O pintor, engenheiro e militar José Joaquim Freire (1760-1847) desenhou uma árvore de café, entre os mais de 400 desenhos que fez durante a expedição pela Amazônia entre os anos 1783 e 1792.
Mas o clima e o solo do norte não foram favoráveis ao denvolvimento das plantações de café nessa região e como o valor comercial do produto aumentava, o cultivo foi se espalhando rapidamente em direção ao sul. Até o início do século XIX, a produção do café era voltada para o mercado doméstico e se estendeu pela Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo.
Podemos ver imagens de plantação de café na fazenda Pombal, no sul da Bahia, onde hoje é o município de Nova Viçosa. Com as fazendas Riacho D'Ouro e Helvética, a Pombal integrava a Colônia Leopoldina, fundada por imigrantes suíços e alemães por volta de 1818.
O Brasil começou a exportar café em 1810, em pequenas quantidades, mas em 1830, ele já passou a ser o principal produto de exportação, desbancando o açúcar. A partir de 1825, a cultura do café se tornou a principal atividade econômica no Vale do Rio Paraíba, entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Algumas obras da Brasiliana Iconográfica mostram plantações de regiões próximas ao Rio de Janeiro.
Essa gravura (acima) do botânico alemão Carl Friedrich Von Martius (1794-1868), que viajou pelo Brasil entre 1817 e 1820, mostra escravizados trabalhando no cultivo de café próximo à cidade de Magé. A obra abaixo, desenhada pela inglesa Margueritte Tollemache (1818-1896), representa uma plantação de café na Tijuca, em 1855.
E as duas obras abaixo, a pintura do artista francês Frédéric Salathé (1793-1860), e a gravura do suíço Johann Jacob Steinmann (1804- 1844), retratam uma mesma plantação de café na região serrana do Rio de Janeiro.
E o fotógrafo Victor Frond mostra mulheres escravizadas moendo o café em um grande pilão numa fazenda.
Mas não foi só nas plantações e fazendas que a mão de obra escravizada foi fundamental para tornar o café o principal produto de exportação do Brasil. Também na capital do Império a população negra dominava o transporte do produto entre as casas, os armazéns e o porto.
"Para facilitar ainda mais a venda do café, tão comum no Rio de Janeiro, existem armazéns bem abastecidos onde os compradores podem escolher e tratar com os proprietários ou os comissários. Quanto ao transporte, penoso muitas vezes em virtude da extensão do trajeto, faz-se mister, para efetuá-lo sem inconvenientes, não somente um número de carregadores igual ao de sacos, mas ainda um capataz entusiasta, capaz de animar os homens com suas canções improvisadas", escreve Jean Baptiste Debret (1768-1848) na descrição da gravura abaixo (In: DEBRET, Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2016).
Na pintura abaixo, de Paul Harro-Harring (1798-1870), vemos um grupo de carregadores de café, na rua Direita no Rio de Janeiro, já sem os sacos nas costas, indo receber seu pagamento. Isso porque muitos desses trabalhadores eram escravos de ganho, que podiam circular livremente para encontrar trabalho, mas deviam dividir com seus donos o dinheiro que recebiam.
A exportação do café foi a grande responsável pelo desenvolvimento do Sudeste brasileiro e principalmente de São Paulo, que não era capital, mas cresceu tanto com o dinheiro do café, que se aburguesou e se tornou o principal centro financeiro do país. No final do século XIX, rodovias foram construídas para escoar café e as cidades cresceram também no interior com a intensificação da imigração, principalmente com o fim da escravidão, em 1888.
FONTE: Brasiliana Iconográfica.
Por Equipe Brasiliana Iconográfica.
5 comentários:
Boa noite. Parabéns pelo seu trabalho excelente. Espero visitar mais vezes.
Eu que te agradeço amigo Luiz Gomes. Pela sua visita e comentário. Volte sempre!
Adorei o novo visual do blog!
Valeu meu filho!
Parabéns pelo trabalho excepcional! Adorei o blog.
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