segunda-feira, maio 26, 2025

Imigrantes Italianos trabalhando nas Fazendas de Café de São Paulo, 1880


Imigrantes Italianos trabalhando nas Fazendas de Café de São Paulo, década de 1880. Fotografias públicadas pelo Livro: "Le Bresil" de autoria do economista e historiador francês E. Levasseur, e com a colaboração de brasileiros ilustres como o barão do Rio Branco, Eduardo Prado e André Rebouças no ano de 1889.


Nos anos finais da Escravidão no Brasil, surgiu no oeste paulista um grupo de fazendeiros que, premido pela falta de mão de obra escrava, defendeu o uso da mão de obra livre nas plantações de café, opondo-se politicamente aos fazendeiros do Vale do Paraíba, donos de grandes plantéis de escravos.

Pouco antes, o Reino de Itália havia passado pelas guerras pela Unificação Italiana. Com o fim destas guerras, a economia italiana se encontrava debilitada, com altas taxas de crescimento demográfico e de desemprego. Os Estados Unidos (maior receptor de imigrantes) passaram a criar barreiras para a entrada de estrangeiros. Tais fatores levaram, a partir da década de 1870, ao início da maciça imigração de italianos para o Brasil.


Nas Fazendas os colonos recebiam um pagamento fixo pelo cultivo dos pés de café e um pagamento variável pela quantidade de frutos colhidos. Além disso, podiam produzir alimentos para sustento próprio nas fazendas e vender o excedente. O trabalho não era exclusivo dos homens: crianças e mulheres italianas formavam parte significativa dos trabalhadores.


Os fazendeiros, por sua vez, passaram a morar nas cidades. Além disso, muitos imigrantes deixaram as lavouras e se tornaram marceneiros, ferreiros, alfaiates, padeiros, comerciantes, entre outros ofícios, e todo este movimento favoreceu a construção de calçadas e praças nas cidades e o crescimento de indústria, comércio e serviços.

Surgiram então pessoas que se destacaram. Exemplos notáveis foram Francesco Matarazzo, criador do maior complexo industrial da América Latina do início do século XX, tendo sido um dos marcos da modernização no Brasil e Rodolfo Crespi, que construiu um dos maiores grupos industriais do Brasil na mesma época. 

Fonte: Angelo Trento (1989). Do outro lado do Atlântico: um século de imigração italiana no Brasil.

Repostado do perfil @brazil_imperial

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