quarta-feira, agosto 24, 2011

A diferença entre Revolução e Golpe

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Revolução significa uma transformação profunda, um movimento de grandes proporções que rompe com o que existia até então. Geralmente, ela surge das bases da sociedade e envolve uma grande quantidade de pessoas, alterando as estruturas políticas, econômicas e sociais. A Revolução Francesa de 1789, é um bom exemplo. Ela contou com o envolvimento popular nas cidades e no campo e transformou a ordem vigente.

Já os golpes são uma iniciativa de elites políticas, econômicas e militares, não envolvendo a população, mesmo que, às vezes, contem com apoio popular. Dificilmente um golpe promove mudanças profundas. Em geral, eles ocorrem para preservar ou restaurar uma certa situação política, como a que ocorreu no Brasil em
1964. Uma cúpula militar apoiada por políticos destituiu o presidente João Goulart (1919-1976). Na época não havia um clamor popular para essa ação, embora parte da opinião pública tenha dado apoio a ela. A idéia era frear as mudanças que até então se anunciavam.

Fonte: Revista Nova Escola
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22 comentários:

Valdeir Almeida disse...

A revolução é resultado de um anseio popular. O golpe, como o nome já indica, é feito por interesses políticos. Em resumo, é isso, não é?

Gostei dos esclarecimentos. Vez ou outra, vejo pessoas usarem as duas palavras como sinônimas, embora eu as use em contextos diferentes. Mas sua aula me ajudou a entender melhor.


Abraços, professor.

Adinalzir disse...

Prezado Valdeir Almeida
Como é bom ter um aluno aplicado. Você entendeu perfeitamente, rsrs.
Muito obrigado pela visita!

GEOGRAFIA NO RUYZÃO. disse...

Muito interessante e apropriado este post. Vou recomendá-lo aos meus alunos. Muitos fazem confusão nesse sentido. Aaaaaaa, também estou retribuindo sua visita ao meu blog, obrigada por estar sempre me visitando. Abraço

José Lima Dias Júnior disse...

Prezado Adilnazir.

Belo post. Gostei quando menciona a Revolução Francesa de 1789, como exemplo de revolução, que ocorreu contra um poder estabelecido, onde visava promover mudanças profundas nas nas instituições políticas, econômicas, culturais e morais. Quanto ao Golpe, basta citar como exemplo os "golpes militares" que ocorrem na América do Sul na segunda metade do século XX, que provocou acontecimento infausto; desgraça, choque, abalo no seio da sociedade.

Saudações históricas,

Prof. José Lima Dias Júnior

Adinalzir disse...

Prezado Geografia no Ruyzão
Agradeço pela visita e comentário. E volte sempre por aqui. Abraços!

Adinalzir disse...

Olá, Prof. José Lima Dias Júnior!
Seus comentários perfeitos são sempre uma excelente aula de História. Muito obrigado pela visita.
Abraços fraternos!

homo sapiens disse...

Olá professor. Por esse motivo que a palavra revolução é tão disputada pelos atores sociais que estão disputando o poder político.

Um abraço.
http://www.suapesquisaemhistoria.blogspot.com/

Adinalzir disse...

Caro homo sapiens
O termo Revolução é também muito utilizado por corruptos e aproveitadores políticos. Fico grato pela visita. Eu já estou seguindo o seu blog. Um forte abraço!

HepatitesMS disse...

Olá equipe do blog Saiba História.

A Hepatite B é uma doença silenciosa que, em sua forma crônica, atinge mais de dois milhões de brasileiros. Apesar de ser uma doença comum, nem todos conhecem as formas de transmissão ou prevenção, como a vacina, que está disponível nos postos de saúde. Para diminuir os riscos e consequências da Hepatite B, precisamos reforçar a divulgação das informações básicas. Por isso, contamos com sua ajuda. Entre em contato para receber todo o material da campanha!
Ministério da Saúde.
comunicacao@saude.gov.br
hepatitesms@gmail.com

Adinalzir disse...

Caro HepatitesMS
Agradeço pela sua visita. Em breve estarei entrando em contato.
Grande abraço!

Victor Faria disse...

Olá, professor!
Aqui estou eu para mais uma aula de história.
Abraço!

Adinalzir disse...

Prezado Victor Faria
Agradeço pela visita e volte sempre.
Um grande abraço!

Leonardo Oliveira disse...

Olá! "SAIBA HISTÓRIA". Excelente post. Apenas uma pergunta para os seguidores do blog: O que ocorreu em 1930 no Brasil, Golpe ou Revolução?! rsrs. Isso dá pano para manga! Abraços!

Adinalzir disse...

Olá, Leonardo Oliveira!

Realmente essa foi uma boa pergunta. Eu também vou tentar responder:

Existem muitos autores que consideram um certo exagero o uso do termo Revolução para designar o que ocorreu em 1930. Na realidade, segundo esse raciocínio, a chamada Revolução de 1930 nada mais foi senão um golpe de estado que tirou do poder um setor da oligarquia brasileira, para dar lugar a um outro setor dessa mesma oligarquia.

Evidentemente que a Revolução de 1930 não pode ser comparada à Revolução francesa de 1789 ou à Revolução russa de 1917. Ela não foi programada para produzir imediatas e radicais mudanças na estrutura sócio - produtiva do país. Decorreu, sobretudo, do efeito dos limites a que chegou a política econômica de proteção do café perante a crise de 1929.

Assim sendo, a Revolução de 1930 se inscreve na vaga de instabilidade política que tomou conta da América Latina na década de 30, a qual produziu grandes agitações e golpes militares no Peru (1930), na Argentina (1930), no Chile (1931), no Uruguai (1933), em Cuba (1933) e nas repúblicas centro-americanas, nesse mesmo período.

O que não significa dizer, no entanto, que a Revolução de 1930 não tenha sido importante para o nosso passado. Pelo contrário. A Revolução de 1930 foi decisiva para a mudança de rumos da história brasileira.

Ao afastar do poder os fazendeiros do café, que vinham controlando tudo desde o governo de Prudente de Morais, em 1894, ela construiu o caminho para uma significativa reorientação da política econômica do país.

Tendo cortado o cordão umbilical que unia o café às decisões governamentais e ao conjunto da economia e da sociedade brasileira, a Revolução de 30 trouxe uma dinamização das atividades industriais. Até 1930, os impulsos industrialistas derivavam do desempenho das exportações agrícolas.

A partir de 1930, a indústria passa a ser o setor mais prestigiado da economia, contribuindo para importantes mudanças na estrutura da sociedade. Intensifica-se o fluxo migratório do campo para as cidades mais industrializadas, notadamente São Paulo e Rio de Janeiro, que, adicionado ao crescimento vegetativo da população, proporciona uma maior oferta de mão-de-obra e o aumento do consumo.

Desse modo, independentemente das origens sociais e das motivações mais imediatas dos revolucionários, não há dúvida de que a Revolução de 1930 contribuiu para uma ruptura no processo histórico brasileiro. Acho até que já falei demais, rsrs.

Agradeço pela visita e um grande abraço!

Anacleto disse...

Prezados, realmente é preocupante o modo como o ensino de história tem sido conduzido nas nossas instituições de ensino. Lembro-me das aulas de história do CMPA, com o saudoso Cel Bayard, que mais que um professor era um mestre, passando para nós toda a sabedoria de uma vida como cidadão e militar honrado. Mas este post tem a finalidade principal de relatar a fonte primária da matéria divulgada no blog do CMRJ, desse tal Prof. Adinalzir. Pelo que aprendi na Metodologia da Pesquisa, e que se aplica em ciências ditas sociais, como a História, toda informação compilada de outra fonte tem que ser citada, na forma das normas vigentes (ABNT). Pois bem, coincidência ou não, minha esposa é professora e assina a Revista Nova Escola, da Editora Abril. Na edição nº 244, de agosto de 2011, na página 26, está publicada a seção Na Dúvida?, que tem a finalidade de esclarecer dúvidas de estudantes enviadas diretamente para a redação da revista. Lá aparece a dúvida da aluna Ana Paula Bedin, de Esperança, PB, "Qual a diferença entre revolução e golpe?" Quando tomei conhecimento do texto, meu pensamento foi de como essas publicações podem ser parciais. Quem não tem conhecimento pode achar que a Revolução Francesa, que apenas no período da Convenção guilhotinou um número entre 16.000 e 40.000 pessoas (Wikipedia), foi um acontecimento positivo, enquanto que o "golpe" de 64, que impediu a instauração de uma ditadura comunista no Brasil, foi um fato negativo. Mas também achei normal a matéria, partindo da editora Abril, que tantas vezes denegriu o papel da Revolução de 64. Mas para minha surpresa, o mesmo texto aparece no Blog do CMRJ. Pior, o texto está "disfarçado", pois quem postou o blog pegou o texto original e se deu o trabalho de alterar uma ou outra palavra, talvez para que os leitores pensassem que o "brilhante" texto é de sua autoria. É o velho "copiar e colar" ou "Ctrl+V e Ctrl+C", que seria motivo de sindicância na EsAO ou na ECEME. Concluindo, na minha modesta opinião, a postagem do blog não tem validade alguma, tanto por não seguir a metodologia, quanto por não aprofundar a questão, em uma instituição de ensino militar, que deveria prezar pela memória recente do nosso país.

Maj Com QEMA Anacleto - Al 1329 CMPA (1988-89) e Tu 2010 ECEME

Adinalzir disse...

Prezado Maj Com QEMA Anacleto
Primeiramente, gostaria de dizer que o Sr. está falando coisa com coisa, pois eu não faço parte do blog do Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ), e nem sequer trabalho lá e o mesmo não me pertence. Aliás, como professor, tenho até um profundo respeito por essa gloriosa instituição militar. Quanto a dizer que "esse tal de Prof. Adinalzir" não respeita as fontes, o Sr. está redondamente enganado, pois o texto foi tirado da Revista Nova Escola e está citado abaixo. Quanto a sua irritação, dá para se notar que o único parcial aqui é o Sr. Ainda bem que não estamos mais na época da Revolução Francesa e da Ditadura Militar. De qualquer forma, sem polêmica e sem ódio. Agradeço sua visita e volte sempre que precisar!

Anacleto disse...

Prof. Adinalzir, concordo com você em relação à citação da fonte, passou desapercebido e pela falta de atenção gostaria de apresentar minhas sinceras desculpas. Com relação à alegação de eu ser parcial, penso não existir análise 100% isenta em face de um fato histórico, com todas as nuances e interpretações possíveis. Cada observador tira as conclusões do fato baseado na sua experiência pessoal e no conhecimento acumulado. Aliás, se em meu post anterior passei a impressão de acusar alguém de parcialidade, esclareço ter feito referência unicamente à matéria da revista editada pela Abril, consequentemente sua linha editorial, e não a qualquer pessoa. Apesar de você não pertencer ao corpo docente do CMRJ, em um blog do CMRJ(http://cmrj6ano.blogspot.com) havia um link para seu post sobre revolução, que por algum motivo foi retirado. Finalmente, compartilho com você o sentimento de felicidade por não estar vivendo em qualquer regime de excessão. Com a idade que tenho, considero-me abençoado por ter nascido no Brasil pós-64, e não em Cuba ou Coreia do Norte. Feitos estes esclarecimentos, desejo sucesso no prosseguimento de sua profissão, tão grandiosa quanto a responsabilidade que a mesma carrega.

Adinalzir disse...

Prezado Anacleto
Nasci no período antes de 1964 e sei bem o que é viver num regime de ditadura. Foram tempos muito difíceis, com família passando necessidade, inflação alta, repressão, etc. Hoje percebo que as pessoas tem tudo e mesmo assim ainda não são felizes. Agradeço suas considerações e volte sempre que precisar. Um grande abraço!

Anônimo disse...

Nunca tinha parado pra pensar nessa diferença. De fato, há uma grande diferença!

Adinalzir disse...

Prezada Giovana
Realmente é uma diferença gritante. Muito grato pela visita e comentário. Beijos!

Anônimo disse...

Excelente post, consegui entender perfeitamente.. mas ficou um dúvida que me disseram que revolução é quando a esquerda chega ao poder, e golpe, quando a direita chega ao poder. Posso afirmar isso?

Anônimo disse...

1964 foi uma Revolução e não um golpe, o golpe veio com o AI-5..o governo militar não interviria se o povo não aprovasse, na época a maioria da população e a imprensa apoiaram a revolta com medo de que um regime semelhante ao de Cuba que por sinal matou e torturou muito mais do que os militares em 20 anos de governo. Entendo que a maioria dos professores de ciências humanas possuam tendências Marxistas e formaram mais de 3 gerações de alunos doutrinados ao esquerdismo repudiando o período militar pelas torturas e assassinatos de guerrilheiros..apenas seguem a cartilha de Gramisci e assassinam reputações, mas sejamos justos houve apoio popular portanto foi Revolução pra parcela minoritária e sensata da doutrina.

Julio