domingo, abril 08, 2012

Páscoa e o ovo que veio de longe


A troca de guloseimas durante a Páscoa é muito comum, alem de ser uma tradição muito antiga, que nos remete à Europa do século XIII.

Coelhinho da Páscoa, o que trazes pra mim?
Um ovo, dois ovos, três ovos assim
Coelhinho da Páscoa, que cor eles têm?
Azul, amarelo e vermelho também.

A quadrinha popular que se ouve na voz da criançada com a proximidade da Páscoa anuncia a troca de guloseimas no domingo que encerra a Semana Santa. A tradição é antiga na Europa, remonta ao século XIII, quando os estudantes da Universidade de Paris, após  entoarem salmos e cânticos de louvor a Deus em frente à catedral, saíam, organizados em procissão, recolhendo presentes. As ofertas, especialmente ovos, eram distribuídas para parentes, amigos e vizinhos. Os ovos, tingidos de azul ou vermelho, simbolizavam o renascimento, a ressurreição e a imortalidade.

Confeccionados em madeira ou argila, com o tempo eles passaram a ser pintados e decorados com requinte.  No Brasil, o costume de receber e distribuir ovos de Páscoa data apenas dos anos 1920, introduzido pela colonização alemã nas cidades do Sul. Aos poucos, a prática se espalhou em massa de chocolate pelas confeitarias do resto do país, para o pecado de todos. Uma Feliz Páscoa para todos nós!


sábado, março 24, 2012

O Brasil Através das Três Américas


No dia 16 de abril de 1928, partiu do Rio de Janeiro a "Expedição Brasileira da Estrada Panamericana". Comandava-a o então Tenente do Exército Leônidas Borges de Oliveira e o acompanhavam nessa empreitada Francisco Lopes da Cruz, um observador, e Mário Fava, um mecânico. Utilizando apenas dois automóveis Ford "Modelo T", esses brasileiros tinham por missão descobrir, abrir e projetar a rota onde, futuramente, seria construída, em condições ideais, uma rodovia que interligasse as Três Américas. A iniciativa extremamente inovadora alcançou êxito, constituindo-se em façanha poucas vezes registrada na história do automobilismo mundial. Durante dez anos, a expedição percorreu 28.000 quilômetros de estradas, picadas, caminhos, matagais e florestas de quinze países. É fácil imaginar as dificuldades de todas as espécies, enfrentadas e dominadas pelos expedicionários, afinal, durante toda a viagem foram cruzadas selvas centenárias, rios agitados e a temível Cordilheira dos Andes, tudo isso através de caminhos abertos com pás, picaretas e dinamite. Mas, apesar de todos os obstáculos e depois de dez anos de esforços, o trabalho completo da exploração da futura rodovia foi concluído e, chegando a Detroit, os expedicionários foram recebidos pelo pioneiro da indústria automobilística, Henry Ford, entre outros tantos nomes importantes. O grande acervo documental e fotográfico acumulado e as inúmeras emoções experimentadas durante os 12 anos de trabalho de estudos sobre a Expedição resultaram neste livro: "O Brasil Através das Três Américas". 

Um excelente trabalho de autoria de Jose Roberto Faraco Braga que  traz em seu DNA, o espírito aventureiro e desbravador, herdado de seus antepassados, que chegaram ao Brasil durante o começo da colonização.

Conheça essa aventura, comprando o livro aqui:

Aproveite e visite também o blog da Família Braga.

domingo, março 18, 2012

José Vieira Fazenda: médico, escritor e amante da cidade do Rio de Janeiro


Nascido no Rio, em 28 de abril de 1847, José Vieira Fazenda formou-se em Belas Letras e em Medicina, profissão que exerceu na Santa Casa da Misericórdia e numa clínica na Rua do Cotovelo, onde morava, e que dava acesso ao alto do Morro do Castelo, à Santa Casa e ao morro ele dedicou alguns de seus textos. Em 1895 e 1896, Vieira Fazenda foi intendente municipal, e na mesma época começou a escrever para revistas e jornais da cidade, como "A Notícia", do qual foi regular colaborador. Como bibliotecário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), cuja sala de leitura hoje leva seu nome, Vieira Fazenda travou contato com importantes intelectuais da época, como o historiador Capistrano de Abreu, e teve acesso a documentos históricos para suas pesquisas.

Num dos textos de introdução às "Antiqualhas e memórias do Rio de Janeiro", o historiador Elysio de Oliveira Belchior atribui parte da paixão de Vieira Fazenda pelo Rio de Janeiro aos estudos no Colégio Pedro II, onde teve aulas com o escritor Joaquim Manuel de Macedo e o historiador Manuel Duarte Moreira de Azevedo, que foi membro do IHGB. Em vida, o autor publicou "Notas históricas", sobre a Associação Comercial do Rio de Janeiro (1906), "Posse do antigo Convento do Carmo" (1908), reunindo artigos publicados no "Jornal do Commercio", e um livro com textos de "A Notícia" sobre a Santa Casa da Misericórdia (1912). Os artigos de "Antiqualhas...", no entanto, foram editados apenas após sua morte, em 19 de fevereiro de 1917.