Um dos conquistadores da cidade do Rio de Janeiro que receberam terras em Guaratiba foi Manuel Veloso Espinha, que também lutara em 1575 contra os tamoios e franceses que se refugiaram em Cabo Frio. Nomeado Oficial da Câmara em 1584, antes disso, em 1579, ele recebeu, junto com a esposa, Jerônima Cubas, uma sesmaria em Guaratiba. Esta Jerônima era filha ilegítima de Brás Cubas, capitão-mor de São Vicente e um famoso personagem da História do Brasil, que entraria para a ficção pelas mãos de um homônimo seu criado por Machado de Assis em “Memórias póstumas de Brás Cubas”.
A sesmaria compreendia 52 km2, entre os rios Guandu e Guaratiba, além de uma ilha e todas as “águas entradas e saídas”, conforme está na carta de doação. Seus dois filhos, Jerônimo e Manuel, herdaram as terras e Jerônimo, já casado com Beatriz Álvares Gago, repassou em 1629 parte delas aos carmelitas. Em troca, eles teriam de pagar algumas dívidas acumuladas por eles, protegerem três enjeitados, rezarem missas pelos doadores e lhes darem sepultura na capela de Nossa Senhora do Desterro, erguida à beira da praia por Jerônimo e sua esposa e que ainda existe, embora tenha sido reconstruída e bastante alterada.
A sesmaria compreendia 52 km2, entre os rios Guandu e Guaratiba, além de uma ilha e todas as “águas entradas e saídas”, conforme está na carta de doação. Seus dois filhos, Jerônimo e Manuel, herdaram as terras e Jerônimo, já casado com Beatriz Álvares Gago, repassou em 1629 parte delas aos carmelitas. Em troca, eles teriam de pagar algumas dívidas acumuladas por eles, protegerem três enjeitados, rezarem missas pelos doadores e lhes darem sepultura na capela de Nossa Senhora do Desterro, erguida à beira da praia por Jerônimo e sua esposa e que ainda existe, embora tenha sido reconstruída e bastante alterada.
Após a doação de Jerônimo, os carmelitas ainda receberiam, em 1669, outra porção de terras, desta vez do governador do Rio de Janeiro, Pedro Mascarenhas. Estas terras reunidas formaram a Fazenda da Pedra, estabelecida em 1770 e cujo convento, que ficava atrás da capela de Nossa Senhora do Desterro, foi demolido em 1953 para ser construído o loteamento Vila Mar. O convento mantinha total controle sobre a administração da fazenda e sua produção. A Fazenda da Pedra tinha engenho de açúcar, criação de bois e cavalos, além de plantação de mandioca, milho e legumes e era bastante extensa, atingindo os limites de propriedades na área de Campo Grande (Magarça, Cachamorra, Inhoaíba) e da Fazenda de Santa Cruz. Já antes do século 20, boa parte dela já estava vendida, dando origem mais tarde a localidades como a de Santa Clara.
André Luis Mansur é escritor e jornalista.
2 comentários:
Uma viagem no tempo impressionante.
Valeu! Agradeço seu comentário.
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