sexta-feira, setembro 04, 2020

Memória do Fogo: dois anos do incêndio ao Museu Nacional



"D. Pedro II remexia-se inquieto na Colônia Espiritual em que se encontrava. Sabia que momentos importantes estavam por acontecer. Na velocidade do pensamento logo chega em frente à fachada do seu museu, antes casa. Espíritos amigos ali já se encontravam para a missão que logo começaria.

Espíritos da ciência e da fé vieram ao seu auxílio. Logo o fogo implacável começou. D Pedro respira fundo, ora a Jesus pedindo forças, arregaça as mangas e começa o trabalho. Ele entra na construção monumental, onde tantas vezes nos últimos 200 anos ele veio ao seu socorro. Mas dessa vez as trevas iriam vencer, mas ele não deixaria que sua obra virasse pó. Olhou nos móveis, os cômodos que outrora serviram seu corpo físico e de sua família à época, de sua vivência terrestre. Afastou qualquer pensamento e tristeza e pôs-se a trabalhar. 

Partiu para sala dos insetos e ordenou que todos partissem agora. Soltou as borboletas presas dos seus murais para que alçassem voo rumo ao infinito num gracioso balé. Grilos, besouros, formigas, todos incólumes às chamas, seguiram seus caminhos rumo à liberdade. A esperança ainda olhou para seu tutor querendo ficar. Mas seu doce olhar a impeliu a voar junto dos seus.


Indo para sala dos fósseis ordenou para que seus grandes amigos partissem para o céu de cada um. Ossos ganharam vestimenta espiritual e felizes partiram entre labaredas para sua derradeira morada. D Pedro olha o trono de madeira recebido há muito de presente pelo reino de Daomé. Pensou que um outro rei, nascido há mais de dois mil anos sentaria ali, porque era tão simples no seu viver quanto o singelo presente. Sente nesse momento as mãos do Doce Nazareno em seus ombros. Jesus diz confiante a Pedro, "Vamos amigo! Temos ainda muito por fazer". 

Pedro observa o mestre pessoalmente a libertar Luzia. Aquele crânio toma a forma da mulher valente que viveu há milênios atrás.Volta para sua Minas, Luzia. Reencontra os seus e segue seus caminhos. Embevecida pelo olhar de Jesus, Luzia parte confiante. E todos vão sendo encaminhados, as múmias para seu amado Egito, negros e índios resgatando sua caminhada. O prédio todo sendo consumido pelas chamas e todos partindo para seus céus misturados às labaredas, fumaça e à luz do pai criador. Sobrou Bendego, o Meteorito. Pedro lhe fala quase em súplica:

Você é forte amigo! Aguenta as chamas. Fica para simbolizar com suas 5 toneladas as consciências pesadas dos governantes deste país.

Bendego aceita sua missão humildemente e fica para lembrar o descaso, a indiferença, a arrogância daqueles que vivem na ignorância das leis do Pai Criador. Jesus olha Pedro com amor dos mais fraternos e diz: - Descanse, irmão, sua missão está cumprida..."

Autor desconhecido

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

4 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Um pedaço da nossa história que se foi e o prédio de maior significado em São Cristóvão que os nascidos recentemente não poderão contar a seus filhos e netos, bem pelo registro fotográfico de um passeio na Quinta. Talvez o reconstruam por fora como vi na atual igreja de Pirinópolis/GO, quando visitei o lugar há cinco anos. Mas por dentro, foi um registro arquivado que se perdeu para sempre.

Adinalzir disse...

Prezado Rodrigo Phanardzis
Hoje a mídia disse que estão fazendo uma grande reconstrução do prédio. Com promessa de muita recuperação e para ficar pronto até setembro de 2022, data da comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil. Até lá só nos resta torcer para tudo isso se concretizar. E que não seja preciso pedir a D. Pedro I para se levantar do túmulo novamente. Um abraço e uma excelente noite de domingo!

Unknown disse...

Belíssimo documentário.

Adinalzir disse...

Caro Unknown
Que bom que você gostou! Volte sempre a este blog.