terça-feira, agosto 22, 2017

Sepetiba em 1827, numa aquarela de Jean Baptiste Debret



HISTÓRIA

O nome "Sepetiba" tem origem na língua tupi, significando "muito sapê".

As praias de Sepetiba serviam como porto colonial para exportação de pau-brasil a Europa. Seus principais acessos eram o caminho de Sepetiba (atual estrada de Sepetiba), que levava à Santa Cruz, e o caminho de Piahy (atual estrada do Piaí), que ligava o bairro à Pedra de Guaratiba.

No início do século XIX, Sepetiba passou a ser frequentada no verão pela Família Real, que utilizava a propriedade para o lazer da elite, como touradas, saraus e danças portuguesas.

Com a implantação da “Companhia Ferro Carril”, em 1884, o bonde de tração animal passou a transportar a “mala real” até o cais de Sepetiba, além de cargas e passageiros.

A luz elétrica chega a Sepetiba em 1949 e, de lá para cá, Sepetiba se expande. Muitos loteamentos foram ocupando as áreas próximas à estrada do Piai, a praça Oscar Rossin foi urbanizada e foi aberto o canal na Rua Santa Ursulina para escoar terrenos alagadiços. Na década de 1960, surge o loteamento “Vila Balneário Globo” e, recentemente, em meio à grande polêmica, destaca-se a implantação, ao longo da estrada de Sepetiba, do grande conjunto Nova Sepetiba, construído pelo governo do estado para a população de baixa renda.

Desde os anos 90, as praias do bairro foram tomadas pelo esgoto vindos de rios locais como o Rio Guandu, e de metais pesados como o zinco e o cádmio lançados nessa região da Baía de Sepetiba pela extinta Cia. Mercantil Ingá, do Porto de Itaguaí, o que causou um drástico assoreamento da orla, formando grandes manguezais e línguas negras, e a alta poluição das águas, tornando as praias desde essa época, impróprias para banho, prejudicando também a pesca local, que é a principal atividade econômica do bairro. Contudo, em épocas de maré cheia, alguns antigos moradores se arriscam a entrar nas águas.

Atualmente é destaque no bairro as obras da prefeitura em convênio com o governo do estado que promete dotar a região de sistemas de saneamento, notadamente esgotamento sanitário, com tratamento, permitindo a continuação da urbanização das vias por meio de pavimentação e microdrenagem.

A revitalização da praia de Sepetiba, obra do governo estadual em parceria com o INEA, vai retirar toda a vegetação invasora da praia e o lodo existente, e devolver a faixa de areia antes poluída e tomada por línguas negras.

O bairro e suas praias continuam sendo lembrados, não só pelos demais moradores da Zona Oeste, como também pelo meio televisivo, pois o local serviu de cenário para a telenovela global O Bem-Amado nos anos 70.

Atualmente o bairro de Sepetiba tem constantemente aparecido nos telejornais policiais, por conta das sucessivas operações para prender milicianos atuantes na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Pesquisa de Cleydson Garcia        

Bibliografia Básica:

FREITAS, Benedicto. O Matadouro de Santa Cruz. Cem anos a serviço de uma comunidade. Folha Carioca Editora, Rio de Janeiro, 1977.
FREITAS, Benedicto. Santa Cruz, Fazenda Jesuítica, Real e Imperial, Volume I, Era Jesuítica 1567-1759. Asa Artes Gráficas, Rio de Janeiro/ 1985.
FREITAS, Benedicto. Santa Cruz, Fazenda Jesuítica, Real e Imperial, Volume II, Vice-Reís e Reinado 1760-1821. Asa Artes Gráficas, Rio de Janeiro, 1987.
FREITAS, Benedicto. Santa Cruz, Fazenda Jesuítica, Real e Imperial, Volume IIl, Impérío 1822-1889. Folha Carioca Editora, Rio de Janeiro, 1987.
MANSUR, André Luís. O Velho Oeste Carioca: História da ocupação da Zona Oeste do Rio de Janeiro (de Deodoro a Sepetiba), do século XVI ao XXI. Editora Ibis Libris: Rio de Janeiro, 2008.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sepetiba
https://www.facebook.com/EspecialRioAntigo/

Imagem original Professor Sinvaldo Souza 
Edição de Imagem Cleydson Garcia

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

3 comentários:

Anônimo disse...

A sua análise foi perfeita e sua conclusão ainda mais brilhante, uma pena que Sepetiba tenha sido tão maltratada pelo poder público.
Sepetiba era a grande praia da Zona Oeste pobre frequentada nos anos 50 e 60 por jogadores de futebol em busca de sossego e políticos.
Cronistas esportivos como Afonso Soares e Whashington Rodrigues foram ilustres moradores da região.
Sensacional Adinalzir.

Adinalzir disse...

Fico muito honrado com sua visita e comentário muito importante para o conhecimento da história dos bairros da Zona Oeste carioca. Visite sempre esse humilde espaço.
Abraço e uma boa noite!

Cleydson Garcia disse...

Olá Adinalzir, boa postagem!
Mas metade do texto foi escrito por mim.
Favor dê créditos ao meu texto.

Eu fiz a descrição da vista de Sepetiba para Itacuruçá. Falei sobre a fazenda Piahy, foreira das terras de Santa Cruz.

Um abraço.