Nascido no Engenho Canabrava, Bahia, pertencente ao visconde de Aramaré, (hoje localizado no município baiano de Teodoro Sampaio) era filho da escrava Domingas da Paixão do Carmo e do padre Manuel Fernandes Sampaio.
Foi alforriado assim que nasceu, educado pelo pai, estudou nas melhores escolas da Bahia do educador Abílio César Borges, Barão de Macaúbas e no Colégio Central da Bahia. Aos 23 anos, se forma no curso de Engenharia da Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1878, sendo ainda contratado como desenhista do Museu Nacional.
No mesmo ano visitou a mãe, já liberta da Escravidão e os irmãos, comprando, no ano seguinte, a carta de alforria de seu irmão Martinho, gesto que repete com os irmãos Ezequiel (1883) e Matias (em 1885).
Em 1880 integra a "Comissão Hidráulica", nomeada pelo imperador Dom Pedro II, sendo o único engenheiro brasileiro entre norte-americanos. Também realizou o trabalho de prolongamento da linha férrea de Salvador ao São Francisco (1883)
Sendo um amante das ciências, o próprio Imperador Dom Pedro II fazia consultas com Sampaio a cerca da Flora e da Fauna Brasileira, discutiam acerca de vários temas da cultura brasileira, em especial sobre a linguística dos índios Tupi. Na área da linguística, escreveu sobre a influencia do tupi na lingua portuguesa falada no Brasil com a obra "O Tupi na Geographia Nacional" (Sampaio 1901).
Foi, em 1894, um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (1898), que presidiu em 1922; sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1902).
Participou da fundação da Escola Politécnica, como parte da comissão do governo estadual composta por ele e Francisco Sales de Oliveira cujo resultado foi a lei de fundação da instituição, em 1893.
Teodoro Sampaio, filho de uma escrava negra, foi um dos maiores pensadores brasileiros de seu tempo. Engenheiro por profissão, legou-nos uma bibliografia de vasta erudição geográfica e histórica sobre a contribuição das bandeiras paulistas na formação do território nacional, entre outros temas.Igualmente digna de consideração foi sua contribuição ao estudo de vários rios brasileiros, de pinturas rupestres em sítios arqueológicos nacionais, do tupi na geografia brasileira e da geologia no País. Neste campo, a geologia brasileira, participou de momentos marcantes, como a expedição de Orville Derby ao vale do rio São Francisco e de comissões específicas. Além disso, foi grande amigo de Euclides da Cunha, e auxiliou o escritor com conhecimentos sobre o sertão baiano na elaboração do livro Os Sertões.
Seu nome figura na memória intelectual do País ao lado de Capistrano de Abreu, Joaquim Nabuco, Nina Rodrigues e outros do mesmo patamar. Em sua memória, foram batizados dois municípios brasileiros (na Bahia e em São Paulo) e também uma importante rua da cidade de São Paulo.
Fonte: Baianos Ilustres, Antônio Loureiro de Souza, Salvador, 1949./História de D Pedro II - Página 710 de Pedro Calmon.
Trabalho de pesquisa realizado por:
@brazil_impperial e https://www.facebook.com/BrazilImperiu
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