segunda-feira, fevereiro 20, 2023

Carnaval de rua no Rio de Janeiro, ano 1934. Foto: Arquivo Nacional

 

Os corsos de carnaval e as batalhas de confete ganharam as ruas no início do século 20, tornando-se uma atração no início da era do automóvel. Corsos podem ser tidos como uma nova formatação dos antigos cortejos das grande sociedades carnavalescas da segunda metade do século 19.

Durante certa época, foi muito popular no Rio de Janeiro os "Corsos" e batalhas de confetes, assim como banhos de mar à fantasia.

Os corsos de carnaval seriam a nova forma tomada no século 20 pelos cortejos ou desfiles das sociedades carnavalescas da segunda metade do século 19. Os corsos também poderiam ser entendidos como uma tropicalização das "batalhas das flores" que eram uma caracterisitca de sofisticados carnavais Europeus na virada do século 19 para o século 20, semelhantes ao carnavais que ocorriam na cidade de Nice no sul da França.

Estas brincadeiras de carnaval eram basicamente um desfile de carruagens enfeitadas e posteriormente de automóveis com suas respectivas capotas de lona abaixadas. Os veículos desfilavam na Av. Central (atual Av. Rio Branco) e Av. Beira Mar, repletos de foliões fantasiados. Quando os veículos se entrecruzavam, os grupos de foliões fantasiados jogavam confetes, serpentinas e esguichos de água ou lança-perfume uns nos outros.

Os corsos carnavalescos eram uma manifestação mais ligadas às elites cariocas ou pessoas de classe média alta para cima, já que nem todo mundo na época possuia veículos, seja de tração animal ou automóveis. Entretanto nos corsos, alguns grupos alugavam veículos, mas para tal era necessário ter poder aquisitivo.

O corso carnavalesco foi um dos mais importantes eventos do carnaval carioca na primeira década do século 20, geralmente ocupando as vias da cidade dedicadas ao carnaval durante os 3 dias de folia. Somente em horários pré-determinados era aberto espaço para os agrupamentos populares como os Ranchos que desfilavam na segunda-feira e para as Grande Sociedades que desfilavam na chamada terça-feira.

Segundo observação de "Almirante", um antigo radialista e compositor da primeira metade do século 20, a decadência do corso e do carnaval tradicional de rua com farta batalha de confete, lança-perfumes e serpentinas, se deu à partir de 1935. Este associa o fim do corso á diminuição de carros abertos ou conversíveis com capotas de lona. Carros com capotas conversíveis de lona praticamente pararam de ser fabricados, e as duas filas de carros que se formavam começando na Praça Mauá, início da Av. Central (atual Av. Rio Branco) e chegando até o Pavilhão Mourisco (antigo local de Botafogo, já demolido), foram gradativamente diminuindo.

Texto e Pesquisa: www.riodejaneiroaqui.com

2 comentários:

Gilson Tonazi disse...

Carnaval de rua. Nossa grande riqueza cultural!

Adinalzir disse...

Valeu amigo! Agradeço pelo comentário!