segunda-feira, março 25, 2019

O nome dos dois era João. E marcaram em definitivo a história cultural da cidade do Rio de Janeiro

Fragmentos Históricos

Fatos marcantes ocorridos no longínquo ano de 1808, marcaria em definitivo a vida e o cotidiano dos cidadãos da Leal e Heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e trariam mudanças significativas para a cidade.

"O passado não volta. Importantes são a continuidade e o perfeito conhecimento de sua história." Lina Bo Bardi.

DOM JOÃO VI

(nome completo: João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís Antônio Domingos Rafael de Bragança)


A transferência da corte portuguesa para o Brasil foi o episódio da história de Portugal e da história do Brasil em que a família real portuguesa, a sua corte de nobres (ver nobreza portuguesa) e mais servos e demais empregados domésticos (tais como valetes) e inclusive uma biblioteca com mais de 60 000 livros, radicaram-se no Brasil, entre 1808 e 1821. Tendo a leva inicial de 15 000 pessoas. Em 7 de Março de 1808 o navio que trazia Dom João VI, adentra na baia da Guanabara e chega ao Rio de Janeiro.

A capital do Reino de Portugal foi estabelecida na capital do Estado do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro, registrando-se o que alguns historiadores denominam de "inversão metropolitana", ou seja, da colônia passou a ser exercida a soberania e o governo do império ultramarino português.

Pela primeira e única vez na história uma colônia passava a sediar uma corte europeia. O plano de transferência da família real e da corte de nobres portugueses para o Brasil, refúgio seguro para a soberania portuguesa quando a resistência militar a um invasor fosse inútil na metrópole, já havia sido anteriormente cogitado. O povo da cidade do Rio de Janeiro vivenciou esse momento turbulento de sua história. Em meio a essa turbulenta mudança, a cidade teve que se adaptar aos gostos dos nobres e todos os demais servos do rei recém chegados da Europa.

Alguns meses depois da chegada da corte portuguesa, precisamente no dia 1 de Outubro de 1808, em uma casa situada na rua N.S. Mãe dos Homens, um casal se prepara para levar seu filho a pia batismal da Igreja de N.S. da Candelária, com alguns convidados, se dirigiram para a igreja, localizada nas proximidades da residência do casal, sendo o padrinho o Alferes José de Carvalho Ribeiro, amigo íntimo da familia Caetano dos Santos.

A criança, levaria o nome do pai, João Caetano dos Santos, um dos maiores teatrólogos de todos os tempos, nascido no dia 14 de Agosto de 1808, neto paterno de José Caetano dos Santos, comerciante português e Maria Francisca Maria de Jesus.avó materna Maria Joaquina de Jesus.

A data de seu nascimento nas biografias existentes apontam datas diferentes dessa citada nessa pesquisa, cuja data de nascimento se encontra citada no registro de batismo da igreja da Candelária.

PEQUENA BIOGRAFIA DE JOÃO CAETANO DOS SANTOS 

(João Caetano)


Ainda muito jovem, assentou praça como cadete no batalhão do Imperador e, durante sete anos, esteve nas fileiras do Exército, tomando parte em algumas campanhas, no sul, onde deu exemplos de coragem. Os seus pendores, entretanto, manifestados ainda em plena juventude, indicavam o teatro como a carreira de sua preferência e, por isso, contrariando os desejos da família, deixou as fileiras, tornando-se ator.

Apareceu em cena, pela primeira vez, em 1827, num teatrinho particular da vila de Itaboraí, desempenhando o papel de “Carlos”, no drama “O Carpinteiro da Livórnia”. Animado com o êxito da estreia, veio para o Teatro de Niterói, onde abriu uma assinatura de 10 récitas, apresentando os dramas: “Otelo”, “Antônio José”, “Catarina Howard”, “Torre de Nesle”, “Fayel”, “Oscar, o filho de Ossian”, “Aristodemo” e “Última Assembleia dos Condes Livres”.

Alguns meses depois, entrava para o Teatro Constitucional Fluminense, vencendo o ordenado mensal de 30$000. Mais tarde, amparado pelo visconde e marquês do Paraná, conseguiu reconstruir o Teatro de Niterói, reabrindo-o no dia 2 de dezembro de 1833, com o drama – “O Príncipe amante da liberdade ou a Independência da Escócia”. Deve-se a João Caetano a organização da primeira companhia dramática nacional e a formação do teatro brasileiro, com atores nacionais, oferecendo-lhes ordenado fixo e certo amparo material. Vindo para a Corte, construiu um teatro na Rua do Valongo, com três ordens de camarotes. Não obtendo êxito comercial, foi trabalhar em outros teatros, em São Januário, Mangaratiba e Angra dos Reis; voltou a Niterói, foi depois à Bahia e ao Recife, marcando sua carreira com triunfos que o tornaram um ator popular. Reedificou, mais tarde, o Teatro São Francisco, que se abriu em 1841.

Encarregou-se, também, da empresa do Teatro São Pedro. Cinco meses depois, este teatro foi destruído por violento incêndio.

Passou a ocupar o Teatro de São Januário, mas reconstruiu o São Pedro. Foi ao Rio Grande do Sul, onde obteve notável sucesso e, voltando à Corte, teve o infortúnio de assistir ao terceiro incêndio do Teatro São Pedro, que ainda reconstruiu, com a sua pertinácia, representando aí novas peças, que passaram a merecer a preferência do público. Esteve na Europa, em 1860, e representou em Lisboa, obtendo êxito.

Voltando ao Brasil, afetado de moléstia grave, pouco viveu. Antes de morrer, firmou, do próprio punho, as seguintes palavras: “Vistam o meu cadáver com o hábito de São Francisco e coloquem-lhe no peito o hábito de Cristo com que meu pai foi sepultado; encerrem-no em um caixão pintado ou forrado de paninho e conduzam-no ao cemitério na sege mais pobre que houver, acompanhando-o somente o meu compadre Afonso e o capuchinho Frei Luiz”.

Sua morte ocorreu na manhã de 24 de agosto de 1863, e o enterramento, no jazigo n.º 3.164, do Cemitério São Francisco de Paula, teve a maior simplicidade, comparecendo todos os artistas da Companhia João Caetano e de outras companhias dramáticas existentes na cidade.

Por iniciativa do ator Francisco Correia Vasques, foi mais tarde erigido a João Caetano o monumento, que se encontra agora em frente ao teatro que tem o seu nome, na Praça Tiradentes.

Pesquisa e texto: Dawson Nascimento da Silva.

Fontes: Igreja de NS da Candelária - Livro de Nº 9, fls 203. frags.wiki

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

2 comentários:

Laura Aguiar disse...

D. João VI e João Caetano dos Santos, dois personagens que deixaram sua marca na história da cidade do Rio de Janeiro. Parabéns pelo texto!

Adinalzir disse...

Eu que agradeço Laura Aguiar
Volte sempre a este singelo blog.
Seu comentário é sempre muito importante!