Uma peculiaridade chamou a atenção de quase todos os viajantes estrangeiros que passaram por São Paulo nessa época: a grande quantidade de prostitutas que saía às ruas ao anoitecer à cata de tropeiros. Usavam amplos capotes de lã para cobrir os ombros e parte do rosto. Chamados de ”baetas”, esses mantos haviam sido proibidos várias vezes pelos governadores da capitania, numa vã tentativa de conter a prostituição. Em 1775, Martim Lopes Lobo havia instituído multas e ameaça de prisão para quem o usasse. Trinta e cinco anos depois, em agosto de 1810, o capitão geral França e Horta também determinava que as escravas flagradas com a “baeta”, além de pagar multa, seriam espancadas com palmatória. O dinheiro das multas seria revertido em favor do Hospital de Lázaros. Nada disso pareceu surtir efeito, uma vez que, quase uma década mais tarde, em 1817, Thomas Ender e seu colega botânico Karl Friedrich Phillip von Martius descreviam as mesmas cenas nas ruas de São Paulo.
Fonte: 1808, de Laurentino Gomes. (1° edição)
Imagem: La Goulue chegando ao Moulin Rouge, por Henri de Toulouse-Lautrec, 1892. (Wikipedia Commons)
Originalmente postado no Instagram Rainhas Malditas
Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego
2 comentários:
Interessante... Nunca tinha ouvido falar nada sobre as velhas técnicas de prostituição em Sampa! Muito legal!
Prezada Jane Darcke
Fico sempre grato pela visita.
Muito bom saber que você gostou.
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