Esse texto do cinesta Sílvio Tendler publicado no jornal O Globo de 24 de junho de 2011, mostra que não podemos nos calar e aceitar certos tipos de censura que tentam nos impor. Para se construir um país livre é preciso lutar para conhecer a sua história e não cultivar falsos heróis. Leiam e façam suas próprias conclusões. Como já dizia o grande Bertold Brecht: "Infeliz é o povo que precisa de heróis."
"Estamos assistindo, perplexos, à enorme conspiração contra a verdade, a História e a memória.
O Ministério da Defesa, o Ministério das Relações Exteriores, dois ex-presidentes da República, políticos de diferentes matizes, se unem para que o Brasil não conheça a sua verdade.
Já é difícil fazer filmes, livros e peças de teatro sobre personagens reais, mesmo os de vida pública, sem autorização do próprio ou de familiares e herdeiros. Agora, a pá de cal chega com a intenção de trancafiar documentos para que a verdadeira história não se revele.
E quem orquestra essa trama contra o futuro do Brasil? Sim, porque povo sem memória é povo sem futuro, e estaremos sujeitos eternamente a sermos alimentados por contos da carochinha. Mas, afinal, o que querem esconder de nós? Quem bateu, torturou, mandou prender e arrebentar? Quem negou passaportes, quem expedia os tenebrosos atestados ideológicos, que impediam o acesso à escola ou ao emprego?
Querem nos impedir de saber a verdade sobre a Guerra do Paraguai, ao que parece, uma verdadeira carnificina praticada para atender a interesses de poderoso banqueiro inglês. Resistirão almirantes, generais e marechais à lupa da História? Suas biografias corresponderão às narrativas descritas nas pinturas das grandes batalhas?
Os que nos negam conhecer a verdadeira História do país são cúmplices das carnificinas, dos torturadores, dos alcaguetes a soldo do Estado; dos que ordenaram censurar jornais, revistas, peças de teatro e músicas.
Não podemos nos calar e aceitar como fato consumado essa violência da censura que tentam nos impor. Construir um país livre representa lutar para conhecer a História. Não queremos cultivar falsos heróis e, a partir de hoje, personagens da História oficial estarão sob suspeita, enquanto não nos deixarem conhecer os documentos que abrigam verdades, que, mesmo dolorosas, devem ser reveladas."
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"Estamos assistindo, perplexos, à enorme conspiração contra a verdade, a História e a memória.
O Ministério da Defesa, o Ministério das Relações Exteriores, dois ex-presidentes da República, políticos de diferentes matizes, se unem para que o Brasil não conheça a sua verdade.
Já é difícil fazer filmes, livros e peças de teatro sobre personagens reais, mesmo os de vida pública, sem autorização do próprio ou de familiares e herdeiros. Agora, a pá de cal chega com a intenção de trancafiar documentos para que a verdadeira história não se revele.
E quem orquestra essa trama contra o futuro do Brasil? Sim, porque povo sem memória é povo sem futuro, e estaremos sujeitos eternamente a sermos alimentados por contos da carochinha. Mas, afinal, o que querem esconder de nós? Quem bateu, torturou, mandou prender e arrebentar? Quem negou passaportes, quem expedia os tenebrosos atestados ideológicos, que impediam o acesso à escola ou ao emprego?
Querem nos impedir de saber a verdade sobre a Guerra do Paraguai, ao que parece, uma verdadeira carnificina praticada para atender a interesses de poderoso banqueiro inglês. Resistirão almirantes, generais e marechais à lupa da História? Suas biografias corresponderão às narrativas descritas nas pinturas das grandes batalhas?
Os que nos negam conhecer a verdadeira História do país são cúmplices das carnificinas, dos torturadores, dos alcaguetes a soldo do Estado; dos que ordenaram censurar jornais, revistas, peças de teatro e músicas.
Não podemos nos calar e aceitar como fato consumado essa violência da censura que tentam nos impor. Construir um país livre representa lutar para conhecer a História. Não queremos cultivar falsos heróis e, a partir de hoje, personagens da História oficial estarão sob suspeita, enquanto não nos deixarem conhecer os documentos que abrigam verdades, que, mesmo dolorosas, devem ser reveladas."
8 comentários:
Olá Professor,
Não devemos temer a verdade, a História e a memória. Segundo, os historiadores Marienta de Moraes Ferreia e Renato Frano, "cabe ao historiador exercer o papel da crítica, estabelecer critérios de interpretação, confrontar "verdades". Como bem observou o célebre historiador Eric J. Hobsbawn, "o ofício do historiador é lembrar, o que os outros esquecem".
Apesar de sermos seres incompletos, temos que acreditar na Ciência histórica como um campo de possibilidades, privilegiando o ser em si, o devir nos valores humanos, a importância central da intenção e as chances que o homem ainda possui para se construir.
Prezado Lima Junior
E tem mais... a História e a memória confundem-se por vezes, sendo muitas vezes quase indissociáveis, pois ambas tem como objetivo principal relembrar fatos e acontecimentos do passado, apesar de ambas utilizarem modos diferentes de expor este mesmo passado. O historiador tem a preocupação de juntar os fatos oficiais e documentos fragmentados, que depois de organizados passam a fazer parte da História pela narrativa desse mesmo historiador que irá lhe dar os contornos necessários. Por isso mesmo, temos que acreditar na Ciência histórica como um campo de possibilidades.
Valeu amigo! Fico grato pela visita e comentário.
Eu fico sempre com a pulga atrás da orelha, eles sempre querem nos calar e deixar o povo sem informações e ou fatos da história.
Temos mesmo é que botar aboca no trombone diga MEGAFONE e bradar para que todos ousam a verdade em bom som.
Parabéns por reproduzir essa matéria.
Abraço
Muito interessante a critica na postagem, e eu concordo com Lima Junior quando lembrou Hobsbawn. Abç
Prezado Lucidreira
A crítica de Silvio Tendler é muito coerente e verdadeira, mostrando que não podemos nunca nos calar contra a censura. Agradeço pela visita e comentário. Abraços!
Prezada Viná Garcia S. de Moraes
Fico muito honrado com sua visita e comentário. Um grande abraço!
Oi Professor Adinalzir,
Reconstruindo a História de nossa nação. Parabéns!
Leandro CHH
Valeu, Professor Leandro CHH!
Fico muito grato pela visita e comentário. Um grande abraço!
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