Diplomado em Engenharia e Geografia pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1879 (quando contava apenas 19 anos), Paulo de Frontin já era catedrático da mesma escola e do renomado Colégio Pedro II aos 21 anos.
Paulo de Frontin era mais engenheiro que político. Especializou-se nos sistemas de abastecimento d'água. Quando sobravam apenas alguns meses de vida ao Brasil Império, um Frontin de 29 anos conseguiu canalizar em apenas seis dias as águas do rio Tinguá, na Baixada Fluminense, restabelecendo o fluxo da capital. No verão de 1889, o termômetro foi a 42°C e, parecia, lá ficou. Como foi bem-vinda aquela água.
A obra lhe deu fama e a República retribuiu com excelentes contratos. De engenheiro se fez empreiteiro. Primeiro dedicou-se a melhoramentos no porto do Rio, depois traçou trechos de ferrovias e, daí, construiu a avenida Central, hoje Rio Branco. Quando o século XX entrou, tinha alguns dos melhores contratos no país. A República gostava de bacharéis com conhecimento técnico de ponta. Frontin era um destes homens capazes de moldar a imagem brasileira dos novos tempos. Em 1903, assumiu a presidência do Clube de Engenharia.
Ficou no posto três décadas. Como órgão técnico, o clube decidia que obras faziam sentido e quais não. Conveniente. Foi mais responsável pelo novo Rio de Janeiro que se inventava do que o prefeito que levou esta fama, Francisco Pereira Passos. Passos cruzou o centro da capital com avenidas largas e modernas. Frontin inventou o litoral da Zona Sul: Copacabana, Ipanema e Leblon até a atual avenida Niemeyer.
Reconhecido internacionalmente pela sua competência, honestidade, visão administrativa e imensa capacidade de trabalho, André Gustavo Paulo de Frontin foi agraciado pela Santa Sé em 1909 com o título de Conde de Frontin por realizar obras de engenharia em Igrejas sem cobrar nada
Em Fevereiro de 1889 Paulo de Frontin se casou com uma jovem da alta sociedade carioca, Dona Leocádia Dodsworth, filha do empresário anglo-brasileiro Jorge João Dodsworth, 2º barão de Javari, e sobrinha do Barão de Teffe, figurava entre as mais solicitadas presenças em todos os acontecimentos mundanos da Capital do Império. Tiveram uma filha, Maria Elisa de Frontin.
Paulo de Frontin faleceu aos 73 anos no Rio de Janeiro no ano de 1933.
O engenheiro Paulo de Frontin foi declarado Patrono do Engenharia Brasileira.
Fonte: Paulo de Frontin: sua vida e sua obra. Raymundo de Athayde · 1961
3 comentários:
Precisamos de empreiteiras que tenham essa mesma eficiência nos dias atuais em que as obras ficam anos e mais anos paradas. Esse engenheiro revolucionou o Rio resolvendo por muitas décadas um problema crônico da cidade que era o abastecimento hídrico.
Em tempo! Parece que ele foi prefeito do então distrito federal por um período curto
Certamente, amigo Rodrigo!
Hoje em dia o que mais falta é o trabalho competente e eficiente.
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