a) Projeto Cultural A BANCA DÁ POESIA
“A poesia é um ajuste de contas com a realidade!”
(Luís García Montero)
O Projeto Cultural A BANCA DÁ POESIA, surgida em setembro de 2015, é uma iniciativa original, sem fins lucrativos, nascida no bairro de Paciência, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. É organizado pela CAMEMPA, Casa da Memória Paciente, uma instituição apartidária, que pesquisa a história da Mata da Paciência. Uma vez por mês, sempre aos domingos, de 10 às 12 da manhã, poemas são lidos em volta de uma banca de camelô (vendedor ambulante de bugigangas), na maior praça pública do bairro.
Transeuntes e pedestres são apresentados aos grandes nomes da poesia nacional (Manoel de Barros, Vinicius de Moraes, João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Nélida Piñon, Ferreira Gullar, Mário Quintana, Manuel Bandeira, entre outros nomes) e internacional (Jacques Prévert, Bertolt Brecht, Hans Magnus Enzensberger, Pablo Neruda, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Pedro Estorninho, entre outros nomes).
Como estímulo à leitura, oferecem-se dois bombons para quem ler em público, ao microfone, um simples poema. E quem para a sua pressa (e a sua rotina) e apenas ouve um poema, leva um bombom para casa.
No início do projeto, os encontros eram realizados ao lado de uma banca de venda de jornais. Entretanto, com o passar do tempo, decidiu-se por um espaço maior, mais arejado, no centro da Praça Maria Graham. Usa-se uma banca rústica de camelô para a exposição das obras poéticas. A banca, seja a de jornais à venda, seja a de vendedor ambulante, oferece e oferta, generosamente, poesia a quem quiser dela desfrutar!
Paciência é um bairro periférico, com cerca de 100 mil habitantes. Dentre os 160 bairros cariocas, é o único a ter um projeto mensal de poesia na praça. A Casa da Memória Paciente (CAMEMPA), fundação sem fins lucrativos, que pesquisa a história de 221 anos do bairro paciente (iniciada em 1797), dá o suporte administrativo e logístico ao Projeto Cultural. Por que poesia? Por que na praça pública? Porque é por lá que o povo mais simples está e circula. Entre os bancos frios da praça e suas árvores frondosas, passa gente pobre, a caminho da igreja católica local ou das inúmeras igrejas evangélicas do entorno. Assim, era preciso existir uma resposta intelectual no bairro! Ademais, Manoel de Barros, poeta do centro-oeste do Brasil, disse, certa feita, que “poesia é voar fora da asa”; portanto, ela precisa estar fora de casa, na rua, na praça, no meio do povo, livre, liberta. Que, suavemente, esbarre na gente que caminha pelas calçadas!
Em Paciência (e em toda a Mata!), não há museu, biblioteca, teatro, cinema, centro cultural, nem quaisquer equipamentos voltados à arte popular ou erudita. Apenas a CAMEMPA (Casa da Memória Paciente) busca, alentadamente, suprir a carência e as demandas enormes de ventilação tópica das ideias. Há, porém, quinze escolas públicas, de ensino fundamental (atendendo crianças e adolescentes dos 6 aos 14 anos de idade), duas unidades de ensino médio (atendendo adolescentes dos 15 aos 18 anos de idade) e dezenas de estabelecimentos particulares (privados) de ensino da educação básica.
Percebe-se, assim, a premência de um projeto eminentemente cultural como A BANCA DÁ POESIA!
O Projeto Cultural A BANCA DÁ POESIA visa à promoção e divulgação da arte literária entre a população de um importante bairro populoso (já com quase cem mil habitantes), na Zona Oeste carioca. Estimular e incentivar o contato da comunidade local com textos canônicos da literatura nacional e internacional. Levar arte e cultura de altíssimo nível a uma população carente de real exposição à grande arte da poesia. Igualmente, o PCABDP (Projeto Cultural A Banca Dá Poesia) incentiva a leitura de textos não canônicos (hip-hop, samba, funk, entre outros), sem discriminar a arte popular! O respeito pela produção local (pela arte e poesia locais) é a regra de ação do Projeto.
O Projeto Cultural A BANCA DÁ POESIA tem sido avaliado positivamente pela comunidade local. Crianças, adolescentes, adultos e idosos têm participado das edições mensais, lendo ou ouvindo poemas. A cada edição, temos conseguido ampliar o público participante do evento poético-literário. Poetas locais, como João Crispim e Sérgio Alves, entre outros, frequentam as edições mensais, lançando livros ou lendo seus próprios poemas.
A CAMEMPA (Casa da Memória Paciente), surgida em 2017, resolveu tomar para si o projeto de democratização da poesia e financia os custos mensais de cada edição. A Casa, além de seu corpo fixo, conta com o apoio voluntário de diversas pessoas do bairro.
A BANCA DÁ POESIA utiliza os seguintes materiais:
1. Uma caixa de som, de 100 watts, com microfone e entrada USB;
2. Mesa de bar para a acomodação dos livros dos diversos autores;
3. Faixa de ráfia alusiva ao evento;
4. De cinco a dez caixas de bombons (por edição);
5. Uma garrafa térmica de café.
Formato para execução
1. Livros de poesia são expostos sobre uma mesa (uma banca de vendedor ambulante), e as pessoas são convidadas a escolher um livro e ler um poema qualquer;
2. Cada pessoa lê um poema de cada vez;
3. Canções brasileiras (MPB, samba, funk, hip-hop etc.) são tocadas entre um poema e outro;
4. Um livro que esteja sendo lançado pode ser divulgado nos intervalos da leitura dos poemas;
5. Livros, CDs e outros brindes podem ser sorteados entre as pessoas presentes;
6. Livros doados pela comunidade são distribuídos entre o público presente.
Um dos poemas frequentemente lidos nas edições dominicais da Banca:
“Notícias do Brasil” (Para Pedro Estorninho)
Sessenta mil pessoas pobres,
Quase todas pretas,
São assassinadas,
Todo ano,
No Brasil!
No Brasil,
Todo ano,
São assassinadas,
Quase todas pretas,
Sessenta mil pessoas pobres!
Isso não dá matéria na Globo,
Não vira capa da Veja,
Não cai na boca do povo,
Não alimenta o sermão evangélico!
Sessenta mil pessoas pobres!
Quase todas pretas!
Assassinadas!
E nosso silêncio bondoso (e cínico!) as enterra
No fundo profundo de nossa vergonha!
Isra Toledo Tov
b) Projeto SUBÚRBIO É VIDA
No bairro de Cosmos (um dos cinco territórios integrantes da área histórica da Mata da Paciência), dois eventos mensais ocorrem, tendo o samba de raiz como ponto de união da comunidade local.
Um ex-professor de História, Leonardo Moreira, reuniu, no início de 2018, um time de músicos e percussionistas cosmenses (de Cosmos) e, a cada quinze dias, numa praça no coração do bairro, uma mesa é montada, no formato típico das rodas de samba da Zona Norte carioca.
Candeia, Cartola, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara, Paulinho da Viola, entre outros nomes canônicos do samba carioca, são apresentados, em números executados com a maior fidelidade possível aos arranjos originais das composições.
A partir de agosto de 2018, a roda de samba cosmense passou a ser semanal, sempre aos domingos, de 14 às 21 horas, no imponente palacete que serviu de residência para o Comendador Sofia.
c) CINECLUBE DO TERRAÇO DAS ARTES e FORRÓ DA JANELA
No bairro de Paciência, na estrada da Paciência, área central do bairro, um cineclube foi organizado, no início de 2018, pelo professor William Vieira (doutor em Memória Social). Funciona uma vez por mês, exibindo grandes clássicos do cinema nacional e internacional. Após a exibição dos filmes, ocorre uma palestra sobre a obra apresentada, seguida de um debate com o público.
No mesmo local, uma vez por mês, acontece uma noite de forró tradicional (“pé de serra”), com um trio tocando ao vivo grandes clássicos da música nordestina tradicional.
d) 7 de Abril Futebol Clube
No dia 17 de abril de 2017, o clube de futebol CIG 7 de Abril, após seis anos disputando o campeonato amador carioca, foi elevado à categoria profissional. Como esporte é cultura, a Casa da Memória Paciente, através de suas redes sociais, sempre divulga a data dos jogos e celebra as vitórias da jovem equipe paciente. Outro dado interessante sobre o clube é que é uma das raríssimas associações esportivas a ter uma mulher como presidenta da instituição.
e) PASSEIO CICLÍSTICO da Mata da Paciência
Uma vez por ano, realiza-se, desde o dia 23 de agosto de 2015, um passeio ciclístico pelo bairro de Paciência, com o percurso tendo início na Praça do Jardim 7 de Abril (Maria Graham), chegando à entrada do cemitério Jardim da Saudade, na estrada Visconde de Sinimbu, no Cantagalo, e retornando ao ponto de partida. Nesses passeios, distribui-se uma cópia da Cronologia Paciente (com os 221 anos de história da Mata da Paciência).
Todas essas ações culturais nascem de esforços pessoais ou institucionais, sem nenhum apoio da Prefeitura, sem nenhum suporte financeiro, a não ser a ajuda obtida voluntariamente entre a comunidade matense.
Dois territórios, o de Manguariba e o de Santa Margarida, mantêm-se ainda sem ações culturais diretas. O bairro de Inhoaíba, por abrigar o Colégio Estadual Missionário Mário Way, instituição da rede pública fluminense em que um dos coordenadores da Casa da Memória Paciente trabalha, é atingido indiretamente. Seu corpo discente participa, regularmente, das ações culturais realizadas em Cosmos e em Paciência.
f) Companhia do TEATRO IMPACIENTE Odir Ramos da Costa
Não há uma única sala de teatro em toda a Mata da Paciência. Assim, 250 mil pessoas não têm contato algum com a arte cênica na Mata. Por essa simples razão, a Casa da Memória Paciente inicia, no segundo semestre de 2018, a Companhia do Teatro Impaciente Odir Ramos da Costa. Com aulas semanais, um grupo de estudantes da rede pública de ensino participará de oficinas e cursos cênicos. No cronograma sugerido pela CAMEMPA, o primeiro passo será uma oficina do Teatro do Oprimido, com aulas de uma hora de duração, ministradas por um ator profissional a ser indicado pelo Teatro Arthur Azevedo (que fica fora da Mata da Paciência, no bairro de Campo Grande).
Pensou-se no nome Odir Ramos da Costa por ser o maior nome do teatro na Zona Oeste. Odir, nascido em Rio Bonito, em 1935, foi diretor do Teatro Arthur Azevedo, de 1979 a 1987, tendo dirigido diversas peças, com enorme sucesso. Autor de textos vencedores de concursos nacionais e internacionais, Odir sugeriu o “Impaciente” do título da companhia.
g) BATALHA DA 31
Na Travessa Presidente JK, em Paciência, ocorre, semanalmente, um evento de hip-hop, envolvendo adolescentes e jovens da comunidade 31 de Outubro. No cartaz do evento, aparece o intuito da ação: “Mostrar a verdadeira essência do hip-hop e fazer com que nossas crianças larguem as armas e segurem um lápis!” A realidade local convive com o tráfico e péssimas condições de vida. Fazer as crianças “largarem as armas” nos conduz à conclusão de que, desafortunadamente, elas já estão armadas! Desde o dia 24 de janeiro de 2018, a batalha pela paz e pela cultura hip-hop reúne gente de toda a Mata da Paciência!
Isra Toledo Tov, professor e memorialista.
(Coordenador Geral da CAMEMPA – Casa da Memória Paciente)
Foto- Grupo de amigos na Casa Verde do Comendador Sofia, em Cosmos-RJ.
“A poesia é um ajuste de contas com a realidade!”
(Luís García Montero)
O Projeto Cultural A BANCA DÁ POESIA, surgida em setembro de 2015, é uma iniciativa original, sem fins lucrativos, nascida no bairro de Paciência, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. É organizado pela CAMEMPA, Casa da Memória Paciente, uma instituição apartidária, que pesquisa a história da Mata da Paciência. Uma vez por mês, sempre aos domingos, de 10 às 12 da manhã, poemas são lidos em volta de uma banca de camelô (vendedor ambulante de bugigangas), na maior praça pública do bairro.
Transeuntes e pedestres são apresentados aos grandes nomes da poesia nacional (Manoel de Barros, Vinicius de Moraes, João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Nélida Piñon, Ferreira Gullar, Mário Quintana, Manuel Bandeira, entre outros nomes) e internacional (Jacques Prévert, Bertolt Brecht, Hans Magnus Enzensberger, Pablo Neruda, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Pedro Estorninho, entre outros nomes).
Como estímulo à leitura, oferecem-se dois bombons para quem ler em público, ao microfone, um simples poema. E quem para a sua pressa (e a sua rotina) e apenas ouve um poema, leva um bombom para casa.
No início do projeto, os encontros eram realizados ao lado de uma banca de venda de jornais. Entretanto, com o passar do tempo, decidiu-se por um espaço maior, mais arejado, no centro da Praça Maria Graham. Usa-se uma banca rústica de camelô para a exposição das obras poéticas. A banca, seja a de jornais à venda, seja a de vendedor ambulante, oferece e oferta, generosamente, poesia a quem quiser dela desfrutar!
Paciência é um bairro periférico, com cerca de 100 mil habitantes. Dentre os 160 bairros cariocas, é o único a ter um projeto mensal de poesia na praça. A Casa da Memória Paciente (CAMEMPA), fundação sem fins lucrativos, que pesquisa a história de 221 anos do bairro paciente (iniciada em 1797), dá o suporte administrativo e logístico ao Projeto Cultural. Por que poesia? Por que na praça pública? Porque é por lá que o povo mais simples está e circula. Entre os bancos frios da praça e suas árvores frondosas, passa gente pobre, a caminho da igreja católica local ou das inúmeras igrejas evangélicas do entorno. Assim, era preciso existir uma resposta intelectual no bairro! Ademais, Manoel de Barros, poeta do centro-oeste do Brasil, disse, certa feita, que “poesia é voar fora da asa”; portanto, ela precisa estar fora de casa, na rua, na praça, no meio do povo, livre, liberta. Que, suavemente, esbarre na gente que caminha pelas calçadas!
Em Paciência (e em toda a Mata!), não há museu, biblioteca, teatro, cinema, centro cultural, nem quaisquer equipamentos voltados à arte popular ou erudita. Apenas a CAMEMPA (Casa da Memória Paciente) busca, alentadamente, suprir a carência e as demandas enormes de ventilação tópica das ideias. Há, porém, quinze escolas públicas, de ensino fundamental (atendendo crianças e adolescentes dos 6 aos 14 anos de idade), duas unidades de ensino médio (atendendo adolescentes dos 15 aos 18 anos de idade) e dezenas de estabelecimentos particulares (privados) de ensino da educação básica.
Percebe-se, assim, a premência de um projeto eminentemente cultural como A BANCA DÁ POESIA!
O Projeto Cultural A BANCA DÁ POESIA visa à promoção e divulgação da arte literária entre a população de um importante bairro populoso (já com quase cem mil habitantes), na Zona Oeste carioca. Estimular e incentivar o contato da comunidade local com textos canônicos da literatura nacional e internacional. Levar arte e cultura de altíssimo nível a uma população carente de real exposição à grande arte da poesia. Igualmente, o PCABDP (Projeto Cultural A Banca Dá Poesia) incentiva a leitura de textos não canônicos (hip-hop, samba, funk, entre outros), sem discriminar a arte popular! O respeito pela produção local (pela arte e poesia locais) é a regra de ação do Projeto.
O Projeto Cultural A BANCA DÁ POESIA tem sido avaliado positivamente pela comunidade local. Crianças, adolescentes, adultos e idosos têm participado das edições mensais, lendo ou ouvindo poemas. A cada edição, temos conseguido ampliar o público participante do evento poético-literário. Poetas locais, como João Crispim e Sérgio Alves, entre outros, frequentam as edições mensais, lançando livros ou lendo seus próprios poemas.
A CAMEMPA (Casa da Memória Paciente), surgida em 2017, resolveu tomar para si o projeto de democratização da poesia e financia os custos mensais de cada edição. A Casa, além de seu corpo fixo, conta com o apoio voluntário de diversas pessoas do bairro.
A BANCA DÁ POESIA utiliza os seguintes materiais:
1. Uma caixa de som, de 100 watts, com microfone e entrada USB;
2. Mesa de bar para a acomodação dos livros dos diversos autores;
3. Faixa de ráfia alusiva ao evento;
4. De cinco a dez caixas de bombons (por edição);
5. Uma garrafa térmica de café.
Formato para execução
1. Livros de poesia são expostos sobre uma mesa (uma banca de vendedor ambulante), e as pessoas são convidadas a escolher um livro e ler um poema qualquer;
2. Cada pessoa lê um poema de cada vez;
3. Canções brasileiras (MPB, samba, funk, hip-hop etc.) são tocadas entre um poema e outro;
4. Um livro que esteja sendo lançado pode ser divulgado nos intervalos da leitura dos poemas;
5. Livros, CDs e outros brindes podem ser sorteados entre as pessoas presentes;
6. Livros doados pela comunidade são distribuídos entre o público presente.
Um dos poemas frequentemente lidos nas edições dominicais da Banca:
“Notícias do Brasil” (Para Pedro Estorninho)
Sessenta mil pessoas pobres,
Quase todas pretas,
São assassinadas,
Todo ano,
No Brasil!
No Brasil,
Todo ano,
São assassinadas,
Quase todas pretas,
Sessenta mil pessoas pobres!
Isso não dá matéria na Globo,
Não vira capa da Veja,
Não cai na boca do povo,
Não alimenta o sermão evangélico!
Sessenta mil pessoas pobres!
Quase todas pretas!
Assassinadas!
E nosso silêncio bondoso (e cínico!) as enterra
No fundo profundo de nossa vergonha!
Isra Toledo Tov
b) Projeto SUBÚRBIO É VIDA
No bairro de Cosmos (um dos cinco territórios integrantes da área histórica da Mata da Paciência), dois eventos mensais ocorrem, tendo o samba de raiz como ponto de união da comunidade local.
Um ex-professor de História, Leonardo Moreira, reuniu, no início de 2018, um time de músicos e percussionistas cosmenses (de Cosmos) e, a cada quinze dias, numa praça no coração do bairro, uma mesa é montada, no formato típico das rodas de samba da Zona Norte carioca.
Candeia, Cartola, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara, Paulinho da Viola, entre outros nomes canônicos do samba carioca, são apresentados, em números executados com a maior fidelidade possível aos arranjos originais das composições.
A partir de agosto de 2018, a roda de samba cosmense passou a ser semanal, sempre aos domingos, de 14 às 21 horas, no imponente palacete que serviu de residência para o Comendador Sofia.
c) CINECLUBE DO TERRAÇO DAS ARTES e FORRÓ DA JANELA
No bairro de Paciência, na estrada da Paciência, área central do bairro, um cineclube foi organizado, no início de 2018, pelo professor William Vieira (doutor em Memória Social). Funciona uma vez por mês, exibindo grandes clássicos do cinema nacional e internacional. Após a exibição dos filmes, ocorre uma palestra sobre a obra apresentada, seguida de um debate com o público.
No mesmo local, uma vez por mês, acontece uma noite de forró tradicional (“pé de serra”), com um trio tocando ao vivo grandes clássicos da música nordestina tradicional.
d) 7 de Abril Futebol Clube
No dia 17 de abril de 2017, o clube de futebol CIG 7 de Abril, após seis anos disputando o campeonato amador carioca, foi elevado à categoria profissional. Como esporte é cultura, a Casa da Memória Paciente, através de suas redes sociais, sempre divulga a data dos jogos e celebra as vitórias da jovem equipe paciente. Outro dado interessante sobre o clube é que é uma das raríssimas associações esportivas a ter uma mulher como presidenta da instituição.
e) PASSEIO CICLÍSTICO da Mata da Paciência
Uma vez por ano, realiza-se, desde o dia 23 de agosto de 2015, um passeio ciclístico pelo bairro de Paciência, com o percurso tendo início na Praça do Jardim 7 de Abril (Maria Graham), chegando à entrada do cemitério Jardim da Saudade, na estrada Visconde de Sinimbu, no Cantagalo, e retornando ao ponto de partida. Nesses passeios, distribui-se uma cópia da Cronologia Paciente (com os 221 anos de história da Mata da Paciência).
Todas essas ações culturais nascem de esforços pessoais ou institucionais, sem nenhum apoio da Prefeitura, sem nenhum suporte financeiro, a não ser a ajuda obtida voluntariamente entre a comunidade matense.
Dois territórios, o de Manguariba e o de Santa Margarida, mantêm-se ainda sem ações culturais diretas. O bairro de Inhoaíba, por abrigar o Colégio Estadual Missionário Mário Way, instituição da rede pública fluminense em que um dos coordenadores da Casa da Memória Paciente trabalha, é atingido indiretamente. Seu corpo discente participa, regularmente, das ações culturais realizadas em Cosmos e em Paciência.
f) Companhia do TEATRO IMPACIENTE Odir Ramos da Costa
Não há uma única sala de teatro em toda a Mata da Paciência. Assim, 250 mil pessoas não têm contato algum com a arte cênica na Mata. Por essa simples razão, a Casa da Memória Paciente inicia, no segundo semestre de 2018, a Companhia do Teatro Impaciente Odir Ramos da Costa. Com aulas semanais, um grupo de estudantes da rede pública de ensino participará de oficinas e cursos cênicos. No cronograma sugerido pela CAMEMPA, o primeiro passo será uma oficina do Teatro do Oprimido, com aulas de uma hora de duração, ministradas por um ator profissional a ser indicado pelo Teatro Arthur Azevedo (que fica fora da Mata da Paciência, no bairro de Campo Grande).
Pensou-se no nome Odir Ramos da Costa por ser o maior nome do teatro na Zona Oeste. Odir, nascido em Rio Bonito, em 1935, foi diretor do Teatro Arthur Azevedo, de 1979 a 1987, tendo dirigido diversas peças, com enorme sucesso. Autor de textos vencedores de concursos nacionais e internacionais, Odir sugeriu o “Impaciente” do título da companhia.
g) BATALHA DA 31
Na Travessa Presidente JK, em Paciência, ocorre, semanalmente, um evento de hip-hop, envolvendo adolescentes e jovens da comunidade 31 de Outubro. No cartaz do evento, aparece o intuito da ação: “Mostrar a verdadeira essência do hip-hop e fazer com que nossas crianças larguem as armas e segurem um lápis!” A realidade local convive com o tráfico e péssimas condições de vida. Fazer as crianças “largarem as armas” nos conduz à conclusão de que, desafortunadamente, elas já estão armadas! Desde o dia 24 de janeiro de 2018, a batalha pela paz e pela cultura hip-hop reúne gente de toda a Mata da Paciência!
Isra Toledo Tov, professor e memorialista.
(Coordenador Geral da CAMEMPA – Casa da Memória Paciente)
Foto- Grupo de amigos na Casa Verde do Comendador Sofia, em Cosmos-RJ.
Postado por Adinalzir Pereira Lamego
2 comentários:
Um belíssimo resgate cultural.
Valeu Ramiro Marques
Agradeço pela visita e comentário.
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