segunda-feira, fevereiro 26, 2024

Recorte da carta topográfica que é parte do Atlas do Brasil de 1640, de João Teixeira Albernaz

Sede da Fazenda de Santa Cruz, RJ, 1816. Desenho de autoria de Jean Baptiste Debret.

No recorte da carta topográfica disponibilizada abaixo, vemos parte do Atlas do Brasil de 1640, de autoria de João Teixeira Albernaz, onde ilustra-se o litoral desde Ubatuba até o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro.

Nele o atual Bairro Imperial de Santa Cruz, 19ª Região Administrativa do Rio de Janeiro, na Zona Oeste do município, aparece registrado com a denominação de Curral dos Padres.

Sendo uma carta topográfica produzida na primeira metade do Século XVII (1640), a designação de Curral está relacionado com a numerosa criação de gado bovino dos padres jesuítas, da Companhia de Jesus no Rio de Janeiro.

Segundo os inventários que foram produzidos após a expulsão da Companhia de Jesus do Brasil, e também pela citação de diversos historiadores, já a partir do final do Século XVIII e Século XIX, entre eles Pedro Henrique da Cunha [1790], Manuel Martins do Couto Reis [1804] e José de Saldanha da Gama [1875], chegaram a existir em Santa Cruz, mais de 11.000 cabeças de gado bovino, além de centenas de muares, cavalos, carneiros, cabritos, porcos e também muitas espécies de aves.

Com a expulsão dos padres, o confisco das terras pelo governo português, o descaso de alguns dos seus administradores, a ocupação das terras como residência rural pela nobreza lusitana, e, já no final do Século XIX, a Proclamação da República, o quantitativo de gado bovino e demais espécimes vai cair definitivamente, até desaparecer em sua totalidade.

Recorte da Carta Topográfica de autoria do cartógrafo português João Teixeira Albernaz, que faz parte do Atlas do Brasil, trecho do litoral de Ubatuba, São Paulo até o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, com destaque para o Curral dos Padres, hoje compreendendo o Bairro Imperial de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro;

Foto de boiadeiros conduzindo o gado, provavelmente para o confinamento e posterior matança, já nas primeiras décadas do Século XX, quando os bois eram conduzidos de Minas Gerais até o Matadouro de Santa Cruz;

Ferro de Marcar Gado da Fazenda de Santa Cruz, c. 1808. Acervo do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro. 

Pesquisa feita pelo Ecomuseu de Santa Cruz. 

https://www.facebook.com/ecomuseusc/?locale=pt_BR

Um comentário:

Helena Fontenele disse...

Adoro demais esses mapas antigos.