terça-feira, julho 23, 2019

Rio mal assombrado



Desde 1982 o historiador Carlos Roquette guiando gringos e brasileiros, conta em entrevista em 2012, que muita gente desembarcava no Rio em busca de roteiros pouco convencionais. Com isso em mente, ele montou um tour que incluía os “contos do além” Os relatos misturavam o fantástico a histórias do Rio dos séculos 18 e 19. Veja alguns locais da cidade famosos por concentrar fantasmas e conheça as histórias que os cercam.

O FANTASMA DE TIRADENTES

Líder da Inconfidência Mineira, movimento que lutou contra o domínio português no Brasil, Joaquim José da Silva Xavier foi enforcado em 21 de abril de 1792 por ordem da Coroa.

Mais de 200 anos depois, o fantasma de Tiradentes vaga pelos extensos corredores da ALERJ ao lado da Praça 15, segundo dizem funcionários. O prédio, que ganhou o nome de Palácio Tiradentes, foi construído no terreno onde ficava a Cadeia Velha, última morada do inconfidente.

LEOPOLDINA, A MULHER TRAÍDA DE DOM PEDRO I

Em 1817, a igreja da Ordem Terceira do Carmo, em frente à Praça 15, foi palco do casamento da Imperatriz Leopoldina com Dom Pedro. Apesar dos sete filhos, a relação passou longe de ser uma grande história de amor. 

Nove anos após o matrimônio e humilhada pelas sucessivas traições, ela morreu por complicações de um aborto, enquanto o marido passava uma temporada em Portugal. A lenda diz que a mágoa e o rancor acumulados nos anos ao lado de Dom Pedro foram levados para o túmulo. 

Seria esse o motivo de Dona Leopoldina assombrar até hoje a igreja do casamento e o local onde morou no Brasil, o Palácio São Cristóvão — onde funcionava o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista.

DONA MARIA, A LOUCA

Vizinho à Igreja de Nossa Senhora do Carmo, o convento do Carmo foi confiscado em 1808 com a chegada da Corte portuguesa ao Rio de Janeiro. O prédio comprido no número 101 da avenida 1º de março foi moradia da rainha de Portugal, que ficou famosa como Dona Maria, a louca. 

O apelido, foi fruto dos devaneios e surtos causados pela doença mental que a acompanhou nos últimos anos de vida. Isolada, sofrida e fora de si, ela morreu em 1816, aos 81 anos, em sua primeira e única casa brasileira. 

Hoje, há relatos de que a alma de Maria 1ª perambule pelo velho convento, no qual foi pregada a placa que resume sua estadia em terras cariocas: “Pelas janelas deste prédio faziam-se ouvir as manifestações de demência da rainha-mãe”.

THEATRO MUNICIPAL

O Theatro Municipal, maior referência da praça da Cinelândia, abriga três fantasmas, segundo conta Carlos Roquette.

O mais famoso é o de Arthur Azevedo, jornalista e teatrólogo que lutou pela construção do prédio. Seria ele o responsável pelo discurso de inauguração, em 1909. No entanto, sua morte, um ano antes, mudou os planos. A honra das primeiras palavras do novo teatro coube ao amigo Olavo Bilac, um dos maiores poetas do País.

Desde então, o espírito de Arthur sobe ao palco toda madrugada para fazer o discurso interrompido pela morte. Outros relatos dão conta de uma cantora de ópera com cabelos desgrenhados, que solta a voz nos parapeitos do teatro. Por lá vaga também a alma de um violinista morto a tiros por um maestro dentro do prédio.

A ALMA DA MÃE DO BISPO

Paralelo ao Theatro Municipal, na esquina das ruas Evaristo da Veiga e Treze de Maio, o prédio era residência de Ana Teodoro Ramos Mascarenhas, mãe do bispo José Justino Mascarenhas. 

Em meados do século 18, o endereço era o local escolhido para pessoas desabafarem seus problemas. Diziam que Dona Ana escolhia as histórias que mais lhe agradavam e pedia ajuda ao filho — à época, os bispos representavam grande poder.

Surgiu daí a expressão “vá se queixar com a mãe do bispo”. Ana Teodoro morreu no início do século 19, mas há quem diga que já esbarrou com ela debruçada sobre as janelas, como se ainda esperasse pelas lamúrias do povo.

FREIRAS E FUNCIONÁRIOS "FANTASMAS" DA CÂMARA

Ainda na Cinelândia, o prédio onde funcionava o antigo Cinema Pathe foi erguido no terreno que abrigava o Convento da Ajuda.

Entre 1750 e 1910, o local acolhia freiras que faziam doces para vender. Expulsas após a demolição, as “irmãs” voltaram para assombrar a antiga habitação, diz o historiador.

Um banheiro masculino, à direita da recepção, é o principal alvo. A alguns metros dali fica a Câmara dos Vereadores do Rio, erguida em 1923 e onde há inúmeros relatos de ex-funcionários "fantasmas" que passeiam pelos corredores.

Fonte e imagens: http://bit.ly/2JLUTlh

Originalmente postado na página Rio de Coração Tour 

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

2 comentários:

Manoel Seixas disse...

Histórias fantásticas!

Adinalzir disse...

Caro Manoel Seixas
Agradeço sua visita e comentário.
Volte sempre!