, mas mesmo na solidão era belo. Seu pátio, seu muro, o gradil da guarda, o corpo da sacada da janela, tudo era tão nobre quanto triste.
Localizada na Estrada do Cantagalo esquina com Estrada do Monteiro. Era um excelente exemplar da arquitetura rural do século XIX. Alguns descendentes da Família Monteiro Torres até hoje ainda moram no bairro.
A área em que se localizava a antiga Fazenda foi comprada pelo grupo Multiplan-Beton Arquitetura; uma área de aproximadamente 260 mil metros quadrados".
A área em que se localizava a antiga Fazenda foi comprada pelo grupo Multiplan-Beton Arquitetura; uma área de aproximadamente 260 mil metros quadrados".
Minha observação:
Do século XVI até o início do século XIX, toda essa região foi
sendo ocupada por antigas fazendas que depois foram sendo desmembradas
entre pequenos proprietários e loteamentos.
Hoje no local da antiga Fazenda do Monteiro encontra-se instalado o ParkShopping Campo Grande inaugurado em novembro de 2012. Cujo projeto de expansão encontra-se em fase de crescimento.
Fontes utilizadas:
Fontes utilizadas:
1 - Jornal Patropi, 14/07/1983, pág. 18.
2 - Imagens do Arquivo Geral da Cidade do RJ e do Acervo O Globo.
2 - Imagens do Arquivo Geral da Cidade do RJ e do Acervo O Globo.
3 - Fróes, José Nazareth de Souza, Odaléa Ranauro Ensenat Gelabert. Rumo ao Campo Grande por trilhas e caminhos. Rio de Janeiro, 2004.
4 - Fróes, José Nazareth de Souza. Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande. Rio de Janeiro, 2006.
Pesquisa e postagem neste blog por Adinalzir Pereira Lamego
9 comentários:
Importante registro que mostra o quanto o Brasil despreza a sua própria História.Se os rimos da Zona Oeste e de toda a cidade tivessem sido outros, teríamos hoje inúmeros roteiros turísticos a serem percorridos.
Prezado Rodrigo Phanardzis
Infelizmente vivemos num país onde o atraso cultural predomina.
Agradeço pela visita.
Infelizmente, o progresso do capitalismo selvagem engole os patrimônios de nossos bairros. Não sou contra o desenvolvimento, mas um povo que não preserva e sequer conhece sua história, é um povo sem futuro. Um grande abraço, amigo.
Prezado Carlos Eduardo de Souza
Infelizmente, vivemos tempos sombrios no mundo cultural em nosso país. Haja visto os últimos acontecimentos noticiados nos últimos dias.
Um forte abraço e um excelente final de semana!
Quanto orgulho de descobrir mais um pouco do passado da minha mãe e irmãos💙
Não conheci meu avô Anibal Monteiro Torres, só conheci a vovó Cezarina.
Sempre tive orgulho do meu sobrenome Torres💙
Boa noite! Gostaria de agradecer pelas ricas informações, acompanho suas publicações e elas têm ajudado muito na elaboração de um trabalho. Gostaria de uma informação, se não for incomodar, é claro. Estou precisando muito consultar o livro: Rumo ao campo grande por trilhas e caminhos, que é bastante referenciado em seus textos mas não consigo encontrar algum arquivo. O senhor poderia me ajudar me informando onde posso conseguir consultar de forma gratuita? Desde já, muito obrigada e parabéns pelo belo trabalho.
Este casarão éra do lado esquerdo quando entramos no Cantagalo onde tem coqueiros ei shopping e lado direito .
Eu Luiz Carlos A Corrêa , morador campo grandense até hj , quando criança entrei neste casarão , que na época estava abandonado , e havia comentários de ser assombrado , quando lá dentro , vi o tantas maravilhas , que hj reconheço como riqueza cultural , a arquitetura , com sua estrutura , paredes , muros com pedras nobres da época , suas escadarias , janelas , portas em madeiras tbm nobres , uma pintura na grande sala que alcançava até o segundo piso , talvez de no minino uns 10 MTS quadrados , de dóis cavalos empinados , como se estivessem brigando , um preto e um branco , com certeza de algum pintor famoso tbm de época , vários livros jogados ao chão , pois não havia mais móveis no local , e livros em espanhol , hj reconheço , ensinando como criar , cuidar de animais , como galinhas , cavalos , coelhos e etc , hj vejo a falta de comprometimento de políticos ou responsáveis pelo patrimônio cultural da época , imaginem hj , um grande e moderno shopping como lá existe e ao lado este casarão cuidado e preservado , mantendo suas características originais , quanto nós cariocas , brasileiros perdemos de nossa história , simplesmente lamentável , pelo menos eu ainda consegui ver essa relíquia de patrimônio , para poder contar um pouco a vcs , obrigado e que no Brasil onde tenha um pedaço de nossa história , que seja conservado e respeitado pelos órgãos competentes p o conhecimento e crescimento de nosso povo .
Que triste! Hoje não ter restado nada dessa fazenda, ainda vivemos no mesmo lugar, são muitas memórias, tenho uma vasta lembrança do casarão, na época que demoliram eu tinha 3 anos.
Sou Rita de Cassia Torres da Silva, atualmente casada com Henrique de Oliveira Ribeiro, passando agora a me chamar Rita de Cássia Torres Ribeiro, nascida em 10 dezembro de 1977, nessa família que hoje tem apenas o sobrenome e nada mais, sobrenome esse que para muitos hoje ainda é sinônimo de vergonha, pois com tantas terras houveram muitas disputas por parte desse patrimônio e para muitos outros assim como eu, orgulho por poder hoje ter aqui e em muitos outros lugares essa que é a maior de todas as memórias. A história da minha família contada aquu nesse espaço, sou filha única de Elza Monteiro Torres e Waner Cássio Bernardino da Silva, neta de Sebastião Monteiro Torres e Ladir Alves Torres, bisneta de Manoel Pereira Monteiro Torres Junior e Francisca Theodora da Silva irmão de Francisca Amélia Monteiro Barbosa, pois ele teve apenas 2 filhos, sou trineta de Manoel Pereira Monteiro Torres e Francisca Thibau Monteiro Torres. Essa é a Minha Árvore Genealógica, deixo essas informações aos meus filhos João Pedro Torres da Silva Thomaz e Isadora Torres Ribeiro, e assim seus sucessores, se um dia buscarem saber como assim eu fiz. Poderia citar todos os tios/tias, filhos do meu avô Sebastião e cotar também seus filhos , meus primo, porém isso cabe a cada um deles se acharem necessário. Na verdade a minha busca era pra saber a descendência dos meus antepassados. Se alguém tiver essa informação eu agradeço, pois alguns dizem que é Portuguesa e outros falam Espanhola. Se alguém souber informar ficaria muito grata e feliz.
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