quinta-feira, dezembro 12, 2019

Um fragmento da história da Tijuca



O desenvolvimento do Engenho Velho veio a partir do Caminho do Engenho Velho, hoje Rua Haddock Lobo, que tinha início no Largo do Estácio e se projetou na direção do Andaraí Pequeno, através do Caminho do Andaraí Pequeno, atual Rua Conde de Bonfim. O nome da Rua Conde de Bonfim foi dado em homenagem a uma das figuras mais ilustres da região na época do Império: o negociante José Francisco de Mesquita, que foi Conde e depois Marquês de Bonfim (1790-1873) e era pai do Barão de Mesquita, Jerônimo José de Mesquita.

Somente a partir de 1870 a Tijuca foi considerada Zona Urbana da cidade. Até esta época a região era caracterizada por imensas propriedades, das quais citaremos algumas:

A Chácara do Andaraí - que se estendia do Largo da Segunda Feira até a Rua José Higino;

As Chácaras do Trapicheiro - que pertenciam ao Barão de Itacuruçá, genro e herdeiro do Barão de Mesquita e que iam do atual Colégio Batista localizado na Rua José Higino, que era sua sede, e se estendia até quase a Muda, beirando a Serra da Carioca;

A Chácara do Portão Vermelho - que pertencia a Antonio Basílio seguia pela Rua Pinto Figueiredo até a Rua José Higino;

A propriedade de Militão Máximo de Souza, fazia fronteira com a Chácara do Portão Vermelho e se estendia até a Usina.

Em 1873 a família Azevedo, proprietária de terras na Muda, que tinha este nome devido ao fato de no local serem "mudados" os burros que arrastavam os bondes e deveriam a partir dali começar a subir a serra, abriu em suas terras as ruas: São Miguel; Santa Carolina e São Rafael. Em 1880, na Chácara do Aragão, que tinha frente para a Rua São Francisco Xavier e ia até a Rua Conde de Bonfim, foram abertas as ruas: Pereira de Siqueira e a Barão do Amazonas, atual Marquês de Valença.

A Rua Aguiar, no Largo da Segunda-Feira, foi aberta nas terras do Comendador Sebastião da Costa Aguiar, proprietário da Chácara do Vintém, onde ficava localizada a Fonte do Vintém, que fornecia água que era vendida em copos aos transeuntes e em barris de madeira até 1900 e segundo Machado de Assis era a água preferida dos cariocas. Em 1889, as Ruas Visconde de Figueiredo e Conselheiro Zenha foram abertas pelo Barão de Mesquita que adquiriu terras da antiga residência do Duque de Caxias. Em 1911, João Vitório Pareto, proprietário de terras e prédios nas Ruas Conde de Bonfim e Barão de Mesquita abriu as Ruas Pareto e Santa Sofia e a Praça Hilda, construindo casas de aluguel para as classes pobres. Também em 1911, foi inaugurada a Praça Saens Pena.

Em 1912, Elisa Jerônimo Mesquita, pertencente à família do Barão de Mesquita e proprietária de terras na Rua Major Ávila, solicitou ao Prefeito licença para abrir uma rua ao lado da Igreja de Santo Afonso, surgindo assim a Rua Santo Afonso. O Barão de Itacuruçá, abriu em terras da Chácara do Trapicheiro as ruas: Andrade Neves; Homem de Melo e Visconde de Cabo Frio, além da Praça Barão de Corumbá e também prolongou a Rua Uruguai da Rua Conde de Bonfim até o seu final.

A abertura de ruas e a construção de moradias transformaram completamente a paisagem da Tijuca, que no início do Século XX se consolidou como Bairro. Por volta de 1920, as Ruas Conde e Bonfim e Haddock Lobo foram ocupadas por mansões e palacetes de grandes personalidades da República e nesta época a Tijuca apresentava o maior número de escolas do Distrito Federal, que se destacavam não apenas pelo número mas também pela qualidade, tinha também bons clubes e comércio razoável. O transporte por linhas de bonde eletrificado facilitava o acesso ao Bairro.

Por volta de 1928, a urbanização da Conde de Bonfim atingiu a Muda e a Usina. O censo de 1933 mostrou um aumento acentuado da população na área entre o Largo da Segunda-Feira e a Praça Saens Peña e a Rua Uruguai. Dos anos 30 em diante a Conde de Bonfim passou por processos de crescimento como todo o restante do Bairro.


Imagem da Igreja de São Francisco Xavier construída pelos padres jesuítas em 1583.
Autor desconhecido.

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

2 comentários:

Polistyca disse...

E a história do FHC, hein?

Sabe quem é fake news? As falas do FHC, do PSDB! Isso sim!

FHC do PSDB é atualmente o maior chupador do pé imundo de lula. FHC adora lamber o pé de lula. E lula é aquele grotão de um mau gosto enorme. Um primitivista das cavernas. lula é um apedeuta. Além disso é ladrone. FHC: lambedor do pé de lula!

Adinalzir disse...

Infelizmente tem gente que não compreende e só fala besteiras.