sábado, outubro 06, 2018

Palacete Horácio Lemos, um casarão misterioso em ruínas



Fica na Praça Marquês de Herval, 63 em Santa Cruz (RJ). Bem próximo da Universidade Estácio de Sá e da Faculdade Machado de Assis.

Foi residência do coronel da guarda nacional Horácio Lemos e sua família. Um rico e poderoso marchante de carne nos tempos mais promissores do Matadouro. Toda essa história está no livro História do Matadouro de Santa Cruz, de autoria de Benedicto de Freitas, na Poliantéia de Santa Cruz e nas edições antigas do jornais do NOPH.

Com a morte de Horácio Lemos, o casarão foi doado a uma irmandade de freiras de caridade, ligadas à Igreja Católica que ali instalaram um Dispensário. Que era uma espécie de colégio interno que abrigava meninas órfãs e pobres. Tendo sido a doação do prédio e do terreno registrada em cartório e ata. De modo que com o fim das atividades do Dispensário, o patrimônio teria que ser doado para uma outra instituição de caridade. Mas o fato é que acabou ficando por muitos anos, esquecido e abandonado.
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Até que o Colégio Santa Cruz, de propriedade do professor Almir, que funcionava na Rua Dona Januária, foi transferido para lá funcionando ali durante alguns anos. 

Separei aqui um interessante relato do Antigo Santa Cruz (Site que pesquisa a história do bairro) que fala sobre o palacete:

"Antes de tudo, vou ignorar de contar o que acontece hoje na casa, fiz algumas descobertas, é triste, mas vou colocar isso de lado. Foi muito difícil encontrar algo sobre o lugar.

Construido para ser a sede das CARMELITAS DESCALÇAS SERVAS DOS POBRES DO BRASIL, o Palácio Horácio Lemos acabou se tornando um abrigo de crianças.

A congregação das Irmãs Carmelitas Descalças Servas dos Pobres do Brasil, foi fundada em 16 de julho de 1946, por Madre Maria Teresa do Espírito Santo (* 1917 - + 1989) e pelo Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, Arcebispo do RJ.

Irmã Teresa trabalhava e se dedicava ao Serviço Social no Abrigo Horácio Lemos, em Santa Cruz, bairro do subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, que era administrado pela prefeitura e estava em estado de abandono devido a péssima situação financeira.

Em 1° de abril de 1946, a Irmã Teresa deixa sua casa e estabelece-se em Santa Cruz, morando no Instituto Horácio Lemos. Irmã Teresa rezava, trabalhava e, sobretudo confiava na providencia divina. Sacrifícios e provações era o que não lhe faltavam.

Durante muito tempo o prédio sempre foi bem tratado e zelado. Mas com o passar dos tempos, o orfanato fechou, sendo que o tempo as vezes, nós ajuda ou castiga, nesse caso o antigo casarão acabou sendo castigado. Abandonado, começou a sofrer com quedas das telhas, reboco e etc."


Segundo o historiador Benedicto de Freitas "... Era um dos sócios o coronel Horácio José de Lemos, figura conhecida em Santa Cruz, onde habitava o lindo solar da Praça Marquês de Herval, majestoso edifício hoje conhecido por "Palacete Horácio Lemos" e servindo de sede ao asilo que recebeu seu nome, em retribuição ao valioso legado feito em vida por sua virtuosa esposa."

Segundo o Sr. Rubens Cardoso, morador antigo de Santa Cruz "... Na frente do lado direito do casarão havia uma porta giratória que servia para entregar alimentos doados como também deixar crianças abandonadas."

Se existem dois lugares que as pessoas perguntam e pedem muito para saber é "Falar sobre o Quartel" e "Querer saber sobre o famoso casarão da Praça Marquês de Herval"

Bibliografia utilizada:

Freitas, Benedicto. "O Matadouro de Santa Cruz - Cem anos a serviço de uma comunidade". Rio de Janeiro, Folha Carioca Editora Ltda. 1977. Capítulo X, páginas 92 e 93. Disponível na sede do NOPH para consulta.

Relato do Antigo Santa Cruz originariamente postado em 15/08/2017

Pesquisa de fotos: Acervo NOPH

Pesquisa e postagem neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

7 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Bom seria se o Rio de Janeiro tivesse um governo realmente preocupado com a conservação do patrimônio histórico, a cultura e o turismo em todo o seu território, incluindo bairros da Zona Oeste e Zona Norte. Um casarão desses hoje em dia poderia ter várias destinações em benefício da sociedade.

Adinalzir disse...

Prezado Rodrigo Phanardzis

Infelizmente é isso mesmo que presenciamos. Um enorme descaso com a cultura e a preservação da nossa história. Agora então com a "Besta" que está por vir, poderemos ter dias ainda piores. E isso não podemos permitir.
Um cordial e fraterno abraço!

Unknown disse...

Bom dia, existe notícia de ocupação desse imóvel por particulares? Ou notícia de desapropriação? Me parece abandonado.

Anônimo disse...

Tão lindo, não devemos deixar cair em esquecimento, adoraria visitar o estabelecimento, a Prefeitura poderia abrir para o Povo, poderia visitar as ruínas e muito historiadores com ajuda dos visitar a erguer o Patrimonio

Unknown disse...

Realmente é lindo,e lá deve ter acontecido histórias incríveis,

Anônimo disse...

Deixa a casa dos outros e se preocupa com a sua

Anônimo disse...

O brasileiro como um todo não dá valor à sua memória, seja escrita, edificada ou oralizada.... muito triste este comportamento!!!!