segunda-feira, outubro 16, 2023

As escolas do Imperador e sua importância

Escola da Freguesia Nossa Senhora da Glória (atual Colégio Estadual Amaro Cavalcanti)

Em 1870, um grupo de comerciantes da Corte decidiu reverenciar D. Pedro II, numa comemoração pelo fim da Guerra do Paraguai. Trataram, então, de correr uma lista e arrecadar um bom montante de contos de réis para construção de uma estátua do Imperador montado a cavalo. Ao saber da intenção do presente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, D. Pedro II recusou o monumento e sugeriu que o dinheiro fosse usado na construção de algo que ele considerava mais valioso: edifícios para abrigar o ensino público. Nasciam, assim, as escolas do Imperador, construídas na década de 1870:

Escola de São Sebastião (demolida em 1938 para a abertura da Avenida Presidente Vargas). Foi essa a primeira "Escola do Imperador".

Escola da Freguesia de Sant’Anna (atual Escola Municipal Rivadávia Corrêa)


Escola da Freguesia de São José (demolido, atual Palácio Pedro Ernesto.)

Escola da Freguesia de Nossa Senhora da Glória (atual Colégio Estadual Amaro Cavalcanti)


Escola da Freguesia da Nossa Senhora da Conceição da Gávea (atual Escola Municipal Luiz Delfino) A segunda mais antiga da cidade ainda em funcionamento. Sendo o seu prédio datado de 1873. 

Escola da Freguesia de São Francisco Xavier do Engenho Velho (demolida). Hoje é a atual Escola Municipal Orsina da Fonseca.

Escola de São Cristóvão (Atual Escola Municipal Gonçalves Dias)


Escola da Freguesia de Santa Rita (Hoje sede do Centro Cultural José Bonifácio)

Até então, as escolas públicas que existiam, funcionavam em prédios alugados e o governo imperial também subvencionava algumas escolas particulares. O próprio Imperador mantinha, por sua conta, duas escolas particulares: uma na Freguesia de Santa Cruz e outra, na Quinta da Boa Vista.

A partir de 1870, surgem as “Escolas do Imperador”, estabelecidas em prédios próprios, para a instrução primária no Município da Corte, a partir da iniciativa de D. Pedro II de não aceitar a construção de uma estátua equestre em sua homenagem, e da ação da Câmara Municipal da Corte, que mandou construir a “Escola da Freguesia de Sant’Anna – Escola São Sebastião”, usando também recursos dos cofres municipais, a primeira “Escola do Imperador”. A partir daí, ou através da associação de verbas governamentais com capitais particulares, ou através de subscrições públicas, outras escolas foram erguidas.

Esses edifícios, construídos em importantes localidades da cidade, com proporções avantajadas, dentro de tendências estéticas da época e com utilização de materiais nobres, ganhavam destaque em meio à paisagem urbana. Essa monumentalidade e a propaganda que envolviam o lançamento da pedra fundamental e da inauguração desses prédios, que contavam com a presença do próprio Imperador, refletem o personalismo de D. Pedro II, sutil e encoberto sob a imagem do governante protetor de uma grande causa, a “educação”, ainda que amasse sinceramente as artes e as ciências. Era o “Imperador Mestre-Escola”.

Das Escolas do Imperador, erguidas na fase final do reinado de D. Pedro II, apenas cinco prédios permanecem de pé. Um deles é o Centro Cultural Municipal José Bonifácio, na Saúde, Zona Portuária do Rio de Janeiro.

Fonte: @brazil_imperial

2 comentários:

Heráclito Fernandes disse...

Um pensador da educação!

Adinalzir disse...

Valeu Heráclito Fernandes!
Muito obrigado por comentar.
Abraços!