O bairro de Santa Cruz encontra-se localizado no extremo oeste da Cidade do Rio de Janeiro, faz fronteira com os municípios de Itaguaí e Seropédica e pertence a jurisdição da 19ª Região Administrativa, que inclui também as regiões de Paciência e Sepetiba. Outrora foi uma das mais prósperas fazendas jesuíticas sendo até mesmo denominada a "Joia da Coroa", servindo como residência opcional de férias da família real brasileira durante todo o século XIX. Em termos culturais, Santa Cruz é um bairro importante, sob o ponto de vista histórico, possuindo ainda vários monumentos históricos representativos de sua fase áurea.
Com uma área territorial de 163,73 Km2, com 1406 logradouros e 2.456.509 metros quadrados de área construída, Santa Cruz foi aos poucos adquirindo características de cidade, um comércio bem desenvolvido, com várias agências bancárias e inúmeras e diversificadas lojas, um sistema educacional que atende de forma satisfatória à demanda, com 97 escolas municipais, alguns colégios, estaduais, dezenas de colégios e escolas da rede particular de ensino e a sua primeira instituição de ensino universitário, a Faculdade Machado de Assis, que oferece cursos de Letras, Matemática, Ciências Contábeis, Administração e Turismo. Há também unidades universitárias da Faculdade da Cidade (UniverCidade) e da Universidade Estácio de Sá, entre outras.
Embora não funcione plenamente para a população, o Hospital Estadual Dom Pedro II foi planejado para servir como hospital de referência para o tratamento de queimaduras. Na região existem postos municipais de saúde e diversas clínicas particulares.
Na área de segurança, além de duas grandes unidades militares da Forças Armadas (Base Aérea de Santa Cruz e Batalhão Escola de Engenharia) a região conta com uma Delegacia Policial, um Destacamento do Corpo de Bombeiros, um Batalhão da Policia Militar e diversos destacamentos da PM instalados em conjuntos periféricos. O Fórum de Santa Cruz funciona com diversas varas jurídicas. Devido ao rápido crescimento urbano, o sistema viário vai exigindo urgentes providências, como a construção de uma rodoviária, novos viadutos sobre a estrada de ferro e ampliação dos logradouros que fazem a interligação da avenida das Américas com a avenida Brasil.
O transporte ferroviário, apesar de sua precariedade, ainda é bastante utilizado pela população, mas já existem algumas linhas de ônibus que ligam Santa Cruz ao centro do Rio de Janeiro, como também aos municípios de Itaguaí, Seropédica, Mangaratiba e Angra dos Reis.
Sob o ponto de vista eclesiástico, Santa Cruz possui as paróquias de Nossa Senhora da Conceição, a maior e mais imponente e que reúne a população residente no centro do bairro, dos Jesuítas, de Paciência, Sepetiba, Palmares, Areia Branca, Nossa Senhora da Glória (Curral Falso) e diversas capelas espalhadas pelos conjuntos residenciais e localidades vizinhas. Tem crescido bastante o número de templos evangélicos na região, que também possui centros espíritas e igrejas de outros credos.
A Biblioteca Municipal de Santa Cruz é um dos espaços destinados à prática do lazer cultural. Existem bibliotecas particulares, clubes desportivos, 67 praças e 4 largos, fazendo um total de 184.572 de área destinada aos parques e jardins, o que é muito pouco para uma população de quase 314 mil habitantes, segundo dados do IBGE do Censo Nacional de 2000.
No segundo Governo do Prefeito César Maia, o bairro passou por uma grande transformação urbanística a partir do Programa Rio Cidade Santa Cruz. Além das obras de embelezamento foram realizadas intervenções na rede de esgoto da parte central e no sistema de iluminação e sinalização. Em 2004 foi inaugurada a Cidade das Crianças Leonel Brizola, que funciona como Parque Temático da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, destinado, em especial, às crianças e adolescentes.
Também já se encontram em pleno funcionamento em Santa Cruz, a Vila Olímpica e a Lona Cultural Sandra de Sá, duas novas opções para a prática do lazer cultural pela população. Há também um posto de atendimento e informações turísticas, localizado na entrada da Avenida Padre Guilherme Decaminada, no final da Avenida Brasil e uma exposição permanente de textos, documentos e objetos históricos produzidos em três dimensões, na Rua Felipe Cardoso, a principal do bairro, dentro do Programa "Uma Rua conta a sua História”.
Santa Cruz é atualmente um bairro em franco crescimento. Possui um comércio bem desenvolvido, várias agências bancárias e inúmeras e diversificadas lojas, um sistema educacional que atende satisfatoriamente à demanda, o Hospital Estadual Dom Pedro II que foi planejado para servir como hospital de referência para tratamento de queimaduras.
Foram instalados, especialmente nas proximidades da Avenida João XXIII, vários empreendimentos industriais de peso, especialmente a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que modificou a paisagem e dinamizou a economia do bairro. Também está programada para entrar em funcionamento até o fim de 2013, uma grande fábrica da Rolls-Royce Energy, fabricante de turbo-geradores de energia para plataformas marítimas.
Santa Cruz também se caracteriza como um bairro proletário, com diversos problemas de transporte, falta de saneamento adequado em certos pontos, comunidades carentes e sérios problemas ambientais. Com o aumento da população, a violência no bairro só tem aumentado. A ação da polícia se concentra no combate ao tráfico de entorpecentes nas favelas do entorno, bem como na ação de milicianos, que são os responsáveis pelo controle do transporte alternativo, exploração de serviços ilegais de eletricidade, gás e televisão a cabo.
Bibliografia:
FREITAS, Benedicto. Santa Cruz, Fazenda Jesuítica, Real e Imperial, Volume I, Era Jesuítica 1567-1759. Asa Artes Gráficas, Rio de Janeiro/ 1985.
FREITAS, Benedicto. Santa Cruz, Fazenda Jesuítica, Real e Imperial, Volume II, Vice-Reís e Reinado 1760-1821. Asa Artes Gráficas, Rio de Janeiro, 1987.
FREITAS, Benedicto. Santa Cruz, Fazenda Jesuítica, Real e Imperial, Volume IIl,
Impérío 1822-1889. Folha Carioca Editora, Rio de Janeiro, 1987.
FROES, José Nazareth de Souza. A História de uma Freguesia do Arcebispado do Rio de Janeiro revista e documentada. Impresso pela COPIARTE. Rio de Janeiro, 2006.
MANSUR, André Luís. O Velho Oeste Carioca: História da ocupação da Zona Oeste do Rio de Janeiro (de Deodoro a Sepetiba), do século XVI ao XXI. Editora Ibis Libris: Rio de Janeiro, 2008.
Crédito de imagem: NOPH Ecomuseu de Santa Cruz
Pesquisa de Adinalzir Pereira Lamego
2 comentários:
Muito bom esse texto.
Muitas saudades de Santa Cruz.
Caro Manoel Felício
Muito bom saber que você gostou.
Volte sempre!
Postar um comentário