Toda grande cidade precisa de uma grande avenida, certo? No Rio de Janeiro uma só não bastou, a grandiosidade desta cidade, guardava algo ainda mais retumbante! Após a criação da Avenida Central de Pereira Passos, posteriormente Rio Branco, foi idealizada e construída a Avenida Presidente Vargas. À época, foi considerada faraônica pois derrubou quadras inteiras para a passagem de suas largas pistas, sumiu com ruas, foi radical. Destruiu, inclusive, a original Praça Onze que, até então, sediava os novatos desfiles das escolas de samba do Rio. A ideia era ligar a Avenida do Mangue até o Cais dos Mineiros, hoje Arsenal de Marinha, e o projeto foi idealizado e realizado durante o governo de Henrique de Toledo Dodsworth.
Para a passagem desta gigantesca Avenida, foram demolidos 525 prédios, muitas ruas antigas como a Senador Eusébio, da Foto, simplesmente deixaram de figurar nos mapas da cidade. Para as pistas laterais foram aproveitadas as Ruas General Câmara (lado ímpar) e Rua de São Pedro (lado par), as pistas centrais é que foram as responsáveis pela grande derrubada ao estilo Pereira Passos. Entre as mais de 500 construções postas abaixo, estavam quatro igrejas: São Pedro dos Clérigos, São Domingos, Bom Jesus do Calvário e NªSª da Conceição. O nome da Avenida foi dado em homenagem ao então presidente da República, Getúlio Vargas. À época o país vivia sobre o regime do Estado Novo.
Para se entender a importância da Avenida Presidente Vargas é importante entender a relevância do Canal do Mangue, construído no século XIX. Na verdade, desde o tempo de Dom João VI já era pensada a construção de um canal navegável que ligasse o mar ao Rocio Pequeno, atual Praça Onze de Julho. Finalmente em 1857, foi iniciada a obra do Canal do Mangue que, à época, era considerada a maior obra de saneamento do Rio de Janeiro. A construção da Avenida Presidente Vargas surgiu com objetivo de ligar pontos extremos do centro carioca.
Durante as obras de abertura da grande avenida carioca, que passou a ter cerca de 4 km, o carnaval carioca utilizou as instalações do estádio de São Januário, do Vasco da Gama, para realizar os desfiles carnavalescos. A Avenida Presidente Vargas foi finalmente inaugurada no dia 7 de setembro de 1944. Nas fotos acima é possível entender o que mudou na cidade desde o momento do início das obras até a sua inauguração. Também serão mostradas construções que foram demolidas para a passagem da Avenida, como a Igreja São Pedro.
Originalmente postado em historiadorio
Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego
2 comentários:
Sem dúvida foi uma obra agressiva e que, na época, teve sua utilidade, mas que talvez pudesse ter sido evitada, caso o Rio houvesse investido no transporte de massas uma década antes. Hoje a tendência é o encurtamento das avenidas e uso dos VLTs, esvaziando o Centro de veículos.
Prezado Rodrigo Phanardzis
Hoje a cidade do Rio carece de uma política de transporte eficiente e uma melhor visão por parte dos nossos administradores. Isso é fato.
Volte sempre e um grande abraço.
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