Paulino José Soares de Souza, futuro visconde de Uruguai, nasceu em Paris em 1807. Muito jovem ainda, veio para o Brasil em companhia dos seus pais, José Antônio e Antônia Madalena Soares de Sousa, tendo fixado residência na Província do Maranhão. Começou ali a sua formação humanística. Com a idade de quinze anos viajou para Portugal, a fim de iniciar, na Universidade de Coimbra, os estudos de Direito. Nessa Universidade cursou até o quarto ano da carreira jurídica. Em decorrência do fato de ter sido fechada essa Casa de Estudos por causa da revolução favorável a Dom Miguel de Bragança, o nosso autor viu-se obrigado a se transladar ao Brasil, tendo concluído a sua formação superior na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na capital paulista. Após o recebimento do título de bacharel em 1831 ingressou na magistratura, tendo sido nomeado Juiz de Fora na cidade de São Paulo. Oito meses depois foi transladado à Corte, no Rio de Janeiro, onde desempenhou inicialmente o cargo de Juiz criminal e responsável pela Intendência da Polícia. Pouco tempo depois ocupou o cargo de Juiz cível da segunda vara da Corte. Em abril de 1833, o nosso autor casou com Ana de Macedo Álvares de Azevedo.
A partir de 1837, Paulino Soares ingressou na vida política, tendo sido eleito várias vezes deputado pelo Rio de Janeiro e chegando até o alto cargo de senador do Império em 1849. Já a partir da sua eleição para a Câmara, vinculou-se ao Partido Conservador (que tinha sido criado em 1837) ao lado de Bernardo Pereira de Vasconcelos, marquês de Paraná. Desempenhou em cinco oportunidades as funções de ministro de Estado, à frente das pastas de Justiça e dos Estrangeiros. Foi nomeado membro do Conselho de Estado pelo Imperador D. Pedro II, tendo sido de grande importância sua atuação na formulação da montagem administrativa do Império, bem como no delineamento da política exterior brasileira na segunda metade do século XIX.
Em dezembro de 1854 recebeu do Imperador o título de visconde de Uruguai. No ano seguinte, recebeu a missão de representar o Império perante a corte de Luís Napoleão, ao ensejo da negociação em torno da espinhosa questão da demarcação de limites com a Guiana Francesa. A tese sustentada pelo nosso autor (que indicava o rio Oiapoque como marco divisório dos territórios dos dois países) terminou sendo acolhida pelo governo francês. Paulino José Soares, que ostentava a comenda de oficial da Ordem Imperial do Cruzeiro, foi agraciado em 1850 pelo rei de Nápoles com a Grã Cruz da Ordem de São Genaro. Recebeu, outrossim, do rei da Dinamarca a condecoração da Ordem Real de Danebrog, em 1852.
Nesse mesmo ano foi condecorado com a Ordem Imperial da Coroa de Ferro pelo Imperador da Áustria e com a da Ordem de Cristo pelo rei de Portugal. Foi membro da Academia Tiberina de Roma, da Academia Arqueológica da Bélgica, da Academia Britânica de Ciências, Artes e Indústria, da Sociedade de Zoologia e Aclimatação de Paris, da Sociedade Animadora das Ciências, Letras e Artes de Dunquerque, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Rio da Prata e da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional do Rio de Janeiro. Veio a falecer em 15 de Julho de 1866.
A produção intelectual de Paulino Soares centrou-se na construção dos alicerces administrativos do Império, tendo-se colocado decididamente contra aqueles que propunham uma organização federativa, enfraquecendo o poder central. Paulino foi um dos homens públicos que deram corpo à ideia do regresso, ou seja, de construção das instituições brasileiras ao redor da figura monárquica.
Saiba mais sobre a análise do livro e do capítulo:
A produção intelectual de Paulino Soares centrou-se na construção dos alicerces administrativos do Império, tendo-se colocado decididamente contra aqueles que propunham uma organização federativa, enfraquecendo o poder central. Paulino foi um dos homens públicos que deram corpo à ideia do regresso, ou seja, de construção das instituições brasileiras ao redor da figura monárquica.
Saiba mais sobre a análise do livro e do capítulo:
Paulino José, um administrador provincial na primeira metade do século XIX.
Análise crítica da obra de Maria de Fátima Silva Gouvêa.
Análise crítica do capítulo 2 do Império das Províncias.
Conclusão... Maria de Fátima Gouvêa falou sobre os primeiros anos da gestão provincial do Rio de Janeiro sem citar Paulino José Soares de Souza. Como alguém consegue escrever sobre o tema sem falar do ministro?
Pesquisa feita por Adinalzir Pereira Lamego com base nos links citados acima.
Pesquisa feita por Adinalzir Pereira Lamego com base nos links citados acima.
6 comentários:
O livro me proporcionou uma leitura fascinante sob uma ótica diferente. Nele, a autora demonstra o quanto é importante a valorização da dimensão regional da política brasileira oitocentista. Mas sua obra vai além: ao abordar o tema da relação entre a grande política e a esfera local, ela oferece uma reflexão fundamental para todos aqueles que se interessam pela história da construção do Estado no Brasil, que durante muito tempo foi relegada a segundo plano.
Eu li e não me arrependo!
Abraços,
Caro Prof. Josué Francisco
Política e governabilidade são dois conceitos que Maria de Fátima Silva Gouvêa desenvolveu em todos os seus trabalhos. Se dedicando a analisar a política e as condições de governabilidade de dois grandes impérios: o do Brasil, no século XIX, e o português, nos tempos modernos. O seu trabalho merece ficar para a eternidade!
Abraços e valeu pela visita!
Obrigado Prof. Adinalzir, fico feliz em saber que tenha gostado do klickhistória. Estarei sempre divulgando o seu trabalho também. Um abraço!
Adinalzir,
A Profa. Maria de Fátima Gouvêa ficará para sempre em nossas memórias, era uma pessoa incrível. Devo boa parte do meu interesse pela história colonial a ela, a Maria Fernanda Bicalho e ao Carlos Gabriel Guimarães. Pena que a temporada do nosso curso é curta, pois poderíamos ampliar os debates acerca das produções desses respectivos historiadores. Rs Encontrou a crítica a obra "O Império das Províncias" agora aguardarei a crítica ao "Antigo Regime nos Trópicos".
Grande abraço,
Valter Lenine Fernandes
Prezado Adelino Francklin
A blogosfera é isso ai! Colaborar sempre distribuindo o conhecimento histórico. Essa é a nossa meta.
Fico grato pela visita!
Caro Valter Lenine Fernandes
A morte da Maria de Fátima Gouvea foi uma perda para a História, mas o interesse de todos nós ajuda a manter o legado de tudo daquilo que ela escreveu. Quanto a crítica ao "Antigo Regime nos Trópicos", aguarde que em breve estarei postando por aqui.
Cordiais saudações!
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