A história do abastecimento de água do Rio de Janeiro é marcada por três fases bastante distintas: a fase dos chafarizes, a dos sistemas de pequeno porte (mananciais locais) e a dos sistemas de grande porte. É nesta última fase que se encontra inserido o Sistema Guandu.
Ao fundar a Cidade do Rio de Janeiro, Estácio de Sá mandou abrir um poço, documentado como a primeira obra para abastecimento de água para a população: o Poço do Cara de Cão.
Ao mesmo tempo iniciava-se a utilização das águas do rio Carioca. Em 1723, quando ficou pronto o Aqueduto Carioca, trazendo água do rio Carioca até a Praça de Santo Antônio (hoje Largo da Carioca), a população podia se abastecer de água através do Chafariz da Carioca.
Dá-se então o início da Fase dos Chafarizes, com a construção de diversos chafarizes espalhados pelo centro do Rio de Janeiro. Com o crescimento da cidade e o aumento populacional, tornou-se necessária a obtenção de fontes mais volumosas.
Em Campo Grande , não podia ser diferente. O núcleo formado no entorno da Igreja de Nossa Senhora do Desterro, foi atraído pela oferta de água fornecida por um poço chamado de “Nossa Senhora do Desterro” existente próximo à igreja, a primeira fonte de abastecimento para a população local.
Os chafarizes também estavam presentes em Campo Grande. Na imagem,um chafariz, no local onde hoje se encontra a Escola Venezuela.
Foi em 10 de abril de 1883, após o incêndio da igreja, que foi inaugurado o primeiro grande abastecimento de água a Campo Grande ou arraial da Matriz. As obras foram realizadas pelo engenheiro Francisco Pereira de Souza Continentino.
Primeiro reservatório de água do bairro
Conhecido também como “A Caixa de Água”
E só foi possível graças ao Matadouro de Santa Cruz que a população de Campo Grande teve acesso a água encanada.
Antes o Matadouro da cidade ficava na Praça da Bandeira, com o crescimento da cidade, o governo pensou em uma transferência para um local mais distante. Mas sem água canalizada em Santa Cruz seria inviável.
As terras em Campo Grande, para a canalização dessas águas para o uso do Matadouro em Santa Cruz, pertenciam a dona Maria Teixeira Alves, proprietária de um sítio no Rio da Prata e Mendanha. O negócio foi fechado sob uma condição: de que a água destinada ao Matadouro de Santa Cruz seria dividida com Campo Grande.
Mais tarde, em 1890, o engenheiro providenciou as colocações de bicas pela localidade. O padre Belisário Cardoso dos Santos e a “povoação” assinam um nota de agradecimento publicada no periódico Gazeta da Tarde (RJ) , por tal feito.
“… Nestas ocasiões, em que costumamos erguer nossas vozes invocando a misericórdia divina por meio de preces em alívio dos nosso males, tenhamos em mente pedir também pela conservação daquele que fez quando estava a seu alcance para evitar que os efeitos da seca caíssem sobre esta povoação com todo o peso do seu rigor…”
Em 1928, foi inaugurado o grande reservatório Victor Konder, no morro do Luís Barata, com a finalidade de abastecer todas as localidades de Santa Cruz, Santíssimo, Vasconcelos e Vila Militar.
Esta postagem contou com colaboração de Luiz Alberto Damásio, colecionador e fonte de informações fidedignas sobre o bairro de Campo Grande.
Texto de Deca Serejo
Maranhense, moradora de Campo Grande na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, guia de turismo, apaixonada por história, pela cidade maravilhosa e bairrista.
Originalmente postado no blog riodecoracaotour
Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego
4 comentários:
Muito bacana tudo isso.
Valeu Papajojoy
Fico muito grato pela visita e comentário.
Volte sempre!
Interessante !! Viva o Império do Brasil !! Viva Dom Luiz!
Que bom que você gostou!
Valeu Jonathan Porto!
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