Juliano Moreira nasceu em 1872 na Cidade de Salvador. De origem humilde, era filho do português Manoel do Carmo Moreira Júnior, inspetor da iluminação pública e de Galdina Joaquina do Amaral, negra alforriada, empregada doméstica e cozinheira na residência de Luís Adriano Alves de Lima Gordilho, o segundo Barão de Itapuã, conceituado médico e professor da faculdade de medicina da Bahia.
Sem ter o reconhecimento de seu pai biológico, Juliano Moreira foi apadrinhado pelo patrão de sua mãe o Barão de Itapuã. Graças ao apoio de seu padrinho, que reconheceu a inteligência precoce do menino, Juliano Moreira fez os cursos preparatórios no Colégio Pedro II e depois no Liceu Provincial de Salvador e ingressa no curso de medicina, em 1886 aos 14 anos de idade.
Tragicamente, por ironia do destino, logo após ver seu afilhado se formar em medicina e cirurgia em 1891, o Barão de Itapuã perdeu seu filho biológico, vítima da febre amarela. Sofrendo de depressão, problemas financeiros e de saúde, suicidou-se em 1892. Segundo o relatório de Raimundo Nina Rodrigues, autor da autópsia, o suicídio pode ter sido motivado por "decadência demencial", alucinações auditivas e visuais.
È provável que os problemas mentais sofridos por seu querido padrinho, tenham inspirado Juliano Moreira a ser assistente da cadeira de Clínica Psiquiátrica e de Doenças Nervosas, quando inicia a sua jornada pelas doenças mentais em 1894, sendo mais tarde considerado como o fundador da disciplina psiquiátrica no Brasil pelos avanços por ele promovidos. Moreira foi o primeiro professor universitário brasileiro a citar e incorporar a teoria psicanalítica no ensino da medicina.
FONTES DE CONSULTA:
* Juliano Moreira (Vida e Obra). Alexandre Passos. 1975. Ed. Livraria São José.
* Juliano Moreira: um psiquiatra negro frente ao racismo científico. Revista Brasileira de Psiquiatria, vol. 22, n. 4, 2000.
* @instagram.com/brazil_imperial
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