quinta-feira, agosto 22, 2019

O Engenho Sapopemba e as origens do bairro de Deodoro



A origem do bairro de Deodoro está ligada ao Engenho Sapopemba, fundado em 1612, por Gaspar da Costa e próximo dos Engenhos do Gericinó e da Água Branca. Além do açúcar, tinha uma boa produção de rapadura e aguardente.

Em 1777, era propriedade de D. Ana Maria de Jesus, viúva do Capitão João Pereira de Lemos e também dona da Fazenda Capoeiras. Em meados do século XIX, o engenho, como vários da zona rural do Rio de Turismo, já estava bem deficitário. Foi explorado pelo Barão de Mauá e depois pelo Conde Sebastião de Pinho, da nobreza do Vaticano, morador de uma chácara na Rua São Francisco Xavier, na antiga Freguesia do Engenho Velho.

Em 1858, foi inaugurada no local a estação de trem Sapopemba, uma das primeiras da recém-inaugurada Estrada de Ferro D. Pedro II ( Que depois virou EFCB e depois Supervia). O engenho passou a contar com um ramal particular de 1,5 km, que o ligava a estação de trem. Também havia uma linha interna de bondes.

O nome Sapopemba só seria modificado para o atual meio século depois, em homenagem ao Marechal Deodoro da Fonseca, proclamador da República e primeiro presidente do Brasil.

Nas terras de Sapopemba, e também de outras antigas fazendas, todas compradas pela União, também foi criada a Vila Militar, nos primeiros anos do século XX, quando várias unidades militares espalhadas pela cidade foram reunidas na região, surgindo um bairro, cuja estação de trem foi inaugurada em 1910.


A construção da Vila Militar foi obra do governo Afonso Pena e de seu Ministro da Guerra, Marechal Hermes  do da Fonseca, que foi presidente da República de 1910 a 1914 e responsável, durante sua gestão, pela construção da Vila Proletária de Marechal Hermes, um ousado projeto de bairro planejado para os operários e que daria origem ao bairro vizinho de Marechal Hermes - também utilizando um trecho do antigo Engenho Sapopemba.

Pode-se dizer que Deodoro acabou se transformando em um "bairro de passagem", pois sua estação de trem é hoje a segunda mais importante da estrada de ferro, atrás apenas da Gare D. Pedro II, na Central do Brasil, pois lá desembocam os ramais de Santa Cruz, Japeri, Nova Iguaçú e Paracambi, sem contar o próprio ramal Deodoro, que segue para a Central do Brasil.

Há também um sub-ramal que se conecta com a linha auxiliar, através do bairro de Honório Gurgel, mais usado para o transporte de carga. Deodoro também abriga algumas importantes oficinas de trem.

Até 1960, o único empreendimento industrial do bairro era a Fábrica de Tecidos Companhia Deodoro Industrial. Na década de 1950, Deodoro ganhou o imenso conjunto residencial da Fundação da Casa Popular, às margens da Avenida Brasil.

Hoje o Parque das Vizinhanças Dias Gomes, também conhecido como Vila Olímpica de Deodoro, é uma forte referência de lazer no bairro.

Fonte bibliográfica:

"O Velho Oeste Carioca - Volume III - Outras histórias de ocupação da Zona Oeste do Rio de Janeiro (de Deodoro a Sepetiba), do século XVI ao XXI / André Luis Mansur. - 1ª ed. - Rio de Janeiro: Ibis Libris, 2016. Páginas 113 a 115.

5 comentários:

Blog do Felipe disse...

Oi. Sou do movimento SOS Floresta do Camboatá. Alguém interessado em.contribuir com a causa e preservação da Floresta do Camboatá, que pega parte do bairro de Deodoro?
facebook.com/FlorestaDoCamboata
Tel: 98597-2444

Adinalzir disse...

Já visitei o link. Valeu Blog do Felipe! Abração!

Unknown disse...

Tem uma area da estacao de Deodoro ate Ricardo de Albuquerque esta entregie a bandidos.

Anônimo disse...

A única parte que eu gosto é a das fazendas antigas. Eu amo zona rural.
Mas do século XX pra cá só tragédia. A região se urbanizou e se degradou muito.
Eu não gostei nada da parte da Vila Militar. Eu não vejo o Exército Brasileiro com bons olhos. Terrível a compra das terras das antigas fazendas pela União para a construção desses quartéis e do CIG.
Ainda bem que não faço carreira e nunca servi ao EB.

Anônimo disse...

Não é culpa dos ambientalistas. É culpa do Estado que deixou essa região abandonada. Crescimento desordenado.