segunda-feira, abril 20, 2020

As prostitutas em São Paulo



Uma peculiaridade chamou a atenção de quase todos os viajantes estrangeiros que passaram por São Paulo nessa época: a grande quantidade de prostitutas que saía às ruas ao anoitecer à cata de tropeiros. Usavam amplos capotes de lã para cobrir os ombros e parte do rosto. Chamados de ”baetas”, esses mantos haviam sido proibidos várias vezes pelos governadores da capitania, numa vã tentativa de conter a prostituição. Em 1775, Martim Lopes Lobo havia instituído multas e ameaça de prisão para quem o usasse. Trinta e cinco anos depois, em agosto de 1810, o capitão geral França e Horta também determinava que as escravas flagradas com a “baeta”, além de pagar multa, seriam espancadas com palmatória. O dinheiro das multas seria revertido em favor do Hospital de Lázaros. Nada disso pareceu surtir efeito, uma vez que, quase uma década mais tarde, em 1817, Thomas Ender e seu colega botânico Karl Friedrich Phillip von Martius descreviam as mesmas cenas nas ruas de São Paulo.

Fonte: 1808, de Laurentino Gomes. (1° edição)

Imagem: La Goulue chegando ao Moulin Rouge, por Henri de Toulouse-Lautrec, 1892. (Wikipedia Commons)

Originalmente postado no Instagram Rainhas Malditas

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

2 comentários:

Jane Darckê disse...

Interessante... Nunca tinha ouvido falar nada sobre as velhas técnicas de prostituição em Sampa! Muito legal!

Adinalzir disse...

Prezada Jane Darcke
Fico sempre grato pela visita.
Muito bom saber que você gostou.