terça-feira, junho 04, 2024

A última baronesa do Brasil era de Santa Cruz

Leopoldina de Andrade Fonseca Telles, 
Santa Cruz, 1/8/1862 - 24/12/1960. Jacarepaguá.

Era filha de um vendedor de gado da fazenda Imperial de Santa Cruz, quando conheceu Francisco Pinto da Fonseca Telles (Barão da Taquara), com quem se casou, tornando-se conhecida, admirada, respeitada e famosa, não pelo título nobiliárquico, mas pelo seu incessante trabalho de benemerência e proteção aos pobres.


Em certa entrevista ela disse:

"Eu não era rica. Fui uma menina pobre, filha de um modesto vendedor de gado e morava em Santa Cruz." Mais tarde, o pai dela passou de vendedor de gado até chegar à administração do Matadouro Imperial.

Já em outra entrevista, ela diz como conheceu o Barão da Taquara:

"Eu tinha um tio que era encarregado da fazenda Piranema, de propriedade do seu barão. Frequentemente eu ia visitar esse meu tio de nome João de Andrade, quando numa dessas visitas tive a grande felicidade de vir a conhecer aquele, que mais tarde seria meu esposo. Não sei porque o meu Barão gostou de mim e cismou de casar comigo. Fiquei muito feliz e emocionada porque também já gostava muito dele."



Em pesquisas feitas por mim, descobri que essa fazenda ficava pelos lados da Ponte dos Jesuítas, bem pertinho do Guandu, e a propriedade muito provavelmente exista até hoje por ser uma região de muitos sítios e fazendas.

Um dos filhos do casal, Dr. Francisco Pinto da Fonseca Telles, nasceu no Curato de Santa Cruz, mais tarde virou Sócio fundador do Derby Club, junto com o Dr. Paulo de Frontin.

Em 1888 como presente de aniversário de casamento, a Baronesa da Taquara pediu que mais de 850 escravos fossem libertos de todas as fazendas da família, dando fim a um dos terríveis crimes já cometido pela humanidade. Então a partir desse dia foi declarada o fim da escravidão em todas as terras do Barão. Dias depois, em 13 de maio, a regente Imperial Princesa Isabel assinaria a abolição por decreto depois de votada e aprovada por todos os parlamentares, libertando assim todos os escravizados do Brasil depois de décadas de luta dos escravos, ex-escravos e outros abolicionistas da sociedade da época à causa nobre.

Fontes: @nophjpa @acervosantacruz

2 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Interessante ela ter chegado a viver até à segunda metade do século XX tendo sido quase uma mulher centenária. Obviamente testemunhou um Brasil bem diferente daquele que conhecemos.

Adinalzir disse...

Prezado amigo Rodrigo Phanardzis
Muito grato pelo seu comentário sempre muito valioso.
Um abraço e um excelente final de domingo!