domingo, fevereiro 09, 2025

A Invasão Holandesa do Rio de Janeiro pelo Corsário Olivier van Noort em 1599

Ilustração da obra "Description du Penible Voyage Faict entour de l'Univers ou Globe Terrestre" , de Olivier Van Noort , publicada por Cornelis Claes em 1602.

O mapa de Van Noort, gravado pelo mestre gravador holandês Baptista Van Deutecum, é uma das primeiras representações do Rio de Janeiro. A imagem mostra os 3 navios de Van Noort invadindo o porto, com as fortificações portuguesas, cidade e tropas ao longo da costa e em barcos a remo.

O primeiro ataque dos holandeses contra o litoral do Brasil se deu no fim do século XVI. Em fevereiro de 1599. Registra-o o Barão do Rio Branco em suas "Efemérides Brasileiras": "O navio holandês "Eendnacht", da pequena esquadra comandada por Olivier van Noort, o primeiro neerlandês a circum-navegar a terra, aproxima-se da barra do Rio de Janeiro, para proteger um desembarque de 70 homens perto do Pão de Açúcar.

Chegados a terra, repelidos por uma emboscada e voltaram em desordem para as suas embarcações com a perda de alguns prisioneiros e feridos. O Forte de Nossa Senhora da Guia, depois Santa Cruz, único que havia na barra. abriu então um violento fogo sóbre as lanchas e o "Eendracht". obrigando-os a voltar para ,a linha da esquadra holandesa, fundeada desde o dia 5 de fevereiro diante da barra. No dia seguinte, Noort velejou para a Ilha de São Sebastião. Francisco de Mendonça de Vasconcelos era a esse tempo o Governador do Rio de janeiro".

Como, e para que veio ter essa esquadra holandesa às águas do sul do Brasil? Saberemos tudo a seu respeito consultando a narrativa traduzida em francés por de Bry. Era uma frota corsária, armada pelos principais mercadores dos Paises-Baixos auxiliado pelo Governo, destinada a prejudicar o comércio e as colônias espanholas, tendo como objetivo último alcançar através do Oceano Pacifico as especiarias das índias. Compunha-se de duas naus de guerra, ou galeões. e de dois iates, com uma tripulação total de 248 homens.

Deixando o pósto de Amsterdão a 2 de julho de 1597, rumo ao Estreito de 'Magalhães, a pequena armada holandesa iniciou uma viagem infeliz. Depois de tocar na Goreia, chegou à Ilha do Principe, onde tentou um desembarque com 120 homens. Os portuguêses desbarataram essa força, Por esse motivo tentaram o desembarque na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, junto ao Pão de Açúcar, onde sofreram a emboscada dos portugueses. Diz a narrativa que ali perderam 11 homens.

Olivier van Noort chega da Guiné ao Rio de Janeiro com sua nau capitânia Mauritius de 24 canhões e 250 toneladas, o Hendrik Fred-erick de 28 canhões e 300 toneladas comandado por Jacob Claeszoon van Ilpendam, além dos iates de 50 toneladas Hoop comandados por Jacob Janszoon Huyde-coper e Eendracht sob Pieter Esaiszoon de Lint.

Os holandeses desejam comprar novas provisões, mas os residentes portugueses, vassalos do rei espanhol , oferecem apenas assistência simbólica.

Van Noort, portanto, ordena um grupo invadir a praia vermelha, que é emboscado, sete homens sendo mortos e vários capturados. O objetivo desta expedição é contornar o Estreito de Magalhães, negociando ou lutando ao longo da costa sul-americana antes de continuar em direção aos postos comerciais holandeses no Extremo Oriente.

Após ter saqueado as Filipinas, visitou Java e Bornéu (Índias Orientais Holandesas) e, contornando o Cabo da Boa Esperança.

Sentindo que a temporada está muito avançada para tal tentativa, van Noort foge do Eendracht e parte para o inverno em Santa Helena ou na ilha de Ascensão. Não conseguindo descobrir nenhum dos dois, ele aportou em uma baía perto de Puerto Deseado e Cape Virgenes, no sul da Argentina, com sua tripulação sobrevivendo de pinguins e peixes.

Retornou a Roterdã, a 26 de agosto de 1601, com a sua última embarcação, tripulada por apenas 45 sobreviventes.

No mesmo ano, seu diário de viagem foi publicado: Descrição da viagem ao redor do mundo, concluído por Olivier van Noort.

De 1620 a 1626, ele foi comandante da guarnição em Schoonhoven. Ele morreu em 1627 e foi enterrado na Grote ou Bartholomeuskerk em Schoonhoven.

Fonte: Segredos e Revelações da História do Brasil. Gustavo Barroso.

Pesquisa de brasilis_regnum

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