"Talvez uma das causas do desconhecimento das ruínas tenha sido o medo de assombração que toma conta dos moradores quando falam nos antigos donos do castelo. Uns afirmam ter visto um capitão ”muito grande” à porta da casa principal, como que “guardando-a e protegendo a entrada dos forasteiros”. O velho Plácido, de “mais de 70 anos” é quem conta: -”Num dia de carnaval eu vi um homem. Era enorme. Pensei que fosse até alguém brincando, fantasiado, e reclamei pois estava pisando no meus pés de milho. Quando eu acabei de falar a visão desapareceu numa folha”.
Depois ele afirma que chegou em casa e foi atacado por um homem que tinha braços de cachorro. - “Era mais ou menos um lobisomem”. Lembra ele, enquanto apressadamente esconjura o demônio. Outros moradores da região afirmam que um cavaleiro anda todas as noites no caminho da mangueira grande. Dizem que, quem vê a árvore pode perceber que ela esta caída no chão. Mas de manhã, a surpresa já não toma conta de ninguém: a mangueira volta a ocupar o seu lugar oferecendo sombra a quem passa por perto.
Na verdade, as ruínas eram o que restava da casa dos “Irmãos Guimarães”, daí o nome da rua em que se situa – Rua dos Guimarães, e ao que tudo indica a casa foi construída ainda na época dos escravos, portanto anterior a 1888.
Para chegar ao local onde ficavam as ruínas do Castelo dos Guimarães é necessário uma caminhada entre arbustos e mata fechada que cobre os acessos e a rua de pedras que levava ao citado artefato pretérito.
Hoje já não existem ruínas e todo o local foi tomado por uma vegetação vigorosa da Mata Atlântica. A construção que agora repousa nos alicerces do antigo castelo é uma velha casa de caseiro construída pelo atual proprietário das terras da fazenda – o Sr. Valdir Azevedo.
Fonte : Jornal do Brasil, 1º caderno página 22 do dia 05/04/1973.
Compartilhado de Rede Guará - RJ. In Geografia Memoráveis.
Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego
7 comentários:
Tive o prazer e a oportunidade de conhecer o professor Rivadávia Pinto durante as reuniões do NOPH em Santa Cruz nos anos 80. Contava muitas histórias interessantes iguais a essa. Sinto saudades dessa época.
É possível que as lendas e crendices populares tenham contribuído um pouco mais para o abandono do imóvel. Atualmente, creio que ainda se possa preservar algo do que restou pelo interesse histórico. Nem que seja o trajeto no meio da Mata Atlântica
Parece que há uma escola na Pedra de Guaratiba em homenagem a ele.
Prezado Rodrigo Phanardzis
Sim, realmente existe essa escola. Agradeço pelo comentário e um feliz 2021.
Exatamente, meu caro Rodrigo Phanardzis. Vamos torcer para que providências sejam tomadas em prol dessa preservação.
Um forte abraço e um feliz 2021.
Seria magnífico
Este castelo era muito longe!
Fui muitas vezes lá na minha infância.
Hoje talvez não exista mais nada no local...
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