segunda-feira, março 30, 2020

E bem no fundo do poço, sobra a esperança



Nós estamos nele, ele... É apenas uma metáfora (e talvez a melhor metáfora com a qual eu tive contato até hoje. Absolutamente genial).

Você arriscaria a sua vida pela mensagem? Tem certeza? Ela é realmente importante dessa forma?

O poço, representa sem nenhum pudor todo o nosso egoísmo e cegueira, toda a nossa insensibilidade. E acredito que insensibilidade até seja uma palavra branda para o que quero expressar.

O poço era para ser uma viagem de aprendizado, uma viagem para aprender sobre solidariedade e empatia, sobre "comer" o que você precisa, e nada mais. Pois há pessoas nos níveis abaixo que também precisam dessa "comida".

A "comida" que estava no nível mais alto, era perfeita, mas a ganância, a gula, o egoísmo, destruiu toda a perfeição.

E talvez "O poço" fale sobre o estado, mas por que o estado tem que se adaptar? Por que não é o ser humano que desenvolve a empatia necessária? Se resolvermos o problema da superfície e não resolvermos o problema da raiz, de nada vai adiantar.

Ao meu ver, esse filme fala sobre a humanidade, ele vocifera com autoridade o que somos, ele dilacera a nossa retina para que enfim possamos nos livrar da cegueira (ou talvez, nem assim consigamos nos livrar dela).

E bem, no fundo do poço sobre a esperança. Lá no fundo dele, soterrada por fome, sofrimento, selvageria, sobra a esperança.

Você está disposto a enfrentar toda essa brutalidade para salva-lá?

Esse filme veio a calhar com a pandemia na qual estamos vivendo. Onde o mundo (ou melhor, cada um de nós) envolto em seu imenso egoísmo, declara guerra; mas contra sua própria espécie, e talvez nem tenha dimensão do que está fazendo com o simples ato de sair de casa. Guerra essa, onde até mesmo papel higiênico é motivo para uma batalha.

Originalmente postado em efifania on instagram

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego