sexta-feira, janeiro 06, 2012

2011: um ano de perdas irreparáveis

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Começo aqui a minha primeira postagem de 2012 com este artigo de Gefferson Ramos, pesquisador da Revista de História da Biblioteca Nacional. Mostrando que a morte também faz parte da História e que o ano de 2011 foi marcado pela perda de grandes nomes da história do Brasil. Sendo que muitos deles passaram pelas páginas da própria RHBN.

"Em janeiro, faleceu em Paris a historiadora grega Kátia Mattoso, que dedicou sua vida a estudar a história da Bahia. Como prova da importância de seus trabalhos, sua tese de doutorado "Bahia, século XIX – uma província no Império" (Nova Fronteira, 1992), foi responsável por abrir a Cátedra de História do Brasil na Sorbonne na França. Era apenas a primeira de uma série de perdas de grandes nomes da historiografia que teriam 2011 fincados na lápide.

Em abril, também morreu o historiador português Vitorino Magalhães Godinho, que lançou as bases para os estudos sobre a história do Império português. Sua última entrevista foi concedida a RHBN (nº 69). Também nos deixou o geógrafo Maurício de Almeida Abreu, formado na tradição da Escola dos Annales, que propunha a aproximação da História com outras disciplinas como a Geografia. Abreu foi professor da UFRJ e deixou o monumental "Geografia História do Rio de Janeiro (1502-1700)", resultado de mais de 15 anos de pesquisa.

Neste ano também se foi Eulália Maria Lahmeyer Lobo, primeira mulher a defender uma tese de doutorado em História no Brasil; e Eni Mesquita Samara, professora da USP, morta em agosto, deixando como legado estudos que ajudaram a reavaliar a ideia de sociedade patriarcal no Brasil no período colonial (veja a entrevista concedida a RHBN nº 64).

A história Naval e a história da Cartografia no Brasil perderam seu maior estudioso: o contra-almirante Max Justo Guedes (RHBN nº 22). A historiadora da USP Iris Kantor destacou que os trabalhos de Guedes foram responsáveis por fazer renascer os estudos da cartografia luso-brasileira nas universidades brasileiras na última década. Por fim, a história agrária brasileira também perdeu neste ano uma de suas precursoras, com o falecimento da historiadora cearense Maria Yedda Linhares, aos 90 anos de idade."

Foi uma perda para todos nós e para a historiografia. Que Deus os tenha na sua infinita misericórdia!
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8 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Professor!
Tudo bem?

Não fiquemos tristes pelos que se foram, mas pelo legado que nos deixaram. Certamente, outros, alunos, estudiosos e interessados darão continuidade ao trabalho riquíssimo que eles iniciaram.

Por falar em estudiosos, o meu prof. Wilton José Marques publicou sua tese de pós-doc em livro: "Gonçalves Dias - o poeta na contramão", que fala sobre a importância da participação do poeta na literatura brasileira e explica o porquê ele esteve na "contramão", desafiando a política da época e expondo inclusive sobre a escravidão.
Explica certinho o contexto histórico.

Abraço!

José Lima Dias Júnior disse...

Prezado Adinalzir,

Esses historiadores deveram ser lembrados pelo seu legado e não pela omissão.

Um fraternal abraço,

Prof. José Lima Dias Júnior

Adinalzir disse...

Prezada Giovana
Por aqui tudo bem!
Com toda certeza o mais importante para a História é marca que fica do trabalho desses historiadores. Agradeço pela dica da tese do Prof. Wilton José Marques, aliás um trabalho bastante interessante.
Valeu amiga! Grato pela visita.

Adinalzir disse...

Prezado José Lima Dias Júnior
Como sempre fico muito honrado com sua visita e seus comentários por aqui. Valeu amigo! Um grande abraço!

Professor Leandro disse...

Olá Professor Adinalzir,
A verdade é que essa é a realidade da vida, mas nós historiadores deixamos um legado para nossos semelhantes. Um legado construído sobre um trabalho sério com certeza devera frutificar sempre.
Com os historiadores a vida é assim, vivemos estudando a vida de pessoas que já deixaram essa existência há tempo, e no final nós nos unidos aos nossos semelhantes na eternidade.
O que fica?
O legado!!! Então oro por mim e meus colegas para que deixemos um legado grandioso que possa ser continuado por aqueles que nos precederam nessa vida.
Um grande abraço fraterno,
Leandro CHH

Adinalzir disse...

Prezado Prof. Leandro CHH
Suas sábias palavras já são um legado que iluminam os que aqui estão e também aqueles que virão depois de nós. O importante é todos fazerem a sua parte de forma clara e consciente. Muito obrigado pela visita e um grande abraço!

Unknown disse...

Olá professor, estou de retorno após um jejum de internet obrigatório.
Agradeço por sempre estar em minhas páginas comentando e interagindo.
E realmente essa sua postagem é uma verdadeira aula de história para muitos leigos nessa matéria.
Parabéns
Abraço

Adinalzir disse...

Prezado Lucidreira
Fico muito honrado pela visita e agradeço os seus comentários. Conte sempre comigo no seu blog em 2012.
Um grande abraço!